Refém Do Amor

⛓ Capítulo 1: Capturado ⛓

Uma pessoa nunca vai ser aquilo que pensamos sobre ela.

Uma das maiores verdades da vida é que todos têm traumas. Cada ser humano carrega consigo danos de um acontecimento catastrófico, seja ele grande ou pequeno, que deixou uma marca profunda em nossas memórias. A única diferença é como cada um lida com isso, nem todos são capazes de superar esse tipo de acontecimento e muitos se auto destroem corridos por isso.

A mente de Easton sempre foi um caos, ele pensava demais, principalmente sobre o que as pessoas pensavam dele. Bastava um olhar torto de seu pai para ele pensar que havia feito alguma coisa, mesmo que ele não tivesse feito nada. Além de que, toda vez que seus pais discutiam seu casamento, ele escutava atrás da porta e como não entendia tudo seu coração apertava e ele ficava muito nervoso juntando os pedaços daquelas conversas tentando descobrir o que estava acontecendo. Mas, também não era apenas coisas que ele pensava, sua mãe foi uma parte tóxica em sua vida.

Todos que conhecem sua família sabem que seus pais só continuam casados porque a mãe de Easton nunca assinou o divórcio. Seu pai apaixonou-se por uma bailarina que morava na mansão principal do Clã Thakur e ela saiu grávida quando Easton ainda não tinha um ano de vida. Foi aí que seu irmão mais novo, Ethan nasceu. Ethan não foi criado por sua mãe, mas também não pôde morar na casa da família, o que criou um clima extremamente pesado entre Kian e Esme. Eles discutiam tanto que isso afetou Easton desde sempre. Esme ainda costumava sussurrar coisas para o filho, dizia que seu pai não os amava, que Ethan era o filho favorito e que um dia eles seriam abandonados por Kian. Foi assim que a mentalidade do Easton de 6 anos de idade começou a ser formada, aos nove Easton já havida desenvolvido depressão e ansiedade, mas ninguém sabia.

Agora, aos vinte e nove anos, após tanto tempo se esforçando para ter algum reconhecimento em seu trabalho no Clã Thakur, Easton foi acusado pelo primo de traição. Maldito Kun. Easton apenas gostaria de ter um pouco do prestígio que seu magnífico primo, o grande líder, tem. Ele sempre fez trabalho dobrado, negociava diretamente com parceiros e investidores, mas Kun é o Líder e somente sua voz pode ser ouvida. O homem tapa os ouvidos para a voz da verdade e cega seus olhos para o que está bem a sua frente. Easton não é um traidor, ele não poderia fugir de Kun por muito mais tempo, por isso ele procurou ajuda. O velho tio avô Kiet, que foi acusado de trair o Clã e matar o próprio irmão, o acolheu. Kiet também gostaria de provar sua inocência, por isso abrigou Easton e o deu o apoio moral que ele nunca recebeu de verdade dentro do Clã Thakur. Talvez agora Easton realmente tenha o reconhecimento que merece.

Dentro da mansão de Kiet, Easton foi bem recebido, com um bom cargo e um grande quarto cedido apenas para ele. Alguns homens o chamam de Senhor, outros ainda não confiam nele por ser filho do Clã Thakur. Mas, Easton não se importa muito com a opinião de lacaios, ele está feliz pelo velho gostar dele e ter depositado em si uma confiança que seu tio Killin nunca realmente teve nele. Assim, em uma tarde, depois de alguns dias instalado na sua nova residência, Easton estava sentado em seu quarto, na mesa próxima à estante de livros, resolvendo algumas coisas para o velho Kiet quando de repente alguém abre a porta à sua esquerda entrando no cômodo apressadamente.

— Easton. — Pronunciou com a voz ofegante o homem segurando a maçaneta. — Alguns bastardos do Clã Thakur estão na nossa propriedade.

— Na casa? — Easton questionou fechando o computador imediatamente. — Onde isto?

— Não na casa. — Tornou a dizer o homem. — Eles estão no depósito de farinha. São muitos deles, nossos homens ligaram e pediram reforços agora. Estamos indo para lá e o chefe dos seguranças quer saber se você vai com a gente. Precisamos ser rápidos.

— Então, Kun veio atrás de mim pelo faro. É claro que eu vou. — Ele levantou arrastando a cadeira e abriu uma das gavetas tirando de lá uma pistola prata. — Me mostre o caminho, Neug.