• CAP 68

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Ruan 🎭

E depois de 8 anos preso eu senti o vento no rosto e a sensação de liberdade era indiscutível.

Meu advogado conseguiu que eu cumprisse o restante da pena em liberdade e a nega ajudou muito pra isso acontecer.

Meu advogado me deixou na entrada do morro, e eu só sorri vendo que nada tinha mudado e o primeiro que eu vi foi meu afilhado que tava um moleque bonito pra caralho.

Ruan: colfoi burguês me conhece mais não caralho? - ele virou com a cara fechada dele e quando me olhou, ficou assustadão, ele me abraçou forte e esse moleque era bom demais slc.

TF: bença padrinho, que saudade porra, ninguém tá sabendo disso não né? - abracei ele novamente e fiz que não.

Fomos subindo o morro abraçado e algumas pessoas me olhava tentando me reconhecer, eu mudei um pouco mas era o mesmo cara gato de sempre pô, 50tão inteiro porra.

Ruan: tá pegando uma novinha conhecida por mim né? - ele me olhou sem entender e eu dei risada.

TF: como você tá sabendo? - cumprimentei seu Zé e olhei pra ele.

Ruan: tava preso mas não tava morto porra, novinha bonita tá certo, deu um rodo no Alemão ein? - ele abaixou a cabeça e deu risada.

TF: padrinho cê nem tá ligado, mas você não tem raiva dela? - olhei pra ele e parei na porta da minha casa.

Ruan: lá dentro eu ouvi muita coisa e eu sei que a menina só foi isca, ela não teve culpa, mas o pai dela tá no meu nome, eu pego mais 8 9 10 anos mas o nome dele é meu - ele se aliviou ouvindo minha fala, ele me abraçou e eu entrei na minha casa.

Que saudade disso tudo, senti um cheiro de comida bom pra porra, bati a porta e ouvi alguém resmungar.

Beatriz: tô terminando de fazer Kevin nem adianta me acelerar - ri ouvindo ela falar, passei pela sala e vi tudo arrumado, e parei na porta da cozinha de braço cruzado e ela tava de costas.

Ruan: ah mais eu tô com fome pô - ela soltou o copo no chão ouvindo minha voz e começou a tremer.

Beatriz: Kevin não brinca assim por favor, é a voz do pai - caminhei até ela e a abracei por de trás, ela começou a chorar demais, e eu não aguentei deixei umas lágrimas escapar.

Ela virou e me olhou chorando, alisou meu rosto e me abraçou forte, beijei o rosto dela todo e a olhei, minha filha virou uma mulher, uma linda mulher como a mãe dela.

Ruan: o pai voltou minha pulguinha, como você tá linda porra fiz com vontade puta que pariu - ela soltou um riso chorando, e me abraçou.

Ela não largou de mim e fomos pra sala com ela grudada em minha, antes que me pergunte a resposta tá aí por que o apelido de pulguinha.

Foi quando a porta abriu e eu vi meu filho, meu herdeiro meu moleque minha cria.

Ele entrou tirou o fuzil das costas e encostou atrás da porta, ele mexia no celular.

Ruan: ih ala que vacilão já tinha morrido porra, olha pra cima eu te ensinei direito - ele ergueu a cabeça e me encarou, ele levou as mãos na cabeça e segurou pra não chorar.

Me soltei da Beatriz e abracei meu moleque que era um homem, ele me abraçou forte.

Ruan: pode chorar caralho - ele sempre teve problema com chorar deis que a mãe morreu, foi quando ele chorou igual o moleque que eu deixei quando fui preso.

A Beatriz veio e abraçou a gente e eu senti que tinha voltado, eu senti meus filhos novamente, tudo que eu tenho é eles nessa vida, e saber que eles me ama do mesmo jeito, me dá garra pra voltar e cuidar deles.

Ficamos trocando mó ideia, minha menina terminou o almoço, que vibe do caralho, mas faltava minha outra família e minha nega.

DO MORRO PRA VIDA - Livro 1 Onde histórias criam vida. Descubra agora