the beach » lumax

can i kiss you?

Por que domingos são extremamente estranhos? Não sei dizer se somente eu tenho essa sensação, mas o pior dia da semana costuma ser o domingo. Adultos geralmente odeiam por retratar o recomeço cansativo do ciclo de trabalho, já que no dia seguinte voltariam a suas rotinas. E eu costumo odiar por simplesmente não ser um dia bom. Mas aquele domingo em específico, passou a ser mediano, porque depois daquele dia tomei uma decisão definitiva a respeito de nós dois. Talvez muitos pensariam ser exagero ou até mesmo frescura de minha parte, mas ser uma pessoa que não consegue se abrir direito sobre o que está sentindo é definitivamente uma merda. E única parte boa para vim se tornar razoável, vocês irão descobrir ao decorrer da narração.

Havíamos acordado a aproximadamente uns 12 minutos atrás. Porém, permanecíamos deitados na cama. Eu estava sem a mínima vontade de levantar, se pudesse, passaria o dia inteiro deitada fazendo absolutamente nada. Lucas continuava ali somente para me fazer companhia.

Seus braços ainda estavam em volta de meu tronco, sentia seu olhar me queimando, enquanto eu encarava o teto vago e com nada de interessante para alguém permanecer tanto tempo observando. Não sei dizer se minha mãe já havia acordado, não apareceu em meu quarto e nem fiz esforços para descobrir. Pretendia permanecer ali por horas apenas existindo e sem pensamentos sobrecarregados.

— Por quanto tempo mais, você irá permanecer encarando esse teto? - Lucas quebrou o silêncio que predominava ali desde que acordamos.

— Quanto tempo eu precisar.

— Irá precisar de muito? não pretendo passar o dia todo na cama, quero fazer algo com você - tirou seus braços que até agora, estavam em volta de meu corpo.

— Que ironia, eu pretendia passar o dia inteiro na cama. E nós já fizemos algo, assistimos filme ontem - respondi não dando a mínima para onde aquele diálogo levaria.

— Podemos fazer algo a mais - entrelaçou sua mão a minha que situava-se sob minha barriga, fazendo-me retirar a atenção do teto e focar somente nele — podemos ir ao fliperama, o que acha?

— Acho que deveríamos passar o dia na cama, sendo sincera com você, quero descansar, não ir ao fliperama - me virei por completo a sua frente, fechando os olhos sinalizando que voltaria a dormir.

— Qual é, Max! não vou te deixar passar o dia inteiro na cama. Vamos fazer algo, por favor? - pegou nossas mãos que persistiam entrelaçadas e as levou próximas a nossos rostos, enquanto a outra estava colocando uma mecha minha atrás da orelha.

— É de extrema importância que eu precise fazer algo com você hoje? - sua mão posou em minha bochecha acariciando-a junto a minhas quase imperceptíveis sardas. Talvez ele adore esse toque, sempre fazia quando tinha a oportunidade.

— Só quero passar mais tempo com você. É um crime eu querer um momento romântico com minha namorada? - acabei tendo um déjà-vu que me levou de volta à noite que assistimos "dia dos mortos", tentei conter o sorriso bobo que encontrava-se querendo aparecer em meus lábios.

— Você me faz querer vomitar com esse papinho de casais melosos - insinuei estar prestes a colocar o que eu tivesse ingerido para fora, ele sorriu arqueando as sobrancelhas.

— Sei que gosta desse "papinho" meloso, por mais que tente negar - o olhei incrédula.

— Não! Detesto - exclamei com um riso contido — isso é tão brega.

— Às vezes, Max, a breguice é algo essencial. Momentos assim com você, me fazem um cara mais especial, sabia?

— Credo, Lucas, não me faz vomitar de vez - soltamos risos extremamente altos após eu acabar insinuando novamente que vomitaria — vem, se quisermos aproveitar o resto do dia, precisamos sair desse quarto logo.