Capítulo Um

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— Padre, o que eu fiz de tão errado, para ela não me querer? Eu era apenas uma criança. ­— Disse Malu, com sua alma angustiada e seus olhos inundados de lágrimas.

— Minha filha, você não pode ficar se perguntando o que você fez, e sim deve tentar entender que a sua mãe talvez não quisesse abandonar vocês, talvez por algum motivo maior, ela tivesse que deixar vocês ou em algum momento mal da vida, tenha perdido vocês.

— Como padre Anselmo? Uma mãe jamais perde um filho que ama! — Malu disse secando as lágrimas, tomada por tanto rancor.

— E se ocorresse como no seu caso, você jamais queria ter se separado da sua irmã, não é? No entanto você não a encontrou mais onde deixou.

— Ui padre, nem me lembre! Eu não suporto saber que eu abandonei a minha irmã, eu não podia ter deixado ela, devia ter dado um jeito, devia ter mantido ela perto de mim.

— Minha filha tantos "devia"! Quem somos nós pra querer mudar o que passou, não dá já foi. Talvez Deus já tenha traçado um plano pra vocês e um dia poderão se reencontrar.

— Sim padre, o senhor tem razão. — Malu disse se levantando e beijando a mão do sacerdote. —Vou pra casa, a Cândi já deve tá preocupada porque sempre que venho aqui conversar com o senhor, eu fico horas. É que eu me sinto protegida quando estou perto do senhor. — O Padre abraçou Malu com muita ternura e então ela se foi.

Enquanto isso no Rio de Janeiro...

— Estão todos aqui? Podemos começar a reunião? — A mulher disse com seu mal humor matinal, elevado à um nível maior nessa manhã.

— Não. O João Pedro ainda não chegou, senhora. — Oscar disse com receio de entregar o colega, mas foi preciso.

— Tranca a porta Oscar, começaremos a reunião, quem chegou no horário combinado chegou, quem não chegou conversaremos mais tarde. — Ela disse e abriu seu Ipad. Todos se entreolharam e se encolheram sob o olhar severo da mulher.

Enquanto isso, o bonito jovem João Pedro, acordava ao lado de uma bela moça, em seu apartamento de solteiro.

— Ai meu Deus, são 09h05min. Droga, a reunião iniciou há cinco minutos. — João Pedro disse levantando da cama, se dando conta de que estava atrasado.

— Ai que reunião se ta falando gato, deixa disso ai fica mais um pouquinho. — A garota disse toda manhosa, tentando agarrar JP.

— Sai, e só pra deixar claro, para que não haja mal entendidos, essa foi a última noite que passei com você.

— Ai gato, que pena. Mas eu sei perfeitamente, na verdade nós sabíamos desde o inicio que isso era só pegação, então não se preocupa, sem ressentimentos.

— Que bom que você entende. — JP tomou um banho rápido e se despediu da garota com um beijo.

Ao chegar na empresa, correu para a sala de reunião, a porta estava trancada e sua entrada foi proibida. Ele ficou putaço, saiu cuspindo fogo em direção a sua sala.

— Fabian, eu não acredito cara, eu nem me atrasei tanto assim meu, ela não tolera nada. Mas tu pode ter certeza, eu vou ter uma conversa séria com ela mais tarde.

— Irmão, você sabe que a senhora não tolera atrasos, que ela preza pela pontualidade dos seus funcionários. — Fabian disse tentando acalmar o amigo, mas falhando. Então tentou descontrair. — Tá, mas esquece por um momento essa eventualidade e me conta o motivo do seu atraso. Não, não deixa eu adivinhar, apartamento de solteiro, Beatriz? Não, Tália? Acertei. — Funcionou, porque JP abriu um sorriso e começou a contar tudo.

A BELEZA DO AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora