04 - Comprinhas

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— Acorda! Acorda!

Escuto palmas e abro os olhos com dificuldade. No primeiro minuto acho que estou sonhando então esfrego os olhos sentando na cama e tenho certeza de que não é sonho. Gizelly está a minha frente usando um de meus vestidos. Ela sorri girando e para colocando as mãos na cintura.

— Como estou? — Caio para trás e fecho os olhos novamente. — Vamos Rafa, escolhi esse para você usar hoje, não vamos ficar trancadas aqui.

— Tem certeza sobre sair? — Observo ela tirar o vestido. — Estou com uma enorme vontade de ficar na cama.

— Podemos fazer isso depois. — Ela puxa em meus pés e grito surpresa sendo arrastada pela cama parando apenas quando estou na ponta. — Ficar trancadas aqui não faz bem para nós. Você pode ficar pirada.

— Desculpa meu drama.

— Vamos esquecer! — Bate em minha coxa. — Agora levanta, pois quando começar minhas aulas não vou ter tempo nem disposição para sair. — Faço bico, ela deita sobre mim e da um selinho. Aproveito e aperto seu seio, mas Gizelly levanta.

Fico emburrada. A situação está piorando. Não estamos nem a uma semana morando juntas em nossa casa e ela esta diferente comigo.
Será que fui apenas um capricho seu? A garota supostamente hétero que ela desejou desde o primeiro momento e insistiu até conseguir que fosse sua por inteira, agora está enjoando? Cansou de mim?

Mil e uma coisas passam por minha cabeça.

Nos arrumamos e saimos. Entramos no táxi e Gizelly pede que o motorista nos leve onde seja mais badalado na cidade. Ele nos deixa em um lugar repleto de boates e casas de shows, entramos na primeira que encontramos e nosso objetivo é apenas dançar.

Optamos por beber apenas água e refrigerante. Dançamos muito até não aguentar mais, sem nos importar com quem esta ao nosso redor. Eu nunca havia gostando tanto de dançar. Mas com Gizelly é diferente, pois seu sorriso contagiante, suas risadas deixa-me animada como se tivesse bebido algo alcoólico. Seu sorriso me embriaga.

É 3 da manhã quando entre muita dança, paradas para tomar água e descansar observando as pessoas, mais dança e beijos quentes na pista, nós decidimos ir embora.

No elevador do prédio estamos nos pegando como o casal de outro dia e quase caímos no corredor por não querer parar o beijo enquanto vamos até a porta que ela abre e fecha com o pé, sem parar de nos beijar. Empurra meu corpo até o sofá onde caio e dou um gritinho. Ela fica de pé tirando o casaco e a blusa, retiro as sandálias com os pés e levanto um pouco o vestido, depois retiro a calcinha, olhando-a com desejo.

Eu não vou mais insistir em tocar nesse corpo que tanto desejo, pois sempre acabo chateada e não fazemos amor. Fecho os olhos a espera de sentir seus dedos e boca entre minhas pernas e assim ela faz, me fazendo gemer de prazer sentindo-a me chupar gostoso enquanto seus dedos movem-se dentro de mim. Meu corpo inteiro logo esta queimando até o orgasmo que me tomar. Enquanto ainda estremeço, Gizelly vem para cima de mim e beija meus lábios.

Ela se acomoda ao meu lado no sofá que além de confortável é grande. Porém não tanto, pois em um movimento cai e me puxa consigo. Grito pelo susto em seguida rimos juntas.

— Você se machucou? — pergunto preocupada, pois ela amorteceu minha queda.

— Não, tudo bem. — Estica um braço pega uma almofada do sofá, acomoda a cabeça e me ajeito ao seu lado.

Eu desejo fazer muito mais amor com ela, mas o cansaço me vence e adormeço ali no tapete da sala, em seus braços.

Nossa semana segue em paz. Fizemos nossas refeições juntas, ambas cozinhamos e arrumamos tudo e uma vez ou outra saímos para dar uma volta a noite. No final de semana fomos ao museu e jantamos fora, na semana seguinte a mesma coisa.

Last LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora