Capítulo 20 - Vida longa à Rainha

1.5K 120 28
                                    

             Naquele dia não restou nenhum viking devoto à Harold Fairhair pois Bjorn executara a cada um que se opusesse ao caminho de Emma; o reino dormira em paz naquela noite e Emma, junto a algumas mulheres, cuidaram de Sir Cedmund, o alimentando adequadamente e dando-lhe suporte para seus ferimentos. Cada dia mais as boas novas se espalharam pelo reino, ainda que Bjorn estivesse com medo de uma rebelião, mas o povo se mostrava confiante com a volta da princesa. Por uma semana inteira, Emma ajudou na restauração do castelo, que aos poucos, retornava à vida e à glória de que ela se lembrava. 
          

            Numa tarde, um dos guardas da muralha entrou no salão de jantar, enquanto Emma e Bjorn comiam a última ceia e pouco ofegante, disse:

        - Milordes, temos visitas...

       Bjorn e Emma se entreolharam e ameaçando ela de se levantar, Bjorn a impediu, dizendo:

       - Não, você fique aí...

      Emma bufou e esperou. 

       Bjorn percorreu os salões e saindo do castelo, subiu as escadas da muralha e avistou pelo menos 20 cavalheiros e a pouca luz das tochas dificultavam que ele reconhecesse seus rostos. Ele estreitou os olhos e ouviu o anúncio.

     - Boa noite milordes, o Rei Alfred veio parabenizar a conquista da princesa Emma. - disse o valete à frente.

     - Desgraçado, sempre no nosso encalço. - murmurou Bjorn. - Abram os portões! - Ele desceu as escadas e viu os 20 cavalheiros entrarem em seus limites e descendo de seu cavalo, viu Alfred retirar sua capa e estendeu a mão para ele. - Rei Alfred.

     - Bjorn Ironside...- ele olhou ao redor e disse: - Vejo que recuperaram rápido o castelo.

    - Harold não deixou muitos homens para trás, foi fácil... - disse ele.- Venha, Emma está lá dentro.

    

      Emma aguardava diante da lareira, andando de um lado para o outro, contando os segundos em que as portas se abririam com alguma notícia. Sua respiração começava a ficar um pouco mais acelerada, em vista que a gestação já chegava ao quarto mês e parando um momento, ouviu passos e em seguida, Bjorn abriu a porta.

     - Graças aos céus, porque demorou tanto? - reclamou ela, colocando as mãos na cintura. E vendo Bjorn se afastar, viu o rosto de Alfred sorrindo ao entrar no salão. - Alfred?

     - Não perdi tempo quando soube que você havia chegado à Nortúmbria, achei que precisassem de ajuda, mas vejo que Bjorn consegue tudo muito mais rápido do que o resto de nós. - disse ele, beijando a mão de Emma e em seguida, olhando para Bjorn, que deu de ombro.

     - Vikings... - brincou ela, acariciando a barriga. - Porque veio até mim?

     - Pois é preciso de mais um rei na cerimônia de coroação para validar a legitimidade. - disse Alfred.

     - Mas Emma é a herdeira legítima, isso não a faz rainha? - disse Bjorn.

     - Ainda não, por isso estou aqui. Para a sua coroação, Emma. - disse Alfred.


      Depois de três dias, houve a cerimônia da coroação de Emma, que agora responderia ao título de Rainha da Nortúmbria; no salão do trono havia Alfred, Bjorn, Cedmund e o Bispo da Igreja ao lado do trono dourado, como organizado pelo Rei de Wessex, colocaram tapeçarias vermelha e dourada, representando a Casa da Nortúmbria e alguns retratos da família real que não foram prejudicados com a tomada do castelo por Harold, haviam sido recolocados sobre as paredes. No corredor, um tapete vermelho separava o povo viking do povo inglês, que aguardavam a chegada da princesa; um pintor estava diante de uma tela, desenhando como seria a coroação da princesa quando ela chegasse. 
     As portas do salão se abriram e o povo, olhou para fora, onde Emma caminhava lentamente com um sorriso no rosto e um pouco trêmula, para mais uma cerimônia. Vestida do um  vermelho característico das rainhas daquele país, tinha sobre seus ombros um manto real com pele de coelho branco e um tecido preto por dentro da orla de pêlos. Ela se aproximou do trono e ajoelhando-se para o bispo, o mesmo disse em língua inglesa, o que foi traduzido por Cedmund para a língua nórdica.

       - Princesa Emma, filha de Aelle, rei da Nortúmbria - disse o bispo com as mãos sobre a cabeça da garota. - Diante de Deus e de todos os homens, eu te abençoo como soberana do país e com a promessa de honrar e proteger o povo, sobre toda e qualquer ameaça, com justiça e sabedoria divina.

      E pegando um óleo da unção que foi dado por Alfred, ele molhou um dos dedos e passando na testa da garota, disse:

      - Com o óleo da unção, doou a você a benção e sabedoria que Deus deu à Salomão. - , ela sentiu a coroa de brilhantes sobre a sua cabeça, e  então Emma olhou para o bispo e pedindo ele que ficasse de pé, ela se levantou e andou até o trono, ficando de frente à todos. Recebeu o cetro de ouro com um diamante em sua ponta e na outra mão, um outro com a ponta de uma pomba voando em sua extremidade. Então passou a repetir as palavras do bispo.

       - Eu, rainha Emma da Nortúmbria, prometo servir ao povo com a graça de Deus, em sabedoria e justiça, não obedecendo aos meu desejos, com dever para com o meu país. 

      E sentando-se ela sobre o trono olhou para Bjorn, que sorriu discretamente, enquanto repetia as palavras que o bispo dizia, junto com a multidão:

      - Deus salve à Rainha Emma.


        Não houve ninguém que dissesse que a volta da Rainha Emma ao castelo não trouxe paz e prosperidade ao reino e à Inglaterra como um todo, vikings e ingleses viviam em paz e as viagens que Bjorn fazia para a Noruega, indo e vindo com mais vikings, estavam cada vez mais comuns entre o povo. A Nortúmbria começou a crescer, expandir seu comércio e a produzir mais, e assim, Emma se redescobria a cada dia como rainha. 
           Em uma noite de tempestade e chuva, depois de quase cinco meses de que estavam na Inglaterra, os gritos de dor de Emma ecoavam sobre o castelo e a ansiedade tomava a todos sobre o primeiro herdeiro que viria. Bjorn ansiava por ver o filho e quase não se controlava quando ouvia os gritos de Emma, e por dez horas de trabalho de parto, Emma agonizou. Uma menina nasceu, a qual Emma lhe deu o nome de Helena. A garota ruiva, pequena demais para um bebê, foi amada por Bjorn que não mais retornou para o Noruega depois do nascimento de sua filha. Assim também Alfred seguiu com sua vida, casando-se com uma das filha dos nobres de seu conselho, gerando seu primogênito, William.

 Assim também Alfred seguiu com sua vida, casando-se com uma das filha dos nobres de seu conselho, gerando seu primogênito, William

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


       Apesar do destino que jamais cruzou os caminhos de Emma e Alfred, seus filhos cresceram juntos e quase sempre passavam um ou dois meses se dividindo entre Wessex e Nortúmbria, o que consolara Alfred pois sempre quisera que sua vida fosse atrelada à Emma. Os vikings se multiplicaram, casando-se com ingleses e misturando o sangue e a cultura dos dois países, em paz e prosperidade, enquanto Bjorn e Emma amaram-se até o final de seus dias, tiveram Ragnar depois que Helena atingiu seus quatro anos, Astrid logo depois e por último, Eddard que conquistou muitas terras ao ocidente com seu irmão Ragnar. 

        Por fim, Helena e William se apaixonaram e casaram-se, unificando os reinos e tornando o sonho de Ecbert e Ragnar uma realidade, uma Inglaterra potente e unificada.



FIM

🎉 Você terminou a leitura de Princessa Emma: O amor entre príncipes e vikings 🎉
Princessa Emma: O amor entre príncipes e vikingsOnde histórias criam vida. Descubra agora