26. Quem falou em ciúmes?

10 3 0
                                    

Matias: Alone, por favor, vamos conversar. Eu já virei melhor amigo da sua caixa postal. (12:57)

Não acho que seja só da caixa postal que ele tenha virado melhor amigo.

Matias: Eu sei que você já leu minha mensagem. Para de me ignorar, por favor. (13:20)

- Não, não vou parar e se não estiver bom pra você procure outra pra encher! Ah é, esqueci, você já encontrou! - esbravejei comigo mesma, enquanto lia a mensagem.

Matias: Estou num relacionamento sério com sua caixa postal. Você ao menos ouviu os recados que eu deixei? (14:40)

- Não, e nem vou ouvir, pois estou irritada o suficiente para ouvir sua voz! - continuei.

Matias: Me desculpa... eu devia ter pensado em você e não só em mim. Sim, eu comecei a falar com a Morgana só pra te provocar ciúmes, mas eu pensei que ela fosse legal... eu não quero mais falar com ela, eu quero falar com você, Alone! Me responda, ou pelo menos retorne minhas ligações, ok? (15:30)

Alone: Pois saiba que eu não senti ciúmes em momento nenhum! Na verdade eu nem liguei para isso! Eu não tenho esse tipo de insegurança, só tem ciúmes quem não se garante. (15:40)

Matias: Até que enfim você me respondeu! Podemos conversar melhor pessoalmente? O que acha de irmos a uma lanchonete perto daqui? (15:42)

- Ah, ele não vai desistir enquanto não conversarmos. Ok, eu me rendo. - revirei os olhos, me levantando do sofá.

Ele me enviou o endereço da tal lanchonete e eu fui até lá.

- Pronto, estou aqui. - Cheguei na mesa em que ele estava e puxei a cadeira antes que ele inventasse de fazer isso por mim.

- Então... o meu plano de te causar ciúmes deu certo? - ele levantou uma sobrancelha.

Ri por ironia. Não! Eu jamais teria ciúmes dele e nem de ninguém!

Foi o que disse, mas ele não pareceu se convencer. Ficamos um tempo em silêncio, até eu criar coragem para perguntar.

- Você... ficou com ela? Com a Morgana? Você achou que ela fosse a sua menina certa? - torci o nariz, o olhando com atenção.

Ele balançou a cabeça negativamente. - Eu nunca achei que ela fosse a menina certa. Eu prefiro outro tipo de garota... sabe, aquelas com o gênio forte e rebeldes.

- Hum... - engoli em seco e abaixei a cabeça. - Conheço algumas assim, quem sabe eu não te apresente umas algum dia?

Ele deu um risinho como se eu tivesse falado algo muito cômico e continuou: - Não precisa, eu não acho que seja necessário suas buscas.

Dei de ombros e levantei da cadeira planejando ir embora. Mas ele segurou minha mão e se levantou também.

- Nós estamos bem então? - Aquele brilho do olhar dele voltou à tona.

- Ham... estamos. Mas você tem que entender que nem sempre eu vou ser uma garota boa e educada, principalmente quando estou irritada. E também, não tente me controlar, eu não gosto disso.

Ele assentiu e me deu um beijo na bochecha. - Eu vou tentar não te decepcionar. - ele chegou perto do meu ouvido e sussurrou: - E não te deixar com ciúmes de novo, tá? - meu pescoço arrepiou com com a sua respiração tão perto de mim.

Empurrei-o de leve. - Para, Matias! Eu não fiquei com ciúmes, nem por um mísero segundo! Você está muito convencido pro meu gosto.

- Ah, então eu posso te levar até sua casa para compensar, milady? - Eu já ia abrir a boca para retrucar, quando ele completou: - Ok, ok, já sei que vai falar para mim não te chamar assim. - revirou os olhos.

- Que bom que sabe. - fingi seriedade.

- Então vamos, porque a mocinha tem hora pra chegar em casa e eu não posso te atrasar.

Revirei os olhos. - Você fala como se fosse o responsável dessa relação.

- E não sou? É você que me convence a matar aulas!

E é você que cai no golpe de as matar. - retruquei, dando uma piscadela.

- Ah, Alone. Você sempre sabe o que dizer. Que bom que não desistiu da nossa... amizade.

Alone Por Alone Onde histórias criam vida. Descubra agora