Após as portas serem abertas, o interior da casa foi quase totalmente iluminado graças à luz natural. Era um salão imenso, de deixar qualquer pessoa boquiaberta. O piso empoeirado teria se tornado brilhoso graças ao vento criado pela abertura das duas portas, consequentement, uma nuvem de poeira voou para as paredes. Uma grande mesa oval de madeira ocupava o centro do salão, e por baixo, um grande tapete, já um pouco desgastado. Nos cantos, se encontravam várias cristaleiras, estantes e, principalmente, quadros. De todos os tipos e temas. Dos mais diversos dali, o que mais chamava atenção era o maior deles, que se localizava na parede bem de frente para a porta de entrada: a pintura de um homem, já meio velha. Era justamente a do dono da casa, Constantino Moretti. Todos observavam em silêncio a casa, provavelmente, todos impressionados com a imensidão do local, e também, com toda aquela ostentação. A primeira a quebrar aquele silêncio foi Valentina.
ㅤ— Ca-ram-bo-las.
— Então... Essa é a mansão? — Perguntou Milo.
— Meu Deus, esse hall de entrada vai aumentar em 10 vezes o aluguel! Hahaha!
ㅤCavalcante estava extremamente empolgado quando entrou na mansão, enquanto ele se aproximava dos móveis, mancando. Montel começou a falar algumas coisas em voz baixa, enquanto corria em direção às pinturas também, para analisá-las. Olivier se aproximou de sua mãe, Angelina, que também estava bem abismada.
ㅤ— Cadê meu quarto, mãe?
— Nossa, que lindo, né Olivier?
— ... É, mas o quarto-
— Olha o tamanho daqui, os móveis...
— Mama, o quarto-
— Gente, calma, curte um pouco o espaço! Olha que lindo, o ambiente...
— É que a gente andou por sei lá quanto tempo, fomos atacados por um javali, eu só quero um lugar pra deixar a mala-
— Quer saber? — Interrompeu Amelie. — Fica aí tentando convencer ela, eu vou ver ali, tá bom? Tchauzinho.
ㅤAmelie foi em direção ao seu pai. Ele estava extremamente focado nas pinturas, e nem deu atenção para a aproximação da filha.
*Valentina POV*
Ainda me encontrava em estado de choque. Aquele lugar é, de longe, o único lugar em minha vida que eu vi esse tipo de decoração, e com certeza, deve ser um dos lugares mais chiques do mundo! Não me segurei, e corri até a mesa oval e me virei para Milo e Bárbara.
ㅤ— Gente, vocês estão acreditando que a gente tá aqui!? Cara, eu... É muita coisa pra absorver!
— Realmente, é um lugar bem legalzin'... — Comentou Bárbara.
— É... Vocês podem levar as bagagens. Bom, temos que achar os quartos para levarmos as malas, né... Devem estar no 2° andar, eu imagino.
— Ah, nós podemos levar. A gente ajuda. — Falou Milo.
ㅤEu, Milo e Bárbara pegamos as bagagens e logo subimos as escadas. Passei pela Amelie, e a vi tentando falar com o pai dela, mas ele não a dava atenção. Fiquei meio revoltada. Como uma pintura é mais importante que a própria filha? Enquanto eu passei e fui terminar de subir as escadas, senti olhares sobre mim, então olhei em volta. Não tinha ninguém me observando, eu acho. Então, desviei a minha atenção para Amelie e ela também me olhou. Parece que meu coração deu um pulo, não sei o porquê. Apenas dei um sorriso, e ela o retribuiu, só que um pouco menor. Por que ela estava olhando para mim?
Balancei levemente a minha cabeça para os lados e voltei atenção ao nosso objetivo: levar as malas. Ajeitei-as em meus braços, e continuei a seguí-los. Acabei não prestando atenção, mas Bárbara e Milo ficaram para falar com Montel. Aproveitei que eu já tinha chegado no 2° andar, então coloquei as bagagens no chão e voltei. Agora eu entendi o porquê ela estava olhando pra mim. Que vergonha.
ㅤ— Vocês nunca ouviram falar dele? — Montel perguntou. Todos ficaram em silêncio por um momento.
— Esse aí no quadro era aquele pintor famoso, né?
— Si, exatamente.
— Esse cara tinha filho?
— Não que se sabe... Ele ficou extremamente popular por muitos anos e de repente, desapareceu. Decidiu que ia morar nessa ilha e nunca mais fez nenhuma exposición.
— Então o senhor veio para a mansão por causa do pintor? — Perguntou Milo.
— Eu fui contratado para analisar as pinturas dele. Aparentemente, ele foi declarado morto e desapareceu a mais de 20 anos. Eu fui designado para analisar as pinturas dele para ver se tem algo de valor.
— Então... Você tá me dizendo que esse pintor, da nossa ilha, é conhecido no Brasil inteiro?
— No mundo inteiro. — Corrigiu Montel.
— Da nossa ilha?
— Estranho, né? Ninguém entrava nessa mansão- — Perguntou Bárbara, e eu afirmei com a cabeça. Logo foi cortada.
— Vocês sabem o que é o mundo? — Ironizou Amelie.
— Gente, vamos ficar parados aqui nessa escada mesmo? Eu quero achar meu quarto, pelo amor de Deus!
— Mama, eu também quero achar meu quarto, calma...
— Desculpa, desculpa.
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Us Against the Dark (O Segredo Na Ilha | Amelie Florence).
FanficDuas almas gêmeas destinadas a se encontrar, logo em um lugar tão sombrio. Começo: 10/07/2022.