Capítulo Treze

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No dia seguinte, Malu foi mais cedo para o hospital e enquanto não dava sua hora, ela ficou na recepção conversando com as meninas, João Miguel passou e nem olhou para ela. Deu um bom dia coletivo, e seguiu para a sua sala.

— Oh my God, é gato esse doutor né? — Melissa, uma das recepcionista falou.

— Cuidado, a Malu está de rolinho com ele e você já conhece a fera né. — Lucimara fala, Malu cruza os braços e abre a boca pra falar, mas Melissa se adianta.

— Ah é Malu? Você está de rolo com o doutor? Não foi o que pareceu, ele nem olhou na sua cara quando entrou.

— Oh suas fofoqueiras, de onde vocês tiraram que eu e o João Miguel temos um rolo?

— Hum, nossa quanta intimidade que você tem com ele, chama de de João Miguel e não de doutor. Ontem eu vi vocês na cantina e ele beijou a sua mão, depois vi que saíram juntos de carro. — Malu revira os olhos.

— Mas é uma enxerida mesmo, porque vocês não vão cuidar da vida de vocês? Credo. — Malu saiu furiosa e foi para o seu balcão. No decorrer do dia, Malu não viu o doutor em nenhuma parte, só no finalzinho da tarde que ele passou pra fazer visitas aos pacientes cardíacos.

— Boa tarde Maria Luiza, você tem registros de novos pacientes do setor cardiológico? — João Miguel perguntou todo formal.

— Boa tarde, João Miguel. Tenho sim, já pego pra você. — Malu entregou os registros ao doutor e respirou fundo antes de falar. — João Miguel, eu preciso falar com você.

— Malu, eu espero que a partir de agora você volte a me chamar de doutor e não estou com tempo agora. — Ele disse firmemente, fazendo Malu ficar constrangida.

Malu ficou se sentindo uma inútil, uma boba, sem entender a atitude de João Miguel e não conseguiu controlar o choro enquanto organizava os prontuários dos pacientes. As lágrimas molhavam seu rosto sem que Malu pudesse controlar. O beijo da noite passada ainda estava fresco em sua memória, as carícias ainda estavam em sua pele e isso a deixava mais triste ainda. Ela havia gostado do que aconteceu.

— Ah Eduardo, que bom que te encontrei, preciso conversar. — João Miguel disse assim que encontrou seu amigo.

— Aconteceu alguma coisa? Porque a sua cara não é das melhores.

— Cara, eu beijei a Malu ontem lá em casa, disse pra ela que não podia ter acontecido aquilo e depois saí correndo. E o pior mandei ela embora de taxi. — João Miguel massageia a têmpora.
—Hoje ignorei ela o dia todo, fui grosso com ela quando me pediu que conversássemos mais tarde e eu não sei porque estou fazendo isso. — Ele dá um soco no ar. — Na verdade eu sei, mas eu não queria fazer isso, eu sinto que ela está triste. Eu não posso dar esperança a ela, tenho medo que ela se apaixone por mim e nós somos muito diferentes, não daria certo.

— Eu não te entendo João Miguel, vai dizer que agora você está se preocupando com o que os outros vão pensar? A Malu não é uma perfeita dama, mas mudou muito desde a última vez que trabalhou aqui. Você gosta dela, pra que ficar fugindo desse amor? Vai ser feliz uma vez na vida, meu amigo.

— Não, eu não posso! Cara, a Malu não se sentiria bem com meus amigos, minha família. Já chega o meu irmão que está passando um inferno, porque a mãe não aceita a noiva dele. Justamente porque é órfã e não é de família rica.

— Olha João Miguel, eu não falo mais nada. Você é bem grandinho. A Malu é uma moça muito linda, qualquer homem gostaria de ficar com ela. E esse jeito maluquinho dela, a sua pureza, a sua juventude, são ótimos atributos para enlouquecer qualquer um.

A BELEZA DO AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora