15 - Besteira

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Quando Bianca se vai a casa fica vazia e silenciosa e eu me pego lutando contra a saudade e vontade de ligar a todo momento, mas sei que não seria justo com ela. Precisamos nos adaptar a essa nova fase.

— Rafa eu não fazia idéia de que a irmã do Charlie namora justo a sua ex — repete John enquanto estou jogada no sofá de sua sala.

— Você já disse isso...

—  Mas preciso dizer novamente! Me sinto culpado por essa sua carinha.

— Já falei que não tem nada ver uma coisa com a outra. Bia foi embora por motivo de força maior.

— Tem certeza? Ela não tomou essa decisão por não mais suportar a situação em que estavam?

— A Bia não é o tipo e pessoa que largaria tudo... —  Me calo ao lembrar a forma que nos conhecemos. — Estou ficando louca! — Levanto e caminho pela sala. —  Estou despedaçada de tantas formas que não sei explicar.

— Por que exatamente, baby? Coloca pra fora. Não é só Bia que te preocupa agora. Não adianta negar.

— Sim eu também penso na Gizelly. Se tem uma coisa que faço nessa vida é pensar na Gizelly, mais do que ela mereça. Eu não tenho mais nenhuma raiva ou rancor, tudo isso ficou no passado. O que me dói é que eu amei demais e fantasiei demais. Eu idealizei um futuro para nós que não aconteceu. Não consigo superar isso. Não consigo olhar para minha vida e aceitar que ela não faz mais parte. Depois de todo esse tempo, de tudo que Bia me ofereceu e proporcionou, eu me pego pensando na Gizelly.

— Amiga, eu quero dizer que siga em frente, mas também quero que vá atrás dessa Gizelly, encoste ela na parede, beije aquela boca, depois olhe dentro de si e do olho dela e se pergunte se ainda vale a pena ficar se sabotando por causa dessa relação que não deu certo.

— Ai John! — pego a bolsa sobre o sofá e saio da sala.

-— Aonde vai? — grita. — Você vai mesmo?

Saio da agência com destino a minha casa, mas o que faço é descer do táxi e ir a um bar onde sento e peço duas doses de tequila. Quando o rapaz desliza os copos pelo balcão, uma mão mais rápida pega um deles e observo Ashley tomar a dose de uma vez.

—  Tem limão? — pergunta ao barman, sentando ao meu lado.

— É bom que você pague por isso — falo pegando o outro copo e tomo a dose que desce queimando.

— Dia ruim? — pergunta apoiando o cotovelo no balcão, apoiando a cabeça na mão me olhando como se fossemos íntimas.

— Ano ruim — respondo e ela ri.

O rapaz desliza um prato com fatias de limão e ela pede cinco doses de uma vez.

— Tá bom pra você? — pergunta e acabo rindo encarando seu par de olhos azuis intensos. — Aproveitando esse nosso encontro inusitado, quero perguntar uma coisa.

O rapaz desliza os copos sobre o balcão e pego um, logo tomando.

—  Manda! — incentivo, pegando uma rodela de limão levando a boca.

— Você chifrou a Gizelly?

Arqueio as sobrancelhas e ela ri tomando a bebida de uma vez.

— Por que a pergunta?

— Percebi que estava miseravelmente errada quando a vi sofrer com o fim de vocês. Ela nunca amou a Jenniffer como pensei. E tentei arrancar o motivo de não estar correndo atrás de você se estava sofrendo tanto, mas ela não se abriu e nem se moveu para fazer nada a respeito. Só te deixou ir.

Last LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora