capítulo 1

905 81 30
                                    

As coisas costumam acontecer muitas vezes de formas estranhas e inesperadas, mas isso é algo normal, já que não podemos ter controle sobre tudo que nos acontece. Durante a infância, aprendemos que cair pode doer um pouco, mas permanecer no chão é para fracos, que devemos sempre nos levantar. É ainda na infância que começamos a ter nossas primeiras ideias sobre o que fazer no futuro, o famoso: “quando eu crescer…”.


Idealizamos sonhos, comemoramos nossas primeiras conquistas e pulamos de felicidade. Afinal, chegar ao final da amarelinha sem errar uma única vez, é uma conquista e tanto. Ou quem sabe, bater o recorde de pular corda, quem gira mais tempo o pião de madeira, ganhar uma corrida de carrinhos… são tantas coisas, pequenas para os adultos, mas de um importância tremenda para uma criança.


Nessa fase, os anos vão passando e sonhamos com a vida adulta, com o finalmente “ser grande” e quando chegamos lá, vemos o quanto era bom ser criança, o quanto era bom não se preocupar com as contas perto do dia de vencimento ou em fazer as compras da semana. Que agora não tem mais mamãe e papai para segurar nossas mãos quando se vai ao médico e dizer tudo que você está sentindo. Agora a vida mudou e viver se tornou uma batalha diária e o diagnóstico do médico seria capaz de mudar tudo.


Kara Danvers, uma mulher que aproveitou sua infância ao máximo, que cresceu rodeada de pessoas que a ama e faria tudo por ela. Kara, é daqueles tipos raros de pessoas que iluminam tudo ao seu redor. Agora ela estava ali parada em frente aquele médico tentando absorver tudo que ele falou e quando se deu conta do peso daquelas palavras, seus ombros caíram, seu coração acelerou, um nó se formou em sua garganta e seus olhos se enxeram de lágrimas.


– Srta. Danvers, se acalme. – o médico se preocupou com a forma que sua paciente chorava copiosamente e se levantou para pegar um copo com água para ela – Tome um pouco, vai lhe ajudar a se acalmar. – Kara pegou o copo e bebeu devagar. – Sente-se melhor? – o médico perguntou após alguns minutos.


– Sim. Estou bem. É só que… – ela respirou fundo – de tudo que eu pudesse ter, jamais imaginei que estivesse grávida. – ela tocou seu ventre.


– Compreendo. Entendo que não planejou, mas isso não quer dizer que é algo ruim. Minha mãe sempre diz que as coisas acontecem quando tem que acontecer. – Sorriu tentando reconfortar a sua paciente.


– Minha mãe diz o mesmo. – Kara se permitiu sorrir.


– Vou passar algumas vitaminas para você, assim esse bebêzinho vai crescer forte e saudável, também alguns exames e preciso que veja se suas vacinas estão em dias. – ele falava enquanto ia anotando tudo e Kara assentia. – Aqui está. – Entregou o papel. – Na recepção você pode marcar os exames e também agendar seu pré-natal. Agora vamos ver esse bebê?


– Sim, por favor.


Ela foi orientada a se deitar na maca no outro lado da sala, onde ficava o aparelho de ultrassonografia. O médico colocou um lençol sobre suas pernas e pediu que ela desabotoasse a calça e levantasse um pouco a blusa. O gel foi espalhado sobre seu ventre e logo o aparelho começou a ser deslizado pelo local, não demorou nada para o médico encontrar o bebê.

O presente que me deixouOnde histórias criam vida. Descubra agora