𝐍𝐎 𝐌𝐎𝐑𝐄 𝐂𝐈𝐆𝐀𝐑𝐑𝐄𝐓𝐓𝐒 - Hunter Sylvester (REESCREVENDO!)

Capítulo 12

Eu estava sentada no banco do piano ao lado de Hunter tocando notas aleatórias e observando a chuva. Ele mexia no celular procurando algo enquanto eu pensava em alguma música.

- Sabe eu nunca tinha escutado uma música do Sepultura, mesmo já tendo ouvido falar. - Diz. Alguns dias atrás eu havia mostrado a banda.
- Mas caramba, isso é ótimo.

Levanto meu olhar a ele e concordo. Hunter deixa seu celular em cima do piano quando o meu apita. Era Emily.

"Sabe aquela coisa naquele azilo? Vi que você ia e eu também tava precisando de uma graninha então também me inscrevi. A gente pode ir na minha van."

Leio pela barra de notificação. Fiquei feliz em saber que alguém conhecido estaria lá.

Começo a tocar uma daquelas músicas que meu pai tocava. Uma das quais eu planejava tocar no baile. É, eu ia organizar e tocar.
Me disseram pra tocar algo calmo mas não triste, então foi a primeira coisa que pensei.
Era uma música linda, daquelas que faziam pra homenagear o Rio. Meu sonho ainda era conhecer o lugar. Paro no meio da música.

- Vou ter que tocar essas músicas lá. - Eu fixei meu olhar no piano tentando imaginar as notas e sinto o olhar de Hunter sobre mim. Me sentia nervosa.

Já fazia alguns dias que eu não beijava ele. Sabe, eu amava estar com ele mas me sentia mal de beija-lo de alguma forma que eu não sabia de onde vinha.
Acho que ele percebia esse meu nervosismo.
É que as vezes eu me sentia como se eu estivesse me aproveitando dele pra me sentir feliz. Eu estava? Pra ser sincera não tinha ideia.
Mas sei que parte dessa ideia vinha de que eu sabia que logo as coisas iriam acabar.

Eu sei que ele parecia não estar muito bem com isso.

- É uma melodia bonita. - Ele diz seco e vai até a cozinha. É, ele definitivamente percebeu.
Ele volta com dois refrigerantes na mão mas dessa vez não senta ao meu lado, apenas se encosta em pé no sofá.

Toco notas aleatórias novamente com apenas uma mão sobre o piano e outra apoiando a cabeça com o cotovelo sobre a parte de cima do piano.

Eu não queria ter que dizer a Hunter que eu me sentia melhor quando eu não o beijava, até porque tenho certeza de que ele sentia o contrário.

Eu ergo a cabeça e percebo que a chuva engrossava rapidamente.

- Eu te levo pra casa, mas é melhor esperar a chuva desengrossar um pouco. - Diz e eu respondo com "Claro". Ele aponta a cabeça para o andar de baixo e desço junto com ele.

Eu me sento em sua cama e ele vai até o espelho.

- Lembra quando você disse que eu ficaria bem com o cabelo raspado de lado? - Ele diz e sinto que era uma tentativa de cortar aquele clima.
- Bem, eu estive pensando nisso.

- Então você vai raspar? - Digo rindo com a mão sobre a boca. - Eu não acredito.

- Eu só estou pensando. - Se vira pra mim e ri. Ele ajeita o cabelo do lado esquerdo tentando imaginar como ficaria raspado.

- Ok, se você raspasse eu te amaria mil vezes mais. - Digo brincando e ajeito a postura.

- Ok, então eu vou raspar. - Ele diz e eu pergunto se é sério. - Não, ainda não. É melhor eu ter mais conciência do que estou fazendo antes que eu me arrependa, porque isso é muito provável. - Ele senta ao meu lado da cama passando seus braços em volta da minha cintura me empurrando para deitar na cama enterrando o seu rosto no meu peitoral. Ele ria e eu tenho certeza de que estava sorrindo. Eu estava sorrindo também.

Era ótimo vê-lo sorrir. Eu acho que nunca irei deixar de me perguntar como ou porquê, mas agora eu sei que simplesmente acontece.

Ele se distancia um pouco de mim tirando sua mão de minha cintura e colocando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.
Isso me faz rir. Não de achar engraçado, de felicidade mesmo.