Tom Marvolo... Niwrad?

Capítulo 14

A guerra estava pesando tanto em todos, que até mesmo Dumbledore, que não deixava Tom em paz por um segundo desde que se conheceram, estava quieto. O homem não atazanara Tom em momento nenhum e até mesmo ficou fora da escola por um tempo para tentar diminuir a velocidade da expansão do exército de Grindelwald.

Observando esse medo constante da população e até mesmo de sua família, Tom decidiu com o que iria trabalhar no futuro. E durante uma tarde com seus irmãos, nas férias de Yule, ele compartilhou de seu pensamento.

- Ministro da Magia? - Sebastian perguntou incrédulo.

- Acha que eu não consigo? - Tom arqueou uma sobrancelha.

- Não é que eu ache que você é incapaz, apenas... Tom, esse é o cargo mais alto possível dentro da comunidade mágica britânica. Você tem ideia?

- Eu sei bem como funciona a hierarquia dentro do meu mundo, Seb, obrigado por me avisar. - ele respondeu sarcástico e viu seu irmão bufar.

- Tenho certeza que você vai ser um grande ministro Tom. - Isaac comentou enquanto escrevia em seu diário, presente que Tom lhe deu de aniversário de dezessete anos.

- Obrigado Zak.

- Mas você pretende fazer isso quanto tempo, exatamente, depois de ser professor em Hogwarts?

- ... - Tom olhava para seu irmão de olhos arregalados, mas então suspirou e revirou os olhos - Maldito vidente... Como assim eu vou ser professor?

- Ah... Eu só acho que-

- Não me venha com essa de "Eu só acho", eu te conheço Isaac Elijah Niwrad. O que nós tínhamos combinado sobre ver o futuro dos outros?

- Não ver o futuro de ninguém sem permissão - ele revirou os olhos e então respondeu - Mas se parar para pensar, é apenas uma questão de lógica. Não importa o quanto eles estejam impressionados com você agora, quando se formar, o melhor emprego que você pode receber será em um cubículo de escritório nós fundos do ministério. Não se esqueça que mesmo que nossa família esteja ganhando fama, ainda somos considerados como escória trouxa para os supremacistas puro-sangue que controlam o ministério.

- E como ser professor vai me ajudar exatamente?

- Querendo ou não, Hogwarts tem um grande impacto na sociedade mágica britânica, é só observar como ainda existem rixas entre grifinórios e sonserinos mesmo dentro do ministério, sendo adultos fora da escola. Se você for um professor nessa escola, não apenas vai conseguir mais reconhecimento, como vai poder criar uma teia de conexões importantes para crescer no mundo bruxo. Além do mais, os filhos da maioria dos bruxos britânicos estuda em Hogwarts, se você controla os filhos, terá os pais.

- Isso é assustador, mas extremamente real... - Sebastian murmurou - Já perceberam como o idiota Dumbledore conseguiu se tornar um ícone do mundo bruxo? O que ele fez exatamente? Até agora só existem teorias que sua força se compara à de Grindelwald porque eles se conheciam antes, e porque Dumby é um professor importante da escola de magia e bruxaria. Ele fez algumas pesquisas com Flamel também, mas quem garante que ele realmente ajudou?

- Então... - Tom analisou - Se eu me tornar professor em Hogwarts e criar conexões lá, terei mais chances de me tornar ministro?

- Basicamente.

- Eu não tinha pensado nisso antes.

- Você esquece da força política que Hogwarts possui. Mas já que estamos falando de política, você também deveria estar ciente de que não conseguirá subir no ranking se não... jogar sujo.

- Eu estou ciente disso Zak, não se preocupe - Tom sorriu ladino para seu irmão - Já falei dos meus planos para Abraxas, Orion e Thaddeus, eles irão me ajudar com o que for necessário. Precisamos trazer as antigas tradições e costumes de volta para nosso mundo, a magia enfraquece a cada ano que passa e nossos rituais são trocados por comemorações trouxas como o natal. Por que os bruxos estão comemorando o nascimento de um líder religioso do mundo trouxa?! Isso nem faz sentido! Os bruxos eram caçados pelos seguidores dessa mesma religião no passado!

- Eu entendo sua indignação meu irmão.

- Eu penso que... - Sebastian resolveu intervir depois de muito pensar - Não é tão ruim que os bruxos entendam as comemorações trouxas, porque querendo ou não, eles estão cercados de trouxas e são apenas uma minoria. Acredito que seria melhor se os nascidos de não-mágicos tivessem aulas sobre as tradições bruxas assim que entrassem nesse mundo.

"E se decidissem morar no mundo mágico, eles deveriam respeitar e, se possível, praticar esses rituais. Assim como uma pessoa de um país que se muda para outro quando ainda é criança, e cresce com os costumes do novo país. Mas seus pais o fazem sempre se lembrar dos costumes de seu país de origem. Entende o que eu digo?"

- Eu tinha pensado nisso antes, quando recebi minha carta de aceitação. Não existem muitas informações ou livros que expliquem as tradições bruxas para novos integrantes. Os únicos que conhecem os rituais são os puros-sangues, por isso eles se acham tão superiores a nós. É injusto, para ambos os lados, tanto para os que perdem suas tradições para as que lhe são impostas por visitantes, como para os que precisam sofrer discriminação por não conhecer costumes da qual nunca ouviram falar antes.

- Me lembro de ler em algum lugar, um filósofo que dizia que "A chave para evitar conflitos, é o diálogo". Se os bruxos simplesmente conversassem com os nascidos de não-mágicos sem nenhum preconceito, poderiam criar uma sociedade melhor e mais inclusiva - Isaac disse, deixando seus irmãos com vários pensamentos em suas mentes.

O tempo foi passando e logo a família Niwrad estava comemorando o ano novo na mansão em Hogsmeade. Leonard estava com sua família e havia levado sua noiva para conhecer seus pais, Juliana também tinha conseguido a permissão de seus pais para comemorar o ano novo com seu namorado. A família estava alegre com a chegada das novas integrantes, e Margareth não conseguia parar de chorar ao perceber que seus bebês não eram mais crianças.

Junto do ano novo também havia o aniversário do filho mais novo dos Niwrads. Tom estava completando dezessete anos e era considerado legalmente como um adulto para a sociedade mágica. O garoto estava em pé, escorado em uma parede da sala de festas enquanto observava sua família.

Há dez anos atrás ele comemorava seu aniversário de sete anos em um quarto sujo no orfanato, imaginando se algum dia seu pai iria buscá-lo e salvá-lo das mãos dos trouxas abusivos. Quem ia imaginar que aquele garotinho agora seria um homem, filho de uma família extremamente rica e poderosa no mundo bruxo, e um prodígio cobiçado por todos e todas. As coisas mudam...

- Crise existencial? - Tom se virou para a voz e viu seu querido irmão, aquele que o salvou da vida miserável no orfanato.

- Zak. Por que não está com sua amada?

- Eu queria te dar seu presente pessoalmente. - Isaac tirou um livro do bolso de seu terno. A capa era de couro preto, e na parte de trás, havia o nome "Tom Marvolo Niwrad" em letras douradas - Aqui.

- Um diário? - Tom arqueou uma sobrancelha pegando o livro e o folheando.

- Como o que você me deu. - Isaac sorriu e retirou um livro idêntico de seu bolso, mas bem mais desgastado e com o nome "Isaac Elijah Niwrad" em letras douradas - Eu sei que você queria fazer uma brincadeira, dando um livro em branco para um sonhador, mas esse presente foi muito melhor do que você pode imaginar. Além disso, vai ser extremamente útil para você quando for escrever sobre sua viajem.

- Viajem? Que viajem? - Tom viu seu irmão sorrindo maroto e franziu o cenho - Isaac, você não deve assistir o meu futuro sem minha permissão.

- Feliz aniversário irmãozinho. - Isaac deu dois tapinhas nas costas de seu irmão mais novo, mas que era um palmo mais alto que ele, e saiu de perto rindo levemente.

- Maldito vidente... - Tom murmurou, mas não conseguiu manter o rosto emburrado por muito tempo.

Ele olhou para o presente que seu irmão lhe dera e sorriu enquanto traçava o seu nome escrito na capa. O jovem adulto mal podia esperar pelas aventuras que o futuro lhe reservava, e por alguns segundos, desejou que tivesse os dons de seu irmão para saber o que viria pela frente, mas ele sabia melhor do que brincar com o destino.

Tom guardou o diário no bolso de seu terno e se afastou da parede para confraternizar com seus familiares, em poucos minutos seria a virada do ano, e ele queria aproveitar esse momento com sua família.

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1409 palavras. Um especial de Ano Novo sendo que não é ano novo (quando eu postei isso), enfim a hipocrisia. Finalmente Tom Niwrad se tornou um adulto, e estamos chegando na reta final desse livro 😔

Enfim, curtam e comentem 😁