Tom Marvolo... Niwrad?

Capítulo 5

~~~ 18 de Julho de 1938 ~~~

Tom tinha 11 anos, essa era uma data especial e ele podia sentir, mas não sabia o porquê. Há anos, desde que foi adotado pelos Niwrads, ele e sua família pesquisaram e procuraram dia e noite para encontrar qualquer lugar que falasse sobre sua magia. A família encontrou pequenas coisas aqui e ali, na maioria lendas e nada concreto que pudesse dar a eles uma explicação sobre Tom.

Já era bastante difícil para eles não entenderem seus próprios poderes e saberem que nunca encontrariam uma explicação para isso, mas com Tom era pior, porque havia uma explicação, mas eles nunca a encontravam. A família passou a buscar informações entre os animais - com Tom e Leonard fazendo a maior parte do trabalho - que pareciam ter ao menos uma leve noção sobre "O Mundo Bruxo".

De acordo com informações dadas por uma coruja - ela era bastante sábia, mas falava demais e perdia o fio da meada, segundo Leonard - quando um bruxo fazia 11 anos, algo especial acontecia e ele era introduzido ao mundo bruxo. A parte ruim é que a coruja não explicou o que acontecia e nem deu uma data específica, então desde o aniversário de Tom, todos têm estado ansiosos por qualquer sinal de algo estranho - mais estranho do que o comum entre os Niwrads.

Infelizmente, meses se passaram e nada aconteceu; nenhum despertar mágico que desse a Tom a habilidade de descobrir onde estava o mundo bruxo, nenhuma explosão de magia cobrindo a casa e a teletransportando para o centro do mundo bruxo, nada! Absolutamente nada de especial aconteceu. Quanto mais o tempo passava, mais os familiares perdiam a esperança de um dia conhecer o mundo de Tom.

Até que numa segunda feira de verão, a aldrava na porta da mansão foi tocada anunciando uma visita inesperada, enquanto a família terminava de almoçar. Michael pediu que um dos mordomos abrisse a porta e levasse a visita até seu escritório enquanto ele terminava de comer. Após terminar, Michael pediu licença a sua esposa e seu filhos e foi em direção ao seu escritório.

Ao chegar lá, ele encontrou um homem ruivo de olhos azuis brilhantes - brilhantes até demais - e que usava um terno roxo chocante, que parecia totalmente desconfortável com a decoração em cores verdes do escritório - Michael gostava da cor verde pois o lembrava de florestas e isso sempre o trouxe um senso de paz e segurança -. Quando o estranho notou a sua presença, sorriu docemente e começou a falar

- Olá! - falou estendendo a mão que Michael apertou após um segundo de receio - Eu me chamo Albus Dumbledore, e vim entregar a carta de aceitação para um, Tom Niwrad. - a última parte trouxe uma carranca pensativa ao rosto de Michael, que deixou Dumbledore ainda mais desconfortável ao notar as cicatrizes no rosto do homem e a, nada discreta, bengala que ele usava para andar.

- Carta de aceitação? - Michael falou em um tom baixo e lento, o deixando ainda mais ameaçador - A escola em que eu inscrevi meu filho mandou a carta de aceitação semanas atrás. - ele falou estreitando os olhos perigosamente.

- Ah, mas essa não é uma escola comum! - Dumbledore falou em um tom animado que escondia o seu medo e o impulso de sacar sua varinha contra aquele trouxa ameaçador - Eu trago comigo a carta de aceitação da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

- Magia e bruxaria? - Michael perguntou com os olhos arregalados 'Finalmente!' ele pensou 'Estivemos esperando todo esse tempo por incríveis eventos mágicos, quando na verdade a entrada para o mundo bruxo é por uma escola. Que inconveniente, deveríamos ter uma forma de contatar o mundo bruxo mais cedo do que esperar uma criança fazer 11 anos e a jogar em um mundo que ela não conhece nada, nem ninguém' pensamentos como esse passavam a mil por hora na cabeça de Michael. Para ele pareceram ter passado horas, para Dumbledore, só alguns segundos.

- Agora, acalme-se meu bom senhor, eu sei que deve ser estranho escutar algo assim tão de repente. Talvez seja melhor que seu filho também esteja aqui para que eu possa explicar tudo de uma vez. - ele falou com um sorriso benevolente que não foi devolvido. Michael acenou com a cabeça, mas antes que pudesse sair para chamar seu filho, uma batida foi ouvida na porta e logo ela foi aberta mostrando apenas uma cabeça espiando curiosa e timidamente o homem estranho do outro lado.