A Família Madrigal

Depois da partida: dourada.

Alguém aqui gosta de Descendentes ou a saga Hobbit??

(spoilers....)

Mais um capítulo!!!

Capítulo editado dia: 01/05/2023.

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Ninguém tinha mais bolsas nos olhos a não ser Pepa, mas era óbvio que todos tiveram uma noite desagradável de sono. Bem, todos a não ser Luiza, que pode ainda estar tensa e com alguns nós no pescoço, mas que parecia mais descansada do que já estivera em... bem, algum tempo. Mas apenas uma noite de sono não seria o suficiente para compensar o tempo perdido.

Antonio estava sonolento, praticamente dormindo no café da manhã. Camillo tivera que alimentá-lo, pois seu irmãozinho não conseguia sequer segurar a colher por muito tempo. A família que lhes proporcionara comida além de um teto pareciam tímidos em achar seu irmãozinho fofo, Camillo pensou que fosse o motivo por trás de ele estar tão cansado. Camillo estava cansado, por mais insistentes que seus olhos fossem em fechar com os quilos de areia neles, ainda não era o suficiente para o sono vencer e ele se permitir descansar adequadamente.

Assim como o resto de sua família.

Ele pensou em Mirabel, claro. Ele sabia que não era o único. Assim como também não era o único a não ter coragem de dizer o nome dela em voz alta naquela manhã. Depois de passar horas gritando seu nome em meio a árvores e arbustos, caminhando até sentir seus pés implorarem por descanso, ele pensou que seria mais fácil apenas dizer que ela não seria encontrada caso não quisesse ser. Mas estava errado. Se nem seus tios, como ele veio descobrir após o café, após agradecer à família mais uma vez e sair da casa, tinham forças para dizer alguma coisa, é claro que mais ninguém teria.

Doeu, claro que sim, mas ninguém tinha forças naquele momento.

Eles se lembraram de outro detalhe, porém.

"Cadê o tio Bruno?" Foi a voz sonolenta de Antonio que quebrou o silêncio.

Sua mãe fingiu não ouvir, mas Félix que agora segurava seu filho mais novo sabia que a melhor decisão seria fazer o mesmo por enquanto.

A fumaça dos escombros era quase inexistente a não ser pelos passos na poeira e um sonolento Antonio foi colocado sentado em uma pedra particularmente grande para descansar enquanto a família trabalhava. Abuela não estava com eles, apenas tendo os acompanhado até o local, mas todos eram prudentes em não permitir que uma senhora idosa fizesse qualquer esforço, principalmente depois do que havia passado. Ela saiu, alguns perguntando para onde, mas ela despensou todos, dizendo apenas que voltaria mais tarde.

A matriarca da família caminhou sem olhar para trás, mas com lembranças de uma vida passada martelando em sua mente. Agora seu manto que marcava seu luto fortemente abraçado em seus ombros, a mulher mantinha as sobrancelhas juntas, seu cabelo grisalho preso em um coque cheio e apertado e olhos atentos a cada folha de árvore que não fosse verde, qualquer coisa que pudesse indicar onde sua neta pudesse estar. Sim, ela concordava com os outros de que ela seria encontrada quando quisesse ser encontrada, dando-lhe o tempo de que precisava, mas algo lhe dizia que não era sábio desistir de procurá-la, tinha que encontrá-la a todo custo o mais rápido possível!

Foi como se uma força a guiasse, algo que ela já não sentia há muito tempo. Quase irreconhecível se não fosse tão forte. Ela deixou que seus pés a guiassem, sua mente apenas seguindo um velho instinto.