03 - Insegurança

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Acordo sentindo um cheiro bom e me espreguiço percebendo que Gizelly não está na cama. Vou para o banheiro faço minha higiene, depois procuro algo leve para vestir.

Seco e prendo meus cabelos, em seguida vou direto para a cozinha onde encontro minha namorada usando apenas calcinha e avental enquanto arruma a mesa. Sorrio observando-a por um tempo até que decido ir até ela e abraça-la por trás.

— Bom dia — falo deslizando as mãos para dentro do avental e aperto seus seios.

— Uow — diz rindo.

— Você decidiu me seduzir logo cedo.

—  Na verdade sujei minha blusa inteira. — fala virando e dando um selinho  — Bom dia amor. Pensei em levar café na cama, mas desisti, acabaria derrubando a bandeja. Hoje estou mais desastrada que você.

— O que será que aconteceu com a senhorita perfeita, hoje? — brinco enquando sento olhando as panquecas que não parecem nada boas, mas os ovos mexidos e bancon não estão mal. — Isso tem cheiro bom.

Gizelly inclina e beija meus lábios novamente, logo depois senta ao meu lado e tomamos nosso café enquanto ela conta sobre a ligação da mãe.

Quando terminamos retiro a mesa e começo a lavar a louça recusando ajuda. Ela fica sentada mexendo no celular e comentando sobre sua experiência na cozinha, até de repente mudar de assunto.

— Ontem eu não quis falar, mas percebi que fumou. — Faço uma careta não querendo tocar naquele assunto.

A ultima coisa que quero é ela reclamando sobre isso. No passado já foi bem difícil lidar com sua aversão a nicotina e meu vício.

— É... eu tive um pequeno vacilo.

Por sorte ela não toca mais no assunto e ficamos em silêncio.

Termino de lavar a louça, seco e guardo tudo enquanto Gizelly permanece sentada mexendo no celular. Arrumo a cozinha inteira vou para o quarto, arrumo a cama e quando volto na cozinha lá está ela rindo olhando para o maldito celular.

— Vai ficar o dia inteiro aí, semi-nua fazendo não sei o quê na droga do celular? — pergunto parando na porta da cozinha, cruzando os braço e ela então levanta.

— Desculpa. — Passa por mim e beija meu rosto.

Decido lavar nossas roupas para passar o tempo e me distrair de meus pensamentos sobre o quê tanto minha namorada faz naquele celular.

No fim da tarde chegam nossas coisas e finalmente nosso apartamento parece um pouco mais familiar. Gizelly espalha porta retratos e quadros, tanto no quarto quanto na sala. Coloco na cama minha colcha preferida e no chão do quarto meu tapete felpudo que trouxe na tentativa de me sentir em um quarto meu.

Enquanto esvazio as caixas encontro um pedaço de papel com a letra de minha mãe.

"Já que se considera uma mulher feita, acredito que não sentirá falta da sua caixa de fanatismo."

— Não acredito que ela fez isso. — Começo a abrir e revirar as caixas e quando percebo que não vou encontrar nada, meus olhos ficam cheios de lágrimas. Gizelly entra no quarto, me olha assustada e logo vem até mim.

— O que aconteceu?

— Mamãe retirou minha caixa com tudo que tinha do Bruno Mars — falo ainda não acreditando.

— Que droga amor.

—  Eu sei que parece bobagem, mas eu guardava com tanto carinho.

— Não é bobagem. — Ela me abraça.

Last LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora