⛓️Capítulo 13: Esperança⛓️

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Em meio as turbulências a última coisa a se fazer é perder a esperança.

A luz da manhã entrou fraca pelas cortinas, Easton acordou com aquela fraca brecha de sol atingindo seus olhos. Ele esfregou o rosto até acordar completamente. Billi estava ali, deitado bem a sua frente, o que o fez esboçar um fraco sorriso. Ter essa visão ao acordar é algo que ele realmente nunca imaginou conseguir visualizar, mesmo tendo crescido ao lado deste homem e visto muito a respeito dele. Então, ele levantou. Estava com metade do corpo desnudo vestindo apenas uma calça fina preta. Ele caminhou até a mesa onde estava o computador e sentou-se para verificar algumas coisas do trabalho que deixou passar na noite anterior.

Pouco tempo se passou, Easton colocou seus óculos que havia deixado guardado por não usar com frequência, sua vista estava cansada. Ele encontrava-se tão imerso no que estava fazendo que não percebeu que o homem que antes estava adormecido, acordou. Billi caminhou até a mesa e sentou-se na ponta, a mesa de madeira velha aguentava seu peso. Ele parecia estar concentrado no corpo daquele homem, mais especificamente nas marcas de profundos cortes que um dia estiveram alí.

— Você acordou. — Easton disse parando de digitar um momento e olhou para Billi de relance com um sorriso. — Sabia que você é bonito até quando está dormindo?

— Não diga bobagens. — Billi sacudiu a cabeça suavemente.

— Quer ir tomar café da manhã?

O homem parou realmente de digitar e afastou o computador deslizando a cadeira com rodas para mais perto do outro e colocou-se entre as pernas de Billi.

— Estava trabalhando? — O mais velho quis saber. — Algo importante?

— Apenas procurando fornecedores novos. — Easton apertou as cochas daquele homem. — Mas, me diga... Está com fome meu amor?

— Um pouco.

Billi moveu a cabeça.

— O que há de errado com você? — Easton perguntou encarando de baixo a face do homem que estava um pouco acima. — Tem algo de errado em mim?

Billi desviou o olhar, ele não queria que Easton se sentisse de algum modo desconfortável se percebesse que ele estava encarando suas cicatrizes.

— Não é nada, vamos comer.

Ele quase se levantou, mas Easton puxou seu braço. Vendo aquela mão agarrar seu pulso ele acabou olhando outra vez as marcas que se estendiam por todo o antebraço daquele homem.

— Elas te deixam desconfortáveis, não é? — Ele disse encarando as marcas atravessadas de todo jeito em seu braço. — Eu não queria que elas tivessem tão expostas assim. Mas, eu não posso cobri-las para sempre.

— Eu nunca tinha reparado na existência delas. — Billi disse segurando com delicadeza aquele braço com as duas mãos. — Só agora eu percebi que você sempre escondeu elas. Como não percebi antes? — Ele soltou um som fraco, algo semelhante a um riso seco de desespero, e deslizou dois dedos sobre aquelas cicatrizes altas. — Você nunca usou camisetas, sempre blusas com mangas que iam até os pulsos. Eu me sinto um pouco tonto.

— Eu escondi bem elas, não tinha como você adivinhar que elas estavam debaixo daquele monte de tecido. Não se sinta mal ao vê-las, eu parei com isso faz nove anos. Está tudo bem. Certo, Billi? Acabou. Lido bem com meus problemas agora.

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