One Shots - E se?

E Se? Capítulo 12

- Filho, a mamãe deu um beijo no rosto do tio Arthur tá bom? E agora você trate de ficar bem quietinho pra poder ir pra casa amanhã hein.

- Carla, eu vou para o outro hospital, acho que não te vejo mais hoje mas qualquer coisa pode me ligar, meu colega do plantão vai passar aqui mais tarde pra ver se está tudo bem. Amanhã vou estar aqui na hora da alta dele. 

- Tá bom, obrigada por tudo Arthur...obrigada mesmo.

- Você pode vir aqui fora um instante? pergunto baixinho para que Lucas não ouça e ela sai comigo

- Arthur, desculpe, foi totalmente no impulso, não sei onde eu tava com a cabeça de te beijar na frente do Lucas, da enfermeira, me desculpa - sinto a mão dele puxar o meu corpo e nosso lábios se colam. 

- Eu só te chamei aqui porque eu queria sentir o seu beijo novamente... estou na minha sala - falo e saio a deixando meio desnorteada.

Carla

Tem meia hora que estou pensando se o que Arthur me falou foi apenas para dizer onde estará ou se foi um aviso, te espero na minha sala... tenho a impressão que ele me chamou para ir à sala dele... eu e minha mania de pensar demais, a verdade é que estou louca de vontade de ir lá e agarrar aquele homem mas não posso me esquecer que estou em um hospital e com meu filho internado...minha cabeça está a mil, é muita coisa acontecendo ao mesmo tempo...mas tem horas que é melhor não pensar e sim agir, resolvo ir à sala dele. 

- Enfermeira, vou aproveitar que o Lucas está dormindo e vou comer alguma coisa, já volto tá? 

XXX - Fica tranquila, ele não acorda por agora. 

Arthur

Estava em minha sala pensando na Carla, o quanto ela é linda, atraente, o cheiro dela me deixa doido, o beijo então nem se fala, faz muito tempo que não sinto nada parecido, a última vez que me apaixonei foi uma catástrofe, minha ex não entendia minha rotina de trabalho, não me apoiava em nada, pelo contrário, até que descobri que ela me traía. Dali por diante evitei me relacionar, tive alguns encontros casuais mas me blindei para evitar sentimentos, só que com a Carla eu não tive tempo porque ela apareceu sem perspectiva de eu ter nada com ela, foi casual, foi sem propósito, sem intensão, estou realmente gostando muito dela, dei sinal para ela vir aqui mas acho que ela não entendeu...ouço batidas na porta.

- Pode entrar...

- Oiee... ele levanta e vem na minha direção

- Oi Carla, que bom que você veio -  digo a envolvendo em meus braços e cheirando seu cabelo

- Fiquei na dúvida, sou um pouco lerda -  ele ri

- Eu imaginei, não que você seja lerda, mas que não tivesse entendido - dou um beijo em seu pescoço e ela se arrepia.

- Que é que está acontecendo hein Arthur?

- Eu não sei, mas eu estou gostando muito... estou gostando muito de você -  ela me olha

- Eu também tô gostando muito de você - ele sorri e me desmancho

- Eu quero muito te conhecer melhor, mas você já viu que a minha rotina é muito louca...não sei se você estaria disposta a isso...

- Bom, somos vizinhos, isso já facilita né...

- Verdade... somos vizinhos...

- Eu quero muito te conhecer melhor Arthur, acho que podemos nos dar essa chance né?

- Eu quero muito também Carla -  digo a enchendo de beijos no pescoço

- Se você continuar fazendo isso eu não respondo por mim... 

- Não vou te beijar, não sei se vou conseguir me comportar - falo rindo e me afastando dela

- Então Dr. Arthur, sua sala é muito bonita -  digo aleatoriamente e rindo da cara dele

- Fique a vontade para vir sempre aqui - não sei onde essa conversa maluca vai nos levar

- Bom, para o nosso bem e desse hospital é melhor eu voltar para o quarto do Lucas né?

- É melhor... - digo levando as mãos ao meu rosto...

- Aguardarei ansiosa amanhã a alta do Lucas.

- Estarei aqui na hora, faço questão... - ela sorri e é a imagem mais linda de todas

- Até amanhã então... - saio mandando beijos para ele que sorri

- Até.

Arthur

Vou para o hospital universitário, hoje terei uma cirurgia de alta complexidade e devo ficar horas no centro cirúrgico, mas faço questão de amanhã estar aqui para a alta do Lucas. Chego na ala neurológica e me atualizo da situação de cada paciente, meus residentes me acompanham em tudo, meus colegas que estavam no plantão me informam que a família da paciente não está confiante da cirurgia mas que a paciente não abre mão de tentar. Digo que irei conversar com todos. 

XXX - Dr. Arthur, me responde com clareza, quais os riscos de eu não fazer a cirurgia?

- Bom, preciso ser bem honesto com você, o seu tumor é uma bomba relógio que pode explodir a qualquer momento, você pode morrer, e o pior dos prognósticos é você ter sequelas graves como ficar paralisada ou em estado vegetativo. 

XXX - E se eu fizer a cirurgia?

- Bom, a cirurgia sendo bem sucedida, você irá sobreviver, talvez tenha pequenas sequelas mas com o tratamento poderá aos poucos voltar à vida normal, ou ainda durante a cirurgia você pode morrer.

XXX - Você já operou um tumor como esse?

- Não. Como esse vai ser a primeira vez.

XXX - Agradeço a sua honestidade Dr. Eu quero fazer a cirurgia. 

- Você entende que pode não sobreviver?

XXX - Sim, ainda assim quero tentar. 

Eita, clima tenso nesse plantão do Arthur hein... vamos lá, meta de 60 comentários hein.