Capítulo 7 - O Destino cruza os caminhos

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Por quase 1 semana a garota se recusou a jantar, a ver Alfred ou qualquer outra pessoa que não fosse Mary. Revoltada com a situação, Emma permanecia  no quarto tentando planejar uma fuga ou qualquer coisa que pudesse a livrar se seu destino. Informada que Aethelred foi livre da prisão pelo próprio Rei, e agora os irmãos trabalhavam lado a lado para traçar estratégias de defesa e ataque contra os vikings, uma certa manhã Emma se cansou de pintar quadros ou bordar em panos de cetim. Ela colocou seus trapos de camponesa e com uma capa esfarrapada e cheia de remendos, passou despercebida como um rato pelos guardas e saiu do castelo. Queria o ar livre, queria sentir a brisa da primevera que aflorava nos jardins de Wessex. Ela foi até o estábulo e delicadamente retirou Jasmine, sua égua, de dentro do estábulo e montando nela, cavalgou pela entrada Oeste e pouco vigiada.

Havia dado a Peter,  o guarda,  uma boa quantia em dinheiro pelo seu silêncio e o fez prometer não contar nem mesmo ao Rei, ela não demoraria mais que 3h para voltar. Calvalgou até a floresta a borda de Wessex e sentiu a liberdade sobre seus cabelos e pele, como havia muito tempo que não sentia. Atravessou o bosque com cuidado e olhando em volta, garantiu que estivesse sozinha.

- Bem, Jasmine... acho que somos só eu e você.- Disse ela, saltando da égua, que ficou a comer a grama cheia de orvalho da manhã.

Emma retirou um saco da montaria e abrindo-o, mordeu uma maçã vermelha que havia pegado de sua mesa antes de sair do castelo. Sentou-se a relva e retirando o capuz, suspirou olhando como a copa das árvores vista daquele ângulo daria um belo quadro.

Por algum tempo estava fresco e calmo, mas o Sol já estava irradiando seus raios do meio do céu, fazendo-a suar debaixo da capa. Ela se levantou, retirou a capa e pegando o cantil da montaria, disse:

- Espere por mim, Jasmine, pegarei um pouco de água para nós.- disse ela. Caminhou entre as árvores e musgos, passando por pedras e troncos caídos até chegar a um riacho pequeno que cortava a floresta. Ela se abaixou, olhando ao redor com cuidado, e abaixando o cantil até a borda, preencheu-o com água corrente. Tampou o reservatório e deixando-o de lado, sentiu a necessidade de molhar seu rosto pois sua pele estava fervendo. Levou as mãos à águas que tremulavam seu reflexo, bebeu um pouco da água fresca e molhou o rosto, depois levou a mão com gotas de água para a base do pescoço e do colo dos seios. Suspirou e abriu os olhos. Do outro lado do rio, tremulava um outro reflexo, o que a fez olhar para frente. Sorrindo para ela estava dois homens, o primeiro tinha a cabeça raspada nas laterais com tatuagens vikings decorando sua pele e uma longa trança que começava do topo da cabeça e descia pelas costas, os olhos azuis piscina a observava com curiosidade. Ao lado dele, um rapaz jovem, tinha pouca barba e cabelos castanhos claros pouco comprido, segurando o machado a frente do corpo. Ela se levantou, olhando para o lado, e o mais jovem acenou, o que a fez correr em direção ao cavalo.

Ela sentia seu coração pulsar e suas pernas arderem pois estava correndo o mais rápido que podia. Ouvindo os passos deles vindo logo atrás, ela pulou o tronco de árvore e chegando a clareira onde estava Jasmine, viu outro homem. Desta vez se lembrara deste pois era o único que usava muletas naquele dia em que conhecera Bjorn. Ele acariciava a crina da égua e sorrindo para ela, disse:

- Ora, ora o que temos aqui, pequeno cavalinho. - dizia ele na língua nórdica, ao qual Emma entendia perfeitamente.

Em poucos segundos estavam os outros dois na clareira, ela se virou, afastando -se, vendo os dois a cercarem.

- Acha que contamos à Bjorn? - disse o de olhos azuis piscina.

- Não, acha que ele não vai achar ruim se não divertirmos com ela um pouco.- disse o mais novo.

- Eu concordo com vocês. Afinal, a princesa veio até nós.- disse o de muletas.

Emma os encarava com olhos de medo, não saberia se poderia correr ou se gritar seria o adequado, mas mesmo com aquela distância, não saberia se alguém a escutaria.

Princessa Emma: O amor entre príncipes e vikingsOnde histórias criam vida. Descubra agora