Eu vou começar falando do dia da semana que eu mais odeio... Terça-feira, a maldita terça-feira. Por que eu a odeio tanto? Então... Foi em uma odiosa terça que eu descobri que não há limites para a safadeza humana. E quando se trata de homens, a cova é ainda mais funda ou o buraco é mais embaixo (como vocês preferirem).
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O ano era 2014, apesar de eu ter começado a colocar a data do dia em que eu estava escrevendo em meu diário somente a partir de 2020 (eu era meio burrinha, me desculpem), eu sei que foi em 2014 porque eu fazia curso naquela época.
Hidemitsu era um dos meus professores de Informática (eles chamavam de Módulo Básico I. Eu nunca entendi o porquê disso), ele foi o terceiro professor naquele ano de 2014, pois os outros dois, um homem e uma mulher, não estavam mais trabalhando naquele horário; eu estudava das 15:00h às 16h30 da tarde.
Por que eu estudava Informática? Cara, para começar, eu nem deveria ter começado a estudar lá. O lugar era super maneiro, eu gostava da atmosfera tranquila, facilitava a minha vida e me impedia de ter crises de pânico, he, he. Havia somente um probleminha: o professor meio brazuca, meio japa.
O cara não era lindo de morrer e eu não costumava me apaixonar pelos meus professores. Contudo, ele era razoável, fácil de conversar, gentil e um cara bacana. Era o que eu achava, né? Exatamente, era.
Eu tinha, ou melhor, eu tenho uma amiga de longa data que ia comigo até a instituição onde eu fazia o dito curso. Juliana, mas eu ainda a chamo carinhosamente de Ju. Nós duas vivíamos perambulando pelo centro da cidade; eu sou de Canela, caso vocês não saibam, uma cidadezinha que fica na região rural da metrópole do Rio Grande do Sul. Nós saíamos e andávamos entre as pessoas, se metendo nas conversas destas e sendo aborrecentes; a imaturidade reinava naquela época.
Era tudo muito divertido, até que Ju notou o filho da puta do professor, ela não se apaixonou por ele, é claro, mas ela passou a me incentivar a cultivar uma amizade com ele, o que eu fiz. Eu comecei mandando uma solicitação de amizade para o bendito sujeito no Facebook e ele aceitou a mesma rapidinho. Naquele dia, por incrível que pareça, eu me lembro que a escola estava paradona por causa da futura Mostra de Talentos (eu acho que tem essa merda em toda escola. Uma noite em que o povo só sabe dançar em cima de um palco mequetrefe e daí eles chamam o show de horrores de Mostra de Talentos), eu estava lá, sentada perto da secretaria, o tablet na mão porque eu era pobre (eu ainda sou) e não tinha um celular, conversando com Hide (eu o chamava desse jeito nas aulas).
As primeiras impressões que eu tive dele foram que ele era uma pessoa decente; pois é, eu me enganei. Ele me disse que estava feliz por nós sermos amigos e blá, blá, blá. Um tempo depois, nós dois já estávamos agindo como velhos cupinchas, nós conversávamos nas aulas, depois da escola, à noite. Ai, ai, eu estava bastante envolvida, mas eu não gostava dele, foi mais uma obsessãozinha.
Ju, como de costume, começou a querer ir vê-lo às tardes, então, nos dias em que nós não estudávamos, as duas patetas íam até o trabalho do cara para infernizar ele. Nós ficávamos do lado de fora do lugar, que era lotado de mesas e computadores, e cada vez que ele passava perto do vidro, Ju e eu acenávamos ou riámos na direção do lazarento.
Infelizmente, a minha amiga e eu éramos um tanto lezadas, e passamos a ir ao trabalho dele todo santo dia. Ela me acompanhava até nas terças-feiras. Isso não deu muito certo porque ele começou a desconfiar (eu acho que ele pensou que nós éramos loucas ou que estávamos bancando o FBI e vigiando os passos dele).
Os dias passaram e faltavam uns 6 meses para que eu terminasse o curso, e as coisas entre o professor e eu estavam indo bem. Até que Ju conheceu um garoto que também estudava na mesma instituição que eu (eu não vou colocar o nome do dito cujo aqui porque o lugar nem existe mais), o garoto se chamava Rafael e era filho de uma amiga da mãe dela. Coincidência? Eu sei lá.
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Querido Diário... Só Que Não!
Non-FictionTodo mundo tem uma história hilária sobre si mesmo (a) para contar e se você não tem uma, você viveu ou está vivendo errado. O que eu sei é que eu tenho várias histórias iradas (ironia) para compartilhar... O meu diário está cheinho delas e aqui, ne...