06. How I'm still alive is a miracle

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Kyle acordou com dor de cabeça e por causa dos raios de sol que entravam pela janela, ele resmunga e enfiou a cabeça de baixo do travesseiro que tinha o cheiro de Blake.

E por falar em Blake, ele se encontrava em um sono profundo ao seu lado, suspirando baixinho e com a boca levemente aberta, e enrolado no cobertor, era uma cena fofa.

Kyle tentou ignorar a dor de cabeça e o incômodo por causa da luz, mas a proximidade de Blake fazia com que um leve sorriso escapasse dos seus lábios. Ele respirou fundo, absorvendo o aroma familiar e reconfortante que vinha do travesseiro e de Blake, um misto de shampoo cítrico e um toque amadeirado.

Ainda com a cabeça debaixo do travesseiro, Kyle esticou o braço, tentando alcançar o celular na mesa de cabeceira sem se mover muito, ao pegar o aparelho, viu que marcava quase onze da manhã.

Ele tirou o travesseiro de cima da cabeça e se virou para olhar Blake mais uma vez antes de levantar.

Ele precisava do maior copo de café que tivesse ali, ele era um pouquinho viciado, e parecia que a bebida agia como mágica e sempre acabava com suas dores de cabeça de ressaca, Kyle deslizou para fora da cama, tentando não fazer nenhum ruído, pisou no chão frio do quarto, vestiu sua cueca que estava jogada no chão e caminhou silenciosamente até a porta.

Na cozinha, ele revirou cada canto, procurando e não tinha café em lugar nenhum, com um suspiro irritado, Kyle voltou para o quarto e pegou uma peça de roupa limpa de Blake, iria para a cafeteria que ficava dois prédios dali, decidindo levar apenas a carteira.

Com a camisa de Blake levemente larga em seu corpo, Kyle saiu do apartamento, sentindo a brisa matinal no rosto. O sol ainda estava forte, fazendo-o estreitar os olhos e aumentar o ritmo para alcançar a cafeteria o mais rápido possível.

O caminho até a cafeteria era curto, e em poucos minutos, Kyle já estava abrindo a porta de vidro do pequeno estabelecimento. O aroma familiar do café fresco invadiu suas narinas, trazendo uma sensação de alívio imediato. O local estava tranquilo, com apenas alguns clientes espalhados pelas mesas.

- Bom dia, Kyle! - Diz Nancy, a dona do lugar, ela tinha uns cinquenta e poucos anos e conhecia Kyle desde que ele era criança. - O de sempre?

- Bom dia, sim e aquele troço que o Blake gosta.

Blake era o maior fã de café cheio de creme e muito doce, enquanto Kyle escolhia sempre um café preto e simples.

- Tem notícias do seu pai? - Nancy perguntou, depois de colocar as máquinas para trabalhar.

- Não. - Kyle respondeu com um riso sarcástico. - E é melhor assim.

A cidade era pequena, quase todo mundo se conhecia, Kyle suspeitava que o seu pai e Nancy tiveram algo no passado, uma pena, porque ele gostava ela e achava ela uma boa pessoa, não merecia estar com alguém tão desprezível como o pai dele.

- Bom, ele tá vindo em sua direção.

Ah, merda.

Que dia de merda, e mal tinha começado, fazia meses que Kyle não ouvia falar do seu pai, mas agora ele estava ali na cafeteria.

Kyle sentiu um arrepio gelado percorrer sua espinha ao ouvir as palavras de Nancy. Ele se virou lentamente, tentando esconder a expressão de desgosto que subia pelo seu rosto, não tinha como sair correndo, do outro lado da cafeteria, seu pai estava caminhando em sua direção, com aquele mesmo olhar frio que Kyle conhecia tão bem.

- Kyle. - A voz grave e autoritária ecoou, quebrando o breve silêncio que se instalou no ambiente.

- Pai. - Kyle respondeu secamente, mantendo o olhar fixo no homem em sua frente, ele não iria baixar a guarda, enquanto Nancy terminava de preparar os cafés.

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