Para o meu "eu" do futuro

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Acordei na noite do dia seguinte com Amy sentada na poltrona de frente para a cama do hospital e eu respirei fundo, dando soquinhos no colchão duro, me sentando e tirando as seringas. Ela veio até mim colocando as mãos em meu rosto, dando pequenos beijos e me abraçando fortemente. Senti um nó na garganta quando percebi que Amy chorava, acariciei seus cabelos e beijei sua cabeça.

—N-não faz isso nunca mais, me ouviu!?— indagou Amy, a sua voz tremia. —Eu podia ter te p-perdido, seu idiota.

Aquelas palavras pesaram meu coração, eu novamente não lutei a sério e nem levei em conta que poderia ter morrido e deixado os reféns morrerem nas mãos de Demon, mas a verdade é que eu estou querendo sentir alguma coisa para me mostrar que estou vivo. Nos tempos em que caçava os demônios que os Caçadores achavam, eu sempre chegava depois que os meus amigos eram enviados e mesmo assim, Amy e os Mestres Zel e Thraid viviam dizendo que eu chegava na hora. Mas não é verdade, eu ainda me culpo pela morte de Jellen e por não ter protegido Cellesty que não vejo direito tem um bom tempo.

Minha mãe e Mestre Zel haviam entrado na sala para checar se estava tudo bem comigo e me contaram que meu ferimento tinha sido aberto durante a luta, eu perdi sangue e por isso eu desmaiei. Os dois me cobraram dizendo que não ia lutar até que o ponto estivesse se curado por completo, apenas concordei com a cabeça.

—Seus irmãos estão preocupados com você, a Nathaly, os Pym e até o povo da Palmer.— contou minha mãe, acariciando meu rosto. —Estamos com medo de te perder, Gui! Você é importante para todos nós.

—Mas você vai se recuperar logo, eu tenho certeza.— Mestre Zel bagunçou meu cabelo. —Saudades de treinar você, sabe? Deveríamos voltar a treinar

—Algum sinal dos Guardiões!?— foi a única coisa que falei desde em que entraram. —Eu amo vocês e fico grato em que se preocupem, em que queira me treinar mas... é o filho de Lúcifer que está à solta por aí e matando heróis de Ranking S, Z e A. Precisamos da ajuda de vocês!

—Não conseguimos encontrar os outros e Incel já está rodeando Angel City com os heróis mais fortes e...— eu não aguentei o que Mestre Zel estava dizendo.

—Os heróis mais fortes estão morrendo para o Demon, Mestre.— tentei me levantar, mas Amy me impediu. —Ele iria matar crianças na minha frente!

—Estamos fazendo o melhor, filho.— minha mãe beijou minha testa. —Vai ficar tudo bem, ok!?

Depois de minutos em um silêncio mortal, os dois saíram e ficou somente eu e Amy.

—Eu não quero perder você...— segurei as mãos da garota e encarei seus olhos. —E-eu não entendo, sabe!? Eu só quero me sentir vivo.

—Guilherme, você não me perder nunca!— confirmou Amy, dando um sorriso. —Você precisa de um tempo para ficar bem, um tempo que vai fazer você melhorar 100%.

Ela me deu um selinho dizendo que estava na hora de eu voltar a dormir para me recuperar, mas me levantei e sentei no colo da garota que se sentou no sofá. Nos beijamos por uns minutos ali, mas ela insistiu que eu deveria ir dormir.

—Deita aqui comigo, por favor.— pedi a ela, minha voz falhou. —Eu estou com medo mesmo não demonstrando.

—Eu deito sim.— aquelas palavras me tranquilizaram e me fizeram deitar.

Amy se deitou ao meu lado, me abraçou e começou a acariciar meu rosto fazendo com que eu relaxasse e desse um sorriso... eu adormeci.

. . .

Se passaram dois dias em que fiquei no hospital sem fazer porra nenhuma, mas finalmente recebi alta e pude subir para treinar com Mestre Zel que estava me olhando com uma expressão de indignação. Eu estava manuseando as espadas com muita raiva, me movimentando com muita raiva e agindo com muita raiva. Amy também notava que eu andava meio puto e tentava me acalmar, mas sempre zombava de mim, me chamando de senhor puto.

Inferny e o Começo do InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora