~~~6:57, Orfanato Wool, 21 de fevereiro de 1934~~~
---POV Isaac---
Hoje é quarta-feira e meus pais decidiram visitar, novamente, o orfanato para resolver alguma papelada e começar o processo de adoção do Tom. Eles disseram que depois que conversarem com a senhora Cole, poderão terminar o processo ainda hoje e Tom vai voltar para casa conosco. Eu mantive minha promessa e trouxe um tabuleiro de xadrez para Tom - mesmo que ele não vá precisar ficar nesse lugar por muito tempo - seria ruim que por quebrar uma promessa, Tom perdesse o pouco de confiança que tem em mim.
Fui até o refeitório e achei Tom sentado no mesmo lugar que o vi da última vez, novamente ninguém queria sentar na mesma mesa que ele, fui em sua direção e evitei olhar para Billy Stubbs que me encarava de cara feia. Enquanto caminhava até a mesa de Tom, ele levantou a cabeça e olhou para mim, pude ver a máscara dele quebrar por um segundo e uma expressão de surpresa/felicidade passar em seu rosto. Mas logo foi escondida pela expressão vazia de sempre, não é como se eu fosse reclamar, sei que não sou a pessoa mais expressiva quando estou em público.
Quando cheguei à mesa, me sentei de frente para Tom e lhe estendi o presente que segurava. Ele pegou o presente, olhou pra mim, olhou pra o presente e depois prosseguiu em abri-lo cuidadosamente, dentro ele viu o tabuleiro que eu havia prometido dar-lhe. Tom olhou para mim surpreso, mas antes que pudesse falar algo eu o superei
- Quando você terminar de comer, nós podemos jogar uma partida.
Os olhos de Tom brilharam e ele se apressou para terminar de comer logo, mas não rápido o suficiente para perder seus modos. Quando ele terminou de merendar, nós fomos até a pequena biblioteca que o lugar possuía, havia mais poeira do que livros, mas pelo menos poderíamos jogar em paz já que ninguém vinha aqui. Tom e eu logo achamos uma mesa com duas cadeiras onde montamos o tabuleiro e começamos a jogar. Enquanto jogávamos, fomos conversando e nos conhecendo um pouco mais
- Tom, me responda, por que as pessoas daqui te chamam de aberração? - perguntei despretensiosamente enquanto movia uma peça, percebi o semblante de minha companhia cair um pouco, mas ele respondeu ainda assim
- Porque eu sou diferente.
- Diferente? Você parece bem normal pra mim.
- Não importa, eu não ligo para o que os outros pensam de mim! - Tom respondeu irritado.
- Eu não acho que isso seja verdade, Tom. - falei calmamente - Eu acho que você se importa sim para o que os outros pensam, e ver todos ao seu redor te ignorando ou o tratando como um monstro está te machucando mais do que você deixa aparecer - quando eu terminei de falar, Tom olhava pra mim de olhos arregalados.
- Na-não é verdade...
- O que você fez contra Billy Stubbs, Tom? - Tom me olhava assustado e se negou a responder - Stubbs te machucou, todos te chamavam de monstro então quando Stubbs ficou contra você, você se deixou levar pelas palavras dos outros e matou um coelho, se tornando o monstro que te diziam ser. - ele agora olhava para mim com uma expressão completamente vazia e fria, muito mais do que a que ele apresentava quando nos conhecemos pela primeira vez. Eu sei que estou tocando em um assunto extremamente perigoso agora, mas preciso que ele confie em mim - Eu não acho que você é um monstro, mas eu sei que você é diferente, é especial, eu senti isso na primeira vez que nos vimos. Você não é como os outros Tom, mas isso não faz de você um monstro. Eu sei que não nos conhecemos há muito tempo, mas por favor, confie em mim e me deixe te ajudar.
- ... - Tom ainda tinha uma expressão vazia, mas já não era tão fria como antes, ele parece estar pensando se deve ou não me falar o porquê de o odiarem - Eu posso... fazer coisas se mexerem sem tocar nelas, posso fazer os animais me obedecerem sem treiná-los e eu posso... posso falar com cobras.
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Tom Marvolo... Niwrad?
FanfictionLivro 1 de 3 ---- Como poderia ter sido a vida de Tom Riddle AKA Lord Voldemort caso ele tivesse sido adotado por uma família amável e compreensiva (se não um pouco louca) que o apoiasse e ajudasse em suas decisões ao invés de apenas julgá-lo. (Sou...