DO MORRO PRA VIDA - Livro 1

• CAP 33

Lua 🌙

Tinha chego no morro e estava esperando ele no local combinado, lanchonete do seu Raimundo, a lanchonete com o melhor x tudo que podia se imaginar .

Olhava fotos que já tinha tirado e estava montando um mosaico das
figuras aqui do morro, e sim tava ficando perfeito, até que ouvi ele falar.

KL: quem é vivo sempre aparece né não - ele puxou a cadeira e sentou de frente pra mim.

Lua: eu trabalho fofo - dei língua pra ele que riu ao ver a careta.

KL: ficar tirando foto é trabalhar? deis de quando ein? - ele me gastou e eu semicerrei os olhos para ele que riu.

Lua: deis de quando traficar é trabalhar? ein senhor KL - ele gargalhou e fez sinal de rendição.

KL: então é isso somos dois folgados que finge que trampa pô, seu Raimundo me manda um litrão faz o favor - mexi na minha pasta e coloquei na frente dele a foto que ele tirou minha e do meu copo.

Lua: é sobre isso dois pilantras em ação, mas aí tu tem talento cara olha essa foto - ele pegou e ficou encarando, seu Raimundo trouxe o litrão e colocou em dois copos e eu bebisquei o meu.

KL: se bem que a modelo não ajudou muito né, mas o fotógrafo tem futuro - dei o dedo pra ele que riu.

Ficamos mais um pouco na lanchonete e quando terminamos ele subiu na moto e falou pra eu ir atrás dele, e assim eu fiz, até que chegamos num paredão cheio de grafite.

KL: esse aqui é um ponto foda pra você tirar foto - fiquei boquiaberta ao ver aqueles grafites com tanto sentimento em forma de traços.

Lua : caralho que paredão foda é esse mano, queria conversar com esses meninos que fizeram isso serião - ele sentou no capô do meu carro, e estendeu a mão, e eu não entendi.

KL : prazer foi eu quem fiz - encarei ele surpresa pela arte que ele sabia fazer e comecei a fotografar.

Lua: caralho KL como assim, você disse que fazia tempo que você não grafitava pô, mentiroso - vi ele ri e tirei foto dele que tampou o rosto e deu o dedo.

KL: mas isso já faz tempo esse era um local que eu vinha bastante fazer grafite, eu nem sempre fui da vida - parei de fotografar e me sentei em cima do capô com ele.

Lua: colfoi me conta então, achei que você tinha nascido com a Ak na mão - ele fez que não e deu risada.

KL: você me tira demais garota, tá maluco mas então eu estudava antes do meu pai ir preso, e meu sonho era ser artista de rua vulgo grafiteiro, mas aí meu pai caiu em cana, e eu entrei pra essa vida mas sempre gostei disso aí, e aqui tudo foi eu, pra provar pro meu pai que eu tinha talento - sorri ao ouvir ele falando, encarei ele e fotografei ele.

Lua: e por que você parou cara, você tem um mega talento, olha é não sempre que eu faço elogios a alguém - ele me encarou sério e pegou a câmera da minha mão.

KL: mais você já me fez uns 3 elogios eu tô só anotando, se encantou pelo pai certeza - gargalhei e deitei no carro.

Lua: ah sim tô muito gamada uh apaixonada que homem nossa - ele gargalhou e tirou fotos pelo visto aleatórias.

KL: eu acho foda você e a Moah são idênticas mas muito diferentes - encarei ele e fiz que sim.

Lua: você não é o primeiro que diz isso viu, nós somos muito diferentes - fechei os olhos e fiquei sentindo o vento.

KL: ih colfoi mudou - como assim ele notou que eu mudei? - abri os olhos e o encarei.

Lua: KL é foda você ter uma irmã excelente em tudo mano, por que ainda que não seja por mal as pessoas vão te comparar, e quando nossa mãe tava viva ela odiava essa comparação, mas meu pai sempre quis a Moah como primeira em tudo e causou o inferno da vida dela quando ela quis caminhar diferente, essa história você já sabe né, e eu já não tinha muito o que desapontar eles então preferi viver do jeito que eu amo, eu amo fotografia e ser livre, e não ser referência sabe, eu sou isso aqui - ri pra ele que me encarava e logo virou o boné com a aba pra trás e voltou a sentar do meu lado.

KL: mas você é excelente no que faz morena, olha as fotos que você faz, você vê beleza onde ninguém vê e isso é raridade, e esse bagulho de comparação do odeio, todo mundo tem seu valor e sua maneira - sorri ao ouvir ele falando, ele me estendeu a mão e eu toquei.

Lua : você é foda cara, pela forma que disse até parece que já foi comparado também - ele me olhou de lado e fez que sim.

Ficamos conversando por mais um longo tempo e ele era um cara foda de verdade .