💛Capítulo: 29💛

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Acordei abrindo os olhos lentamente. Logo me deparei com a minha poltrona de tecido floral, mas ao invés de ver o meu urso grande, de pelúcia branca e orelhas rosas, que ganhei da minha mãe em um dos Natais, vi que estava diante de Ellen. Ela lia o meu livro da Jojo Moyes.


E assim, todas as recordações vieram à minha mente.

"Camila, minha mãe, ambulância, hospital, meu pai com a cara feia, e Diego... Meu Deus! Esfreguei os olhos e sentei-me na cama quando ouvi Ellen falar:

-- E aí, dorminhoca, está melhor?

-- Sim, mas... Atordoada. Quero saber da minha mãe, você teve notícias dela? Diego te ligou, ou mandou mensagens?

-- Calma. Ele mandou sim. Disse que sua mãe não teve um infarto por pouco. Foi uma crise hipertensiva. Já foi medicada e está em observação. Amanhã poderá vê-la.

-- Nossa, que bom ouvir isso, você não imagina o peso que eu tirei das costas. Deus me perdoe, mas Camila há de pagar bem caro pelo que fez!

-- Não pense nisso, agora. Esqueça.

-- Vou tentar. E a leitura, estava boa?

-- Sim. Lindo livro! Posso levar para ler?

-- Claro! Já terminei de ler. Vai gostar muito. Ela é uma escritora fabulosa!

O celular de Ellen vibrou e ela atendeu. Deixou que eu ouvisse a conversa, pois não havia segredos entre nós.

-- Oi, Dieguito! Como estão as coisas?

-- Diz para a Carol, que a mãe dela está bem e fora de qualquer risco de perigo!

-- Ela está ouvindo, coloquei no viva voz.

-- Oi, Carolzinha!

-- Oi, meu querido!

-- Bom, você ouviu, está tudo bem. Agora tenho umas coisas para resolver e depois vou para casa, não poderei voltar. Ellen vai ficar com você.

-- Que tanto você tem para resolver, está ocupado, heim?

-- Sim, muito. Te vejo amanhã no hospital.

-- Está certo. Obrigada por tudo. Até amanhã. Beijos.

Fiquei sentada na cama, mas percebi que Ellen continuava a conversar com Diego e dessa vez, sem viva voz. O que seria? O papo continuava e eu ficando cada vez mais curiosa, pois ela respondia por meias palavras, tipo: ok, sim, não, está certo, pode deixar, e...

Ela desligou e olhou para mim com cara de quem guardava algum segredo.

-- Tudo bem, Ellen, ou algum problema?

-- Não, nada! Eu encomendei algumas roupinhas íntimas com ele, pois conheci um gato e estamos namorando.

-- É mesmo? Que notícia boa! Fico muito feliz! Que dê tudo certo entre vocês!

-- Obrigada, amiga. Vamos tentar! Quem sabe?

Por incrível que pareça, ela não me convenceu. Tinha o semblante meio sem graça. Eu fingi que acreditei. De repente não era nada, mesmo, mas por que não pude ouvir esta parte da conversa? Não escondemos nada uma da outra? Percebi que ela queria mudar de assunto. Não fiz questão de arrancar a verdade dela, pois eu poderia estar inventando coisa.

Depois do trauma todo que sofri, por causa daquela requenguela da Camila, eu poderia estar vendo coisas onde não havia. Ellen cortou meus pensamentos e perguntou:

-- Carol, vou fazer uma sopinha, que tal?

-- Eu aceito. Vai cair bem, depois de um banho.

-- Certo. Vou fazendo enquanto você se arruma.

Conquistando meu ÍdoloOnde histórias criam vida. Descubra agora