Frontier

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 A ala sul do D58 não era muito diferente dos outros setores, mas destacava-se por estar situada num beco iluminado por luzes de néon, que lançavam uma aura surreal sobre o ambiente. Entre as luzes, barris queimavam o lixo, envolvendo o local em uma névoa de fumaça que conferia um contraste exuberante, embora acompanhado por um aroma forte e fétido emanando dos canos de escoamento.

As paredes estavam adornadas com pichações de gravuras e frases desconexas, que Jungkook tentava ignorar enquanto tentava acompanhar o rápido passo de Yoongi. Ele se questionava o motivo da pressa, especialmente considerando que, comparado aos outros setores, este parecia mais tranquilo.

Curioso, Jungkook finalmente perguntou a Yoongi o motivo da pressa:

—Por que está indo tão rápido? Este lugar me parece muito seguro. —indagou ele.

Yoongi balançou a cabeça, soltando um riso incrédulo antes de responder:

—Doutor, as aparências enganam. A ala sul é, na verdade, a mais perigosa. A única diferença é que aqui, o perigo se esconde atrás de cada uma dessas portas. 

Confuso e curioso, Jungkook perguntou:

— Por que você diz isso? 

Yoongi lançou-lhe um olhar de canto de olho antes de responder:

—Se por algum engano, algum desavisado que não conhece este lugar direito adentrar a porta errada, certamente acabará entrando numa enrascada. 

Ainda sem entender, Jungkook perguntou novamente:

— O que há atrás delas?

—O distrito vermelho é o ponto de distribuição de algumas coisas, mas é atrás destas portas que elas são produzidas. — explicou Yoongi.

—Então, por qual razão Taemin escolheu justamente este lugar?— questionou Jungkook.

Yoongi deu de ombros antes de responder:

—Talvez porque ele seja um dos que as fornecem. Mas não se preocupe, doutor, Taemin não vende aquelas drogas, o negócio dele é outro. 

—Mas ainda são drogas, Yoongi. — Jungkook ponderou.

—Sim, porém, as dele não matam, mas visam curar algumas das doenças que as pessoas de lá acabam contraindo. — explicou Yoongi.

—Então ele é algum tipo de farmacêutico?— indagou Jungkook.

—Algo como isso. — confirmou Yoongi, parando em frente a uma porta de metal vermelho. —Chegamos, está pronto? 

Jungkook analisou a porta antes de assentir com a cabeça:

—Estou, sim, vamos entrar logo antes que eu me arrependa. 

Yoongi soltou uma gargalhada enquanto batia duas vezes na porta, que foi aberta por uma garota de mechas azuis. Enquanto elas os convidava a entrar, Yoongi olhou para Jungkook e disse:

—Venha, doutor, está na hora de deixar o velho Jeon para trás. 

Com um sorriso, Jungkook seguiu Yoongi para dentro, ouvindo o barulho metálico da porta sendo fechada atrás deles.

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Na sala de reuniões, com a única fonte de luz vindo de lâmpadas fracas suspensas no teto, Namjoon e seus colegas discutiam estratégias em sussurros tensos. O ar estava carregado de urgência e preocupação, cada palavra pesando como chumbo.

— As sentinelas mantêm vigiadas todas as rotas próximas ao muro, é muito difícil chegar a um metro de distância dele, Namjoon. — a voz grave e carregada de preocupação de Moonbyul ecoou no ar.

Estigma: Distrito 58Onde histórias criam vida. Descubra agora