Capítulo 8

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A professora de biologia havia se demitido então quem estava em seu lugar era uma professora nova. Seu nome era Verônica, tinha lá para os seus 50 e poucos anos. Método de estudo antigo.
Reorganizou a sala. Antes que ela pudesse me tirar do lado de Hunter o diretor convoca em sua sala eu, alguns alunos do 9° anos, Hunter e Julie.

Ele nos convidou para organizar o baile de formatura. O nosso seria junto ao do 9° ano.

Nisso eu acabei passando mais tempo com Hunter. E com a Julie.

Agora estávamos em casa. Nós três.

— O baile precisa de um tema? — Pergunto a Hunter. Estávamos eu, ele e Julie em casa. Minha mãe estava empolgada em vê-la de novo. As duas estavam conversando na cozinha enquanto eu que estava deitada no colo do Hunter em minha cama, procurava por ideias para o baile. Seria a minha última e mais recente memória da escola, tinha que ser perfeita. — Já pensou como seria legal um baile de máscaras? É bem genérico mas seria ótimo.

— Eu vou ter que concordar com você. — ele diz com a mão no meu cabelo fazendo uns cachinhos com o dedo indicador. — Só que precisamos de mais opções.

Eu consigo ouvir as risadas da minha mãe no fundo misturadas com as de Julie. Eu posso sentir o tecido tocando a minha pele, minhas pernas se apoiando na cama e Hunter mexendo no meu cabelo. Eu começo a prestar atenção nessas coisas quando eu estou nervosa e eu estava um pouco. Depois eu percebi que eu tinha ele ali comigo. Não como se o meu nervosismo fosse diminuir, mas talvez facilmente deixado de lado.

— O que vai acontecer com a gente depois do baile? — pergunto olhando fixamente pra ele. Em menos de dois meses o assunto pelo qual nos conhecemos já era irrelevante. Agora já nem se quer me afeta. Um trabalho em meses o que eu demorei, sem sucesso, mais de um ano.

Ele parece pensativo. Tanto eu quanto ele não queríamos saber sobre.

— Vamos por partes, você nem sequer decidiu sua faculdade. — Ele pousa sua mão. Ele me olha do mesmo jeito desde que eu o conheci. Indecifrável. Independente do contexto, é difícil ter uma ideia do que ele pensa. Ele olha fixamente em meus olhos sem reação alguma. Eu tiro minha cabeça do seu colo e sento me aproximando dele. Eu passo minhas pernas por cima das suas e um dos meus braços em volta da sua cintura. — Eu não quero pensar o que vai acontecer depois, por mais que eu sei que vamos dar um jeito.

Meu outro braço eu entrelaço com o outro em sua cintura e ele coloca o seu sobre o meu ombro.

— Você está bem com ela aqui? — Ele pergunta meio baixo. Meu rosto estava muito proximo do dele, que estava apoiado em seu ombro.

— Sim... — Eu digo sorrindo meio sem acreditar. Eu estava muito bem por estar. Eu queria dizer que era graças a ele, mas não sabia como. — Eu estou. Obrigada.

— Eu fico feliz por você. Muito. — Ele sorri dessa vez. As vezes eu queria dizer a ele o quanto eu admiro ele. O quanto o sorriso dele combina perfeitamente com o rosto dele. O quão bem feito cada parte do rosto dele foi feita e que combinam perfeitamente. Eu passo tanto tempo olhando pra ele. Talvez ele seja sim a melhor coisa que me aconteceu. Meu passado com ela simplesmente não é mais importante. Eu nunca encontrei palavras pra dizer a ele tudo o que eu queria e talvez nunca encontre.
Eu não acho que todos os casais sintam o que eu sinto por ele. É intenso demais pra ser algo tão comum. As vezes eu penso que isso foi o que resultou no um ano de espera pela mensagem da Julie. Mas as vezes eu também penso que ele seria simplesmente incapaz de me machucar.
Eu aproximo meu rosto mais ainda do seu e o beijo. Acho que nunca fui tão perdidamente apaixonada por alguém. Em quase um ano, ele me conhece tão bem quanto ninguém conseguiria. Do contrário comigo, ele sim sabe o que eu estou pensando. Eu me afasto e o olho de novo com um sorriso.

Nem tudo é um mar de rosas entretanto. As vezes ele ainda me parece um estranho.

— Eu queria saber mais sobre você. — Eu digo um pouco baixo. Eu sei que tem muita coisa sobre ele que eu não sei.

Minha mãe bate na porta e logo me separo um pouco de Hunter. Ela entra segundos pós isso.

— Filha, a Julie e a mãe dela vão dormir aqui em casa hoje, eu que chamei. — Ela diz. Com um sorriso. Fazia muito tempo que ela não falava com a sua melhor amiga de infância e tomou aquela situação como resolvida. O importante é que ela fique feliz, não é? — Ela disse que chega em uma hora. — Vejo a Julie atrás dela observando eu e Hunter ali juntos com um olhar totalmente indecifrável e depois abre um pequeno sorriso forçado quando minha mãe começa a fechar a porta.

Ele deita virado pra mim e eu também.

— Eu também queria poder te contar tudo. — Antes que eu pudesse perguntar ele logo diz. — Só não sei como.

Eu o olho no fundo dos olhos. Eu queria abraça-lo ou beija-lo mas sua resposta me intriga o suficiente pra ficar sem reação. O que é tão díficil de se contar para não ter ideia de onde começar? Na verdade muitas coisas, mas não tenho ideia do que alguma delas tem haver com Hunter.

𝐍𝐎 𝐌𝐎𝐑𝐄 𝐂𝐈𝐆𝐀𝐑𝐑𝐄𝐓𝐓𝐒 - Hunter Sylvester (REESCREVENDO!)Onde histórias criam vida. Descubra agora