Mais difícil do que confiar em quem lhe traiu, é odiar quem se ama.
Easton bateu a cabeça contra o volante do carro muitas vezes, as lágrimas despencavam de seus olhos sem parar, ele sentia-se como um idiota que nunca realmente teve algo e que agora havia perdido sua ilusão que por tanto tempo sustentou como uma verdade. Ele estava desolado, cansado e completamente perdido. Não tem um lugar para onde ir, não tem amigos ou familiares, porque ele sente que a família que seu irmão agora tem não é sua. Nem mesmo Billi. Ah, Billi. Ele não lhe pertence. Easton capturou a única pessoa que ainda o amava e o tratou da pior maneira possível, Billi nunca o perdoaria, ele pensava assim.
Quase ninguém o viu chegar na mansão ao cair da noite, nenhum empregado dirigiu-se a ele. Easton arrastou seus pés pela escada e subiu até seu quarto, abriu a porta com um empurrão e desabou no chão voltando a entregar-se ao seu choro. Doía, como aquilo ardia em seu peito! Tudo acabou, ele está sozinho, tudo acabou. Nada mais lhe pertence, seria muito melhor que ele morresse de uma vez, talvez Kun lhe fizesse esse favor se disse que foi ele quem matou seu tio.
— Easton... — A voz de Billi soou baixa. Ele aproximou-se um pouco, a corrente é grande o suficiente para ele se deslocar até onde o outro está. — O que aconteceu?
— Me deixe em paz. — Easton disse querendo gritar, mas sua voz estava fraca demais. — Vá embora Billi.
Billi não poderia ir muito longe, a não ser para o outro lado do quarto, mas ele escolheu ficar ali, ao lado do homem encolhido no chão em posição fetal.
— Vamos, me diga o que aconteceu. — Billi pronúncia em um tom manso apoiando uma mão sobre as costas do outro. — Diga tudo ou apenas chore se quiser, mas coloque tudo para fora.
— Eu perdi, Billi. Eu não tenho mais nada. Acabou.
— O que acabou?
Billi esfrega as costas dele em uma suave carícia.
— Minha família... Mas, acho que eu nunca tive uma na verdade... — Ele ergue o rosto, olha para Billi, seus olhos estão inchados e o nariz vermelho. — Por que eu não tenho nada, Billi? Por que por mais que eu tente pertencer a algum lugar ou ter algo que me pertence, eu perco tudo? Nada é meu. Eu sou mesmo tão ruim assim? Por acaso há alguma coisa de errado comigo? Nada que eu tenho realmente me pertence. Não tenho sorte.
— Easton, não diga isso... Você tem muitas coisas.
— Eu não tenho nem mesmo uma casa para chamar de minha, Kun não me quer mais no Clã, meu pai encontrou a mulher que ele ama e tem seu filho perfeito. Ninguém precisa de mim. Eu mereço mesmo isso? Você acha que eu sou realmente ruim, Billi?
Billi fez um breve silêncio, ele pensou um pouco, sentou-se no chão e continuou esfregando as costas de Easton, então disse:
— As vezes pessoas... Crianças, que sofrem são machucadas a um ponto tão profundo que se tornam más. As vezes adultos maus um dia foram crianças incompreendidas. Não é sua culpa. Você ainda pode tentar mudar as coisas, ser melhor. Você não vai ser mais quem um dia foi, então as coisas ruins não vão acontecer de novo. Você pode recomeçar, não precisa voltar para o Clã Thakur, não precisa provar nada para ninguém, e você pode ter uma nova família. O velho Kiet gosta de você, não é? Lily... Você não está sozinho.
— E você, Bill? — Easton diz limpando as lágrimas de seu rosto. — Eu quero saber sobre você, Bill. Você se importa de verdade comigo ou ainda acha que eu sou um monstro?
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Refém Do Amor
RomanceContinuação de Prisioneiro do Amor 》》》 Easton é acusado de trair seu próprio Clã e busca ajuda com seu tio avô (Kiet) que também foi acusado de trair o Clã no passado. Em uma missão, Billi acaba parando nas mãos de Easton que o faz de refém para se...