Ao inferno

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Sarah

Eu estava arrumando as coisas naquela madrugada para que eu pudesse levá-los ao Ginásio Guizelini, a academia fundada por minha mãe ao lado do homem mais importante: Incel.

Endeavour sempre cuidava de mim antes de termos o Guilherme, ele me acariciava e prometia a mais bela estrela que existia no vasto do espaço. Mas depois que o Guilherme apareceu em nossas vidas, ele começou a me bater e parou de ajudar em casa... eu não entendo o homem que ele se tornou agora.

Lágrimas escorreram pelo meu rosto quando fui de fininho ao quarto de meus filhos que ainda dormiam tranquilamente, eu os amo. Muito. Segurei as lágrimas para não soltar um soluço e acordá-los, então só me afastei aos poucos e me lembrei da promessa de Guilherme.

Iria voltar para mim, me orgulhar, fazer a Morte parar de existir... sei que ele é apenas uma criança que não tem noção das palavras mas... eu não duvido dele. Thierry também o odiava e me odiava, sem motivos. Já o Scott... ele... só queria a aprovação do pai e quer ser igual o Thierry, já que o admira muito.

Naquela manhã, Thierry e Guilherme estavam discutindo no quarto enquanto eu lavava a louça e Scott implorava para pararem.

—Vocês vão parar ou terei de ir aí!?— indaguei olhando na direção do quarto que não era longe da cozinha... moravamos em um lugar melhor antes do Guilherme aparecer.

Eles me ignoraram e continuaram a discutir, conseguia ouvir as palavras e fui me aproximar para interromper.

—Você se acha superior por ter um poder que não sabe controlar, Thierry?— caçoou Guilherme. —Vê se cresce, eu serei melhor que você e bem mais poderoso.

—Odeio o seu tipinho que só sabe falar!— exclamou Thierry, com um tom irônico na voz e senti algo começar a queimar.

—THIERRY.— gritei ao chegar na porta do quarto. Thierry segurava nos ombros de seu irmão e saía fumaça de baixo de suas mãos e Guilherme deu um soco no queixo do garoto.

Thierry atirou uma pequena bola de fogo na direção de Guilherme que avançou de cabeça erguida e sem uma arma.

Scott tentou bloquear o ataque dos dois com uma parede de gelo, mas só cresceu um toquinho no chão deixando com que a bola de fogo de Thierry acertasse seu irmão. Tentei segurar Guilherme, mas ele havia saltado em Scott para tentar protegê-lo.

—Está doendo muito...— choramingou Scott e olhei para Thierry e Guilherme.

—Estão satisfeitos? Machucaram o irmão de vocês!— esbravejei em um tom severo.

—Cala a boca, cacete.— Thierry se dirigiu para mim e andou até a porta do quarto.

Aquilo partiu meu coração e meus olhos lacrimejaram, só consegui me ajoelhar perto de Scott para poder curá-lo e não percebi que Guilherme avançou para acertar um soco na nuca de Thierry.

Essa lembrança ainda me entristecia, eu chorava dias e noites por causa daquele ocorrido, daquela frase. Mas aquele não era um ótimo momento para eu martelar em minha cabeça tudo o que ocorreu até hoje.

Todas as crianças foram levadas para o domínio de Zel e deixadas em segurança com o Donald, eu já estava caminhando entre a multidão para chegar até os Guardiões Espaciais.

Inferny e o Começo do InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora