Capítulo 4

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Faltava duas semanas para as férias. Ótimos meses na escola onde eu tinha companhia. Eles eram ótimos amigos, gostavam do mesmo que eu, principalmente Emily. Nos tornamos ótimas amigas.
Estávamos no intervalo, sentados na mesa novamente.

— Já raspou a lateral do cabelo? — Pergunto a Hunter olhando para o seu cabelo, ele balança acabeça como "não". — Sabe, ficaria muito legal
Ele agradece.

Esse tempo que eu passava com eles me fazia esquecer daquela mensagem. Pois é, eu ainda não respondi.

Eu não sei lidar com esse tipo de coisa, mas estava tudo bem porque naquele momento eu não estava me importanto.

Eu sou uma pessoa sensível, choro com facilidade, apesar de sempre ter um bom controle sobre as situações. Naquele momento, eu parei de prestar atenção no que falavam e lembrei da mensagem.

É ruim perder alguém com quem passou a vida toda. Nossas mães eram muito amigas antes mesmo de nós. Como consequência, tínhamos um grande convívio. Tate era o nome da sua mãe. Tate, sempre que nos visitada, o que era bem frequente, trazia Julie e ficávamos juntas a tarde inteira.

Você, leitor, provavelmente não sabe, mas é muito mais do que um término trágico. Aquilo se torna horrível de se lembrar quando se teme a própria companhia. Se torna pior quando acaba de uma forma onde não importa o que você diga, e onde você também não sabe o que dizer. Se torna ainda pior quando aquilo era tudo o que você tinha.

Aparentemente, eu ainda não estou preparada para o que há. Sabe se lá o que há mesmo. Mas eu sei de dois finais.

"Oi, Ashlay, aqui é a Julie [...]"

Observo a mensagem atentamente enquanto caminho até a cozinha para deixar a bandeja de comida. Meu copo ainda com um pouco de suco de uva e meu prato com restos. Eu nem sequer olhava pro chão porque aquela mensagem me intrigava. Eu depois disso só ouço os talheres caindo no chão, um cara loiro com uma blusa branca manchada de suco e alguns restos de comida caindo de sua blusa no chão. Puta merda, Skip Hoffman.

— Eu achei horrível isso que fizeram. Não têm vergonha de humilhar Skip assim? — Diz o diretor da escola, que era pai de Skip. Hunter estava lá, o que ele tinha feito? — Eu até esperava isso de você Hunter, mas não de você Ashlay. De todos esses anos na escola nunca te vi aqui com uma situação dessas.

— Você pode ao menos falar o que é que eu fiz? — Hunter diz com o tom de voz alto.

— Ah eu tenho certeza que você sabe. — Diz o diretor com raiva batendo a mão na mesa e olhando fixamente para Sylvester.

— Se eu soubesse eu estaria lá te perguntando? — Diz sarcático sem tirar os olhos do outro.

— Suspensão depois das aulas pra vocês dois, principalmente você Hunter, é muito pouco. Vão ter que participar de todas as atividades de recuperação.

— Isso tudo porque eu derrubei suco nele sem querer? — Digo com um tom de voz um pouco mais alto.

— Não foi essa a história que eu ouvi, Ashlay. — Ele diz e me faz ficar confusa. Foi exatamente o que aconteceu, o que Skip disse? — Você, senhorita Harris, vai mostrar a escola para a nova aluna após as férias. Ela ainda está em processo de transferência. No primeiro dia de aula, certo? Podem ir.

Eu balancei a cabeça, ainda tomada pela dúvida e voltei a sala. Hunter parecia bravo.

— O que você fez pro Skip, Hunter? — Pergunto. Se ele me desse uma resposta, a história ainda teria que ser distorcida pelo garoto para que tivéssemos que fazer essas merdas.

— Eu acho que eu ter nacido pra ele já é o suficiente. — Ele diz fazendo gestos. Ele também estava bravo. Perder as férias?? — Eu não fiz literalmente nada pra aquele garoto. — Diz dando ênfase no "nada". Eu entro na minha sala, que também era a dele mas ele segue seu caminho sabe-se lá pra aonde.

𝐍𝐎 𝐌𝐎𝐑𝐄 𝐂𝐈𝐆𝐀𝐑𝐑𝐄𝐓𝐓𝐒 - Hunter Sylvester (REESCREVENDO!)Onde histórias criam vida. Descubra agora