Eu iria com o Matias para a escola, ele combinou de passar na minha casa e me buscar e eu já estava quase pronta.
Eu estava com uma meia-calça arrastão, uma blusa listrada por baixo de uma outra preta com estampa de fogo, a bota de sempre e uma saia acima do joelho combinando com todo o resto.
Eu estava do outro lado da rua, comprando uma pipoca de um carrinho, quando vi o Matias chegar na frente da minha casa. Ele espiou pela janela. Ei, não sabia que ele era futriqueiro! E depois bateu na porta.
- Mat, eu tô aqui. - sinalizei para ele, usando aquele apelido besta só para o provocar.
Ele olhou para trás e logo me viu. Sorriu e veio até mim.
- Comprou pipoca? - Ele enfiou a mão no pacote.
- Ei, quem te deu permissão para roubar minha pipoca? - fiz cara de brava e o cutuquei com o cotovelo.
- E quem te deu permissão para me chamar de "Mat"? - me olhou por cima dos cílios.
Ok, foi uma boa resposta.
- Ah, você está aprendendo a ficar respondão é? - revirei os olhos. - Vai dizer também que só aquela ruiva cabelo de salsicha pode te chamar assim?
Ele riu. - E ainda fala que não sente ciúmes.
- Você está muito convencido para o meu gosto. - reclamei.
Ele sorriu e me deu um beijo na bochecha.
- E você está muito linda para ser vista por aí. Apesar de achar que ficaria perfeita até careca. - falou.
- Eu já entendi o que você está tentando fazer. Está tentando me enrolar com elogios e mudar de assunto!
Ele me olhou, ofendido. - Eu nem mesmo posso fazer elogios para uma garota tão bonita? - ele me olhou enquanto mastigava mais um punhado de pipoca, como se quisesse se lembrar dos meus detalhes. - Eu nunca gostei que ela me chamasse assim, na verdade, detestava a cada vez que ela falava esse apelido. - confessou. - Mas na sua voz se tornou até coisa agradável de se ouvir.
Ri e em seguida ficamos em silêncio.
- Você também está muito estiloso, quer dizer, é... Você poderia arrasar corações se quisesse. Sabe que as meninas não resistem a um garoto inteligente e charmoso né?
Ele pegou mais pipoca. - Eu não acho que seja o estilo delas. - e riu.
Dei de ombros e começamos a andar.
Quando chegamos à escola, a maioria das pessoas já tinham entrado. Então devíamos estar atrasados.
Corremos até a sala antes que fosse tarde e abrimos a porta. O Matias estava envergonhado, mas eu já estava acostumada com esse acontecimento.
- Não vai sentar do outro lado da sala com a sua amiga hoje? - sussurrei no seu ouvido quando vi a menina emburrada no mesmo lugar de sempre.
- Ah, você é insuportável, Alone! Eu já aprendi que nunca devo te deixar com ciúmes. - ele riu, me provocando, e fomos sentar nos antigos lugares, onde ele ficava perto de mim e não daquela víbora.
De repente a diretora entrou na sala. E por incrível que pareça não era para dar bronca.
- Bom dia alunos. - alguns alunos responderam um "bom dia". - Eu vim hoje aqui para contar uma novidade que eu tenho certeza de que vão gostar. A turma de vocês foi escolhida esse ano, num sorteio, para ganhar uma viagem de excursão. - Todo mundo começou a gritar na sala em questão de milésimos.
- Bom gente, escutem primeiro. Nós iremos para Virgínia, uma cidade histórica e antiga, onde vocês até mesmo poderão aprender mais sobre a época em que nosso governo era liderado por rei e rainha. Vocês irão de ônibus e a viagem vai acontecer daqui algum tempo...
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Alone Por Alone
Teen FictionAlone Nicols é uma garota com incontáveis traumas e isso a tornou uma pessoa fria e impiedosa, que não mede esforços para conseguir o que quer e reverter qualquer tipo de situação ao seu favor. Mas há alguém que não faz a mínima ideia do quanto ela...