Capítulo 9 - Parte da Família

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       Bjorn estava sentado no trono, sua cabeça estava pesada e doía com tantas vozes no salão naquela hora do jantar. A preocupação sobre a praga que assolava alguns de seus homens também o tirava o sono, estava exausto e mau tinha tempo de pensar sobre o ataque à Wessex. Foi quando as portas se abriram e os homens que faziam ronda nos limites do acampamento chegaram carregando uma pessoa, às vista era uma mulher com vestidos caros demais para ser uma plebeia, na qual resmungava e chutava aquele que a segurava pelas pernas.

     - Bjorn, achamos esta aqui na floresta. - disse o homem. O que fez Bjorn olhar para eles e se levantando, notava que a mulher estava com a cabeça coberta por um saco vermelho e um bilhete escrito à  mão pendurado neste.

    Bjorn andou até onde a mulher estava ajoelhada, contida pelos ombro com os guardas a segurando fortemente. O Rei Viking se abaixou e leu o bilhete que dizia:

     " Aqui esta sua oferta de paz, é sua, faça o que lhe desejar

       - Rainha Judith "

      Bjorn sorriu e pedindo para os guardas se afastarem, notou que a respiração da mulher estava ofegante e profunda, ela ficou em silêncio e parando de se debater, ouvia o som do que estava a fora. Ele desamarrou o saco e retirou-o com delicadeza. Revelando a princesa que tinha a pele pouco grudenta devido ao suor e os cabelos ruivos bagunçados, ela piscou algumas vezes, pois a visão se tornara turva devido à escuridão que estava. Ela fixou os olhos verdes nos de Bjorn, que sorriu e arrumando parte de seu cabelo sobre o rosto, disse:

      - Bem-vinda ao lar, Emma.

    Emma estava assustada, olhou em volta e só o que via eram vikings e mais vikings, voltou a olhar para Bjorn que tocou-lhe o queixo, o que lhe deu aflição, fazendo com que ela retirasse o queixo imediatamente do toque dos dedos ásperos do Rei Viking.

     Bjorn sorriu e disse:

     - Então, Alfred desistiu da ideia de me enfrentar e optou pelo caminho mais fácil, lhe entregar. - disse, ainda abaixado, apoiando os cotovelos nos joelhos fletidos.- Logo hoje em que estou exausto e desejando um corpo jovem para me aquecer em minha cama...- ele sorriu e traduziu o que disse na língua nórdica,o que motivou seu povo a rir.

     Isso provocou uma ira na garota, Emma franziu as sobrancelhas e carregando a saliva, cuspiu sobre o rosto de Bjorn. Um silêncio imperou no salão, Bjorn ficou parado, em silêncio, e limpando a saliva de sua bochecha, limpou a mão sobre a roupa e sorriu:

     - Em 5 segundos que está aqui já age como uma viking. - disse ele, e se levantando, ordenou em língua nórdica: - Levem-na para meu quarto, mais tarde irei desfrutar minha noite com uma princesa inglesa.

      O povo urrou levantando os machados e os homens rindo, os guardas a arrastaram para trás do trono, levando a garota em direção ao quarto de Bjorn. 


      Era tarde da noite, Emma estava sentada na cama pois já estava cansada de andar pelo grande quarto à procura de uma fresta ou porta que não estivesse guardada pelos homens de Bjorn. Ela ouvira a festa que fizeram durante a noite, assim como as canções que cantavam na fogueira em oferta aos deuses nórdicos. O quarto de Bjorn era dividido em dois ambientes por uma grande cortina bege e fina, feita de seda surrada e mal bordada; a primeira parte, quando se entrava, estava uma espécie de hall, à esquerda estava um espelho com bronze ao redor, cumprido o bastante para se ver uma pessoa de corpo inteiro e um baú no qual deveria ter roupas; à direita estava um biombo feita de bambu, totalmente fenestrado ao que se podia ver uma pessoa se banhar na banheira de bronze que estava ali. Logo depois da cortina, havia uma cama larga o bastante para deitar-se 4 pessoas, decorada com peles e travesseiros de algodão, ao lado havia dois criados mudos de madeira também de carvalho com velas, e logo acima, na cabeceira da cama, uma cabeça de urso empalada. 

      Emma tentava não pensar as orgias que deviam ter acontecido ali, e sentada na beirada da cama, ela abraçava a si mesma, temendo que alguém entrasse por aquela porta, bêbado o bastante para usá-la como quisesse. De sua ronda no quarto, a única coisa que achou, pontiaguda o bastante para se defender, era uma pequena faca, parecida com um abridor de cartas, que ela escondia em sua mão, esperando o momento de usá-la. 

    Para o desespero da princesa, a porta se abriu, revelando que alguém entrara. Emma ficou em alerta, seu corpo se enrijeceu e ela apontou o abridor de facas em direção à entrada do quarto. Ele suspirou e abrindo as cortinas, Bjorn surgiu, abrindo o sorriso largo quando viu a pequena faca na mão da princesa.

     - Você é previsível, princesa, sabia que acharia esse abridor. - disse Bjorn, e sentando-se no baú que estava ao pé da cama, retirou as botas, sentindo o alívio em tocar os tapetes feitos de pele sobre seus pés. 

     Emma ficou quieta, o coração estava acelerado com a adrenalina do perigo eminente e continuava a apontar para Bjorn. Ele retirou o colete e depois a camisa negra, revelando as costas largas brancas, contrastada com as tatuagens negras formando desenhos sobre seus ombros. Ele se virou para ela e em pé, caminhou até ela, dizendo:

     - Vamos, me dê esse abridor ou você vai se machucar. - disse estendendo a mão.

    - De jeito nenhum! - exclamou ela, se levantando e apontando pra ele.

    - Está começando a me irritar, passarinho. - disse ele, franzindo as sobrancelhas. - Num movimento rápido, ele prendeu o punho da garota, apertando-o forte e tomando o abridor de cartas com a outra mão, o jogou longe.  Em seguida, percebendo que estava desarmada, a garota começou uma onda de socou e tapas sobre ele, que fechando um pouco os olhos, segurou as mãos dela com apenas uma mão e com a outra, segurou seu pescoço.

     Emma sentiu a força de sua mão segurar seu pescoço, Bjorn soltou as mãos dela, o que deu a oportunidade da princesa levá-las à mão dele, numa tentativa falha dela se soltar. Ele estava com olhos de raiva, irritado, ele a derrubou sobre a cama, se colocando entre as pernas da garota e soltando seu pescoço, segurou os braços para cima e puxou uma das pernas dela para cima, aproximando-se ainda mais da intimidade da garota.

     - Eu acho graça nessa sua valentia, mas já aviso você, passarinho, eu não sou Alfred ou Aethelred. Somos vikings, como vocês dizem, somos animais. Nós matamos como animais, lutamos como animais e fodemos com nossas mulheres como animais. Acostume-se, pois está será sua família a partir de agora. - disse Bjorn, tão próximo de Emma que ela podia sentir o cheiro de hidromel que ele tinha bebido. - Agora você escolha, ou se comporta como uma princesa ou te venderei como escrava a um de meus homens. - Emma parou de se debater e respirou profundamente, o que fez Bjorn sorrir, e beijando a bochecha dela, se levantou. - Eu não a tocarei enquanto você não me permitir, esperarei no seu tempo, mas não abuse de minha bondade. - disse ele, se afastando e indo para a banheira, localizada atrás do biombo.

     Emma se endireitou, sentando-se na cama e suspirando, segurou as lágrimas fechando os olhos e desejou a morte.

Princessa Emma: O amor entre príncipes e vikingsOnde histórias criam vida. Descubra agora