Capítulo 7.

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*Valentina POV*

Depois de alguns minutos, chegamos ao vilarejo. Wagner acabou vindo junto com a gente, já que ele teria que levar o porco para a sua casa.

— Ó, é... Essa aqui é minha casa. Não sei se vocês querem entrar ou se vocês querem ir direto pro médico... Acho que sua perna tá feia...
— É melhor irmos direto pro médico. — Amelie falou.
— Pois é. Obrigada Wagner, a gente se vê depois. Eu vou levar eles lá.
— Beleza então, Va. Melhoras, garotão.
— Valeu, valeu.

Nós seguimos a caminhada, e Wagner entrou em sua casa. Ao longe, vimos Bárbara e Bartô com o Milo no colo, enquanto corriam em direção à Návia. Também notei que as pessoas estavam organizando as mesas e as cadeiras para o churrasco que iria acontecer mais tarde. Lá tinha o Davi, o "faz tudo", a Maíra, a irmã da Igreja, e o Francisco, o padre. Nunca fui com a cara dele, sempre achei ele meio... Falso. Não sei se eu vou conseguir participar, mas como a minha mãe sempre enche a cara ou nem ao menos sai de casa, acho que não teria tanto problema assim.

Em 5 minutos, chegamos na casa de Návia. Eu nem quis bater na porta, apenas a abri, já que escutei a voz dela e da de Bárbara.

— N-Návia! Desculpa o incômodo, mas tem mais um ferimento-
— NÁVIA, NÃO TEM, ONDE QUE PEGA!?
— Gente, o quê tá acontecendo?

Amelie perguntou, enquanto nós fomos até a maca livre e deixamos Olivier sentado sobre ela.

— Quê!? Va! Quem são eles? É muita coisa acontecendo ao mesmo tempo!
— S-São uns moradores novos! Um monte de bicho atacou a gente lá na praia!
— Cadê o negócio que a gente precisa pegar!?
— Nós estávamos com eles, o que aconteceu com o Milo, gente!?
— Calma, o Milo tá estabilizado, e o que aconteceu com a sua perna?
— Ah, eu tô bem, é que só tá... Bem feio.
— Nossa, tá feio mesmo, é... Calma...
— Foi só mordida.
— Faz o seguinte, é... A gente não tem muito tempo, do jeito que ele tá, eu só tenho mais algumas horas, é...
— Pera, ele tá morrendo?
— ... O-O veneno já entrou bastante, a gente precisa fazer um antídoto-
— NÁVIA, PELO AMOR DE DEUS, FALA O QUE A GENTE TEM QUE PEGAR!
— EU TÔ FALANDO, ME ESCUTA! Vocês precisam pegar uma erva rosada, ela se chama "Pé de Gato", tem alguns jeitos de achar ela, mas eu tô aqui cuidando e estabilizando ele, então não vai dar. Vocês conseguem ir?
— É claro! — Falei. — Nós vamos! Como é que a gente acha essa erva?
— Vocês precisam entrar no meio do mato, e tem alguns jeitos de reconhecer. Vocês tem que procurar em troncos específicos, meio listrados. Mas tem algumas ervas parecidas que são venenosas. Vocês podem tentar comer, o que é meio perigoso, ou achem o bisteca, porque ela se chama "Pé de Gato" porque os gatos odeiam o cheiro dessa erva. É só levar ele com vocês.
— Tá certo! Bárbara, você vem?
— E-Eu vou com vocês! — Exclamou Amelie. Afirmei com a cabeça.
— 'Vamo! Bartô, 'ocê cuida do Milo aqui? — Ele estava falando com o Milo, que cochichava algumas coisas.
— Enfim, não temos tempo! Vamos logo, a gente já volta!

Eu comecei a andar até a porta da casa, para sair. Bárbara e Amelie me seguiram, e logo saímos.

— Tá, pera... Cadê o bisteca?
— Gente... Tá tudo bem? O menino tá bem? O Olivier tá bem?
— Tão sim, eles estão aqui dentro da casa. Entra lá. — Avisei, para ela entrar logo, e assim ela fez.

(Teste de percepção com intelecto de Valentina: 19)

Mais um pouco a frente, vimos o Bisteca.  Mas estava com o Pedrinho e Vitinho. Só me faltava essa. Eles provavelmente estavam tentando pegar o Bisteca pela milésima vez só pra falarem que eram os "donos da Ilha".

— Ah, não! Agora, não! — Bárbara exclamou, e foi até eles. Eu e Amelie a seguimos. Logo, paramos diante a eles. — E aí!? Vocês vão parar de fazer merda hoje ou ainda não!?
— Quê que você tá fazendo aqui, hein?
— 'OCÊ CALA A SUA BOCA!
— Quem é essa aí? E o que tu tá fazendo aqui? — Ele perguntou pra mim. — Quer que eu puxe suas trançinha de merda de novo?

Us Against the Dark (O Segredo Na Ilha | Amelie Florence).Onde histórias criam vida. Descubra agora