Refém Do Amor

⛓️Capítulo 14: O começo da tormenta⛓️

Aquele que está acostumado com as tempestades passa com tranquilidade pela tormenta.

Kun convidou os dois para ficarem para o jantar, mais por sentir falta da presença de Billi do que por qualquer fraca consideração que ainda tivesse por seu laço de sangue com Easton. Mas, antes do jantar ser servido, o líder permitiu seu primo retornar ao seu quarto para pegar algumas coisas que tinha deixado para trás. Karat o cutucou com o cotovelo e o fez dizer que Easton poderia voltar para casa, que ele seria bem recebido. Voltar...Que piada! Easton jamais voltaria para esta casa após ser expulso com tanta brutalidade.

Ele entrou em seu quarto e Billi o seguiu. As paredes eram mais claras que as de seu quarto na casa de Kiet, as cortinas estavam abertas trazendo da janela a fria brisa da noite, a coberta da cama ainda era a mesma desde o dia em que ele partiu, ninguém havia entrado no seu quarto. Ainda tudo estava no mesmo lugar, a bagunça sobre sua mesa, os livros espalhados e o laptop aberto, as roupas sujas guardadas e uma opção de roupa que ele havia deixado para trás naquele dia estava sobre a cama, uma peça de blusa de seda azul e uma calça preta. Easton é um homem extremamente organizado, até mesmo sua bagunça é bonita de ver.

— Deixaram tudo desarrumado. — Ele resmungou enquanto avançava para dentro do cômodo. — Kun, maldito Kun! Como ele não mandou nenhuma empregada limpar meu quarto?

— Talvez não quisesse que mexessem nas suas coisas. — Foi a resposta de Billi.

O homem parecia um pouco tímido, ele ficou no canto do quarto de braços cruzados, mal entrou, parou perto da porta. Pisar naquele quarto que nunca esteve antes fez a mente de Billi voltar no tempo, para quando ainda era um servo do Clã Thakur, uma sombra e nada para Easton a não ser o filho do segurança de seu pai.

— Não queria que visse essa bagunça. — Easton declarou ao começar a organizar sua cama. Ele tirou a roupa que estava sobre ela e colocou no cesto, depois começou a arrumar a coberta sobre o colchão. — Entre, Billi. — Ele pediu.

— Easton... — O homem chamou sem realmente saber o que diria a seguir.

— O que foi?

Ele levantou a cabeça e virou-se na direção de Billi, percebendo a tensão em cada músculo de seu rosto.

— Não é nada.

— Billi. Diga o que é? Tem algo de errado, dá para perceber pelo seu tom de voz e a cara desgostosa. Eu fiz algo de errado? Foi pela piada que eu fiz com Karat sobre o beijo? Isso é passado. Eu juro que nunca me interessei de verdade por ele, só queria ver Kun irritado. Desculpe por isso.

— Não, não é isso. — Billi descruzou os braços e caminhou alguns passos quarto a dentro. — É essa casa.

— Essa casa? — Easton ergueu uma sobrancelha confuso e sentou-se na cama. — O que tem de errado com essa casa?

— Tudo. — Billi confessou sentando-se ao lado dele. — Acho que há muitos fantasmas aqui. Só de estar nessa casa eu me sinto profundamente incomodado. Não importa se Kun me considera seu irmão ou se você me considera seu namorado. Quando eu entro aqui automaticamente viro Billi o segurança, filho do empregado. Sinto que sou inferior, algo assim... Essa casa me dá arrepios.

— Billi, eu sinto muito. — Easton agarrou a mão dele e depositou um beijo terno olhando naqueles olhos escuros e brilhantes. — Eu sei que grande responsabilidade para você se sentir assim é minha. Eu era um grande idiota, eu sinto muito.