VII

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— É que... Não, Rodrick, melhor não.

— Tudo bem, eu não vou te forçar a nada que você não queira, mas para qualquer coisa, estou aqui. — dá uma piscadela para mim, e eu sinto um alívio imenso.

— Obrigada por entender. — sorrio sem graça — Bem, de qualquer forma, acho que já está na hora de ir. Eu posso ir andando, tudo bem.

— Não, tá maluca? Ir andando assim, de noite, sozinha? Nem fodendo.

— Ah, não, sério, eu estou acostumada.

— Não, cala a sua boca, você vem comigo.

— É... Desculpa?

— Venha, vamos subir de novo.

Ao subirmos de volta para irmos embora, a Sra. Heffley nos para, no meio do caminho.

— Rod, querido, você não vai acreditar no que o "Mamão" aprontou para você — ela sorri, aparentemente orgulhosa do "Mamão"

— "Mamão"? O Greg ou o Manny?

— O Manny, querido, Greg foi dormir no Rowley. Bem, o Manny está na sua van, ele fez uma pequena organização e uns desenhos lá... Ah, ele meio que derrubou um suquinho ali, mas eu prometo que limpo amanhã!

— Ah, mãe, por que a senhora deixou o Manny entrar na minha van? — Rodrick parecia furioso, mas por estar falando com a própria mãe, ele conteve a raiva

— Não é fácil fazer trinta coisas dentro de casa ao mesmo tempo, meu querido. Mas eu limpo amanhã, assim que tiver tempo.

— Tá, tudo bem, eu e a Alicia vamos a pé...

— Você não precisa andar tudo isso comigo, Rodrick, eu já sou bem grandinha.

— Eu já falei: não quero saber. Venha, venha logo!

Me despeço de Sra. Heffley e nós saímos da casa, onde eu levo um pequeno choque térmico, já que lá dentro estava quente por conta dos aquecedores, e, do lado de fora, um frio terrível. Me embrulho entre meus braços para me proteger.

— Que fofinha, você com frio, parece um pinguim.

— Vai tomar no seu cu! — mostro a língua e o dedo do meio para ele, que ignora e se aproxima.

— Calma, pinguinzinho, eu ia apenas oferecer o calor do meu corpo para te esquentar nesse frio do caralho, mas acho que você não se importa em morrer de hipotermia.

— Não, volta aqui! Me esquenta, você não gostaria se a única pessoa que vai aos ensaios morresse, certo?

— É, tem razão. Vem, chega mais perto. — me aproximo dele, que envolve seus braços grandes e levemente definidos em volta do meu corpo — Isso é jogo baixo, mocinha, usando o sagrado ensaio da banda em vão? Você vai pagar, um dia desses, mas eu prometo que vai ser de um bom jeito. — ele ri e lança uma piscadela pra mim

— De novo com esse tipo de piadas, Rodrick? Puta que pariu, parece que você só me enxerga como mais uma oportunidade de meter o pau em algum lugar! Sai! — Eu me afasto dele e faço bico, indo para o outro lado da rua, tremendo de frio, mas com o orgulho falando mais alto.

— Ei, amor, volta aqui! Eu estava brincando, me perdoa! Eu não vou te deixar ir sozinha para casa, muito menos passando frio, venha! Vou pegar um casaco pra você, como forma de redenção. — ele me chamou de amor? Argh! Moleque cara de pau! Eu não vou ferir o meu orgulho. Nananinanão. — Vamos, Alizinha, eu peço para a minha mãe fazer o chocolate quente dela, é o melhor que eu já tomei, tenho certeza que você vai gostar. Venha, por favor. Me desculpa.

— Você acha que um chocolate quente delicioso numa noite de frio extremo onde eu estou sem blusa de frio e com as pernas expostas me compraria? Porque, se sim, acertou, mas não pense que eu vou deixar isso barato, otário. — posso sentir minha língua tremer e minhas mãos doerem, enquanto falo, resquícios de fumaça saem da minha boca.

— Eba! Vem, me dá um abraço — ele me expreme, contra a minha vontade — estou perdoado? Somos amigos de novo?

— Está bem, idiota, está bem.

Entramos novamente em sua casa, a sra. Heffley estranha, mas me cumprimenta novamente. Ela faz seu chocolate quente (Rodrick não mentiu, é excelente) e me pede para dormir por lá mesmo, que ela falaria com meus pais. Não achei que fosse dar certo, mas em menos de meia hora, ela fez amizade com a minha mãe e as duas começaram a fofocar ao telefone.

— Alicia, sua mãe é muito gentil — Sim, quando ela não está agindo de forma irracional, é sim — disse a ela que vou te levar amanhã e que ela não deve se preocupar, pois está em boas mãos. Pode escolher um quarto, pode pegar o de hóspedes, ou dormir no de Rodrick, se quiser. — ela dá uma piscadinha e eu sorrio, vermelha.

— Mãe! Pode ir parando! Enfim, vamos lá, pegar um casaco para você?

Nos dirigimos ao quarto de Rodrick e eu tomo a liberdade de me sentar em sua cama, enquanto ele procura por algum casaco. Ele me entrega uma blusa peludinha preta, que eu nunca imaginei ser o tipo de peça que ele teria no guarda-roupas. Não pude evitar uma risada.

— Mães, sabe como é, né? — ele chega mais perto e sorri, ajeitando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha — Qual é, vai tirar sarro de mim por causa disso? — ele se aproximou um pouco mais, lentamente, olhando o fundo dos meus olhos, enquanto sorri. Odeio admitir, mas ele estava estranhamente atraente daquele jeito, e eu senti vontade de beijá-lo. Acredito que não agi por conta própria, foi mais por um impulso momentâneo, do qual eu subconscientemente não me arrependo.

— Sim, vou. Menininho da mamãe, você não colocou o casaco de pelinhos hoje! — seguro sua nuca e colo nossos lábios, respirando devagar, Rodrick deposita suas mãos em minha cintura, colando ainda mais nossos corpos. Sua língua acompanha o ritmo da minha, lentamente, acelerando de forma gradual. Desço minhas mãos para seu peitoral, e ele já aperta minha cintura com força, me desestabilizando um pouco, fazendo com que eu pareça um pouco frágil e indefesa, quando separamos nossas bocas e eu recosto a cabeça em seu peito. Ele tira uma das mãos de minha cintura e encosta nos meus lábios, fazendo leves movimentos circulares.

— Por mim, isso teria um replay, ein?

Nos colamos novamente, dessa vez comigo sentada no colo de Rodrick, na cama, enquanto ele puxa meu cabelo suavemente, acompanhando o ritmo do beijo. O puxo para baixo, fazendo com que ele fique por cima de mim e enrolo minhas pernas nele.

— Alicia, eu posso?

— Deve.

Rodrick Heffley É Um Idiota!Onde histórias criam vida. Descubra agora