Capítulo 1 - Reinos e Alianças

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Ao Norte da Northumbria podia-se ver fogo, gritos e sangue, algo comum desde a Era Viking. Os povos que eram derrotados eram dizimados e se resumiam a homens mortos e mulheres escravizadas. O Rei Aelle e sua família jaziam no chão de seu castelo de pedra quando o Rei Harold, sentado no trono e olhando seu machado manchado de sangue real, recebeu a seguinte notícia:


         - Meu senhor. - disse um de seus gurreiros adentrando no salão, ofegante a dar uma notícia.


         - Um dos nossos homens viram que alguns criados fugiram... para o Sul, meu rei.

         - E eu me importo com criados, Sigbard? - respondeu o considerado, rei dos vikings da Noruega.


        - Senhor, levaram uma garota, a última filha de Aelle, meu rei.


Houve um silêncio no salão, Harold suspirou profundamente. Seu plano era acabar com a família real, pois, Aelle não aceitou se aliar a Harold contra o exército de Ragnar, pois, sabia da força que tinha o viking de Kattegat e sua aliança com o reino de Wessex. O plano de Harold havia escapado naquela noite, mas ele não vira seu mundo acabar, apenas um meio para enfrentar Ragnar e tomar o poder por completo. Ele suspirou novamente e sorriu:


        - Deixe que fujam, para onde vão, não poderão fugir de nós.


Duas semanas depois, na noite do fim do solstício de inverno. Duas amas e um serviçal chegaram ao reino de Wessex e implorando aos guardas, pediam que os deixassem ver o Rei Ecbert, pois tinham péssimas notícias do norte e além disso, carregam uma menina de 8 anos, semi-morta pelo frio que atravessaram em busca de ajuda. Como um bom Rei, Ecbert os recebeu e mandou que a menina fosse aquecida e alimentada, enquanto ele conversava com os serviçais.

Estavam sentados a mesa, tomando um caldo de carne, quando Ecbert perguntou:

        -De onde vocês vem?


Uma das amas, a qual tinha o nome de Mary, levantou os olhos e fazendo um breve reverência com a cabeça disse:


       -Da Northumbria, meu rei. Do castelo do Rei Aelle.

Ecbert elevou as sobrancelhas e disse:

     -Os vikings já chegaram lá?

    - Sim, meu senhor, animais descontrolados, se me permite dizer. - disse o serviçal que tinha por nome, Willem.

    -E Aelle? - disse Ecbert, preocupado.

   -Não sobrou ninguém, exceto a senhora Emma, meu rei. - disse a outra ama, chamada Maggie.-Se não fosse por Willem, nós teríamos morrido e a pobre criança, Deus sabe o que fariam com ela.- chorou Mary.


Ecbert posou a mão sobre o ombro da ama, e olhou para a chuva de neve caindo sobre a janela.

     -Fizeram bem em salvar o sangue de Aelle e trazê-la para cá. A princesa será bem cuidada. - disse Ecbert, com misericórdia.


    - Meu rei, nos deixe servi-lo no castelo, para pelo menos ajudar a criar a garota. Eu a conheço desde o ventre da Rainha Ealhswith, por favor. - implorou Mary.


    - Verei o que farei para isso, mas descansem, estão protegidos aqui em Wessex.- disse Ecbert.


2 anos depois...


Era verão em Wessex, os campos estavam florescendo e dando safras boas em suas colheitas e o Rei Ecbert agora estava em paz com os vikings. Ragnar entrou pelas portas do palácio sozinho, apesar de desconfiar dos ingleses, ele tinha um elo de amizade com Ecbert e o mesmo vinha do Rei. Ele caminhou com um sorriso no rosto, segurando o cinturão com sua espada, vendo Ecbert servir vinho um duas taças de prata sobre a grande mesa de madeira disposta sobre o salão. Um salão iluminado com candelabros pendurados no teto e pinturas de sua família nas paredes. Ecbert sorriu, apertou a mão de Ragnar e disse:

Princessa Emma: O amor entre príncipes e vikingsOnde histórias criam vida. Descubra agora