One Shots - E se?

E Se? Capítulo 30

- Filho, vamos escovar os dentes que a mamãe precisa conversar com você.

- Eu fiz coisa feia mamãe?

- Não meu amor - respondo rindo

- O que foi mamãe?

- Primeiro escova os dentes - dou a escovinha e ele escova

- Tem que cuspir mamãe...

- Isso filho, bochecha a água e depois cospe. 

- Pronto, agora os meus dentes estão limpinhos...

- Agora sim. Vem cá senta aqui comigo. Filho, você lembra que outro dia você ficou triste porque seus amiguinhos brincam os pais e você não tinha pai para brincar? E que eu te expliquei que era porque seu pai estava trabalhando muito longe?

- Lembro, mas agora não tem mais problema não viu, eu não tô mais tliste não viu mamãe...

- Ah não? Que bom filho, então deixa te contar uma coisa... o seu pai, o Daniel, ele voltou de viagem e quer muito te ver...

- Mas não precisa mais não viu mamãe, agora eu brinco com o Thur - ele é meu papai viu é segledo... 

- Ah é segredo é? Então o Thur é seu papai? Que lindo isso filho, tenho certeza que ele está muito feliz de ter um filho como você.

- Você é um menino privilegiado, pois agora você tem dois papais, o Daniel que é seu pai, porque você nasceu dele, e o Arthur que é o pai do coração...

- Porque eu não nasci do Thur hein...

- Porque a mamãe só conheceu o Arthur agora meu amor... - eu queria muito que ele fosse seu pai, penso mas não digo

- Quem é Daniel hein?

- É o seu pai filho, lembra aquela foto que você está bem pequeninho? então, ele que está com você no colo.

- E cadê ele hein?

- Eu vou ligar pra ele e vamos combinar pra vocês se verem tá bom?

- Tá bom mas eu quero ver o Thur também viu...

- Tá bom meu anjo. 

Carla

Ligo para minha mãe e conto o que aconteceu, ela me indica um advogado, ligo e peço que ele venha à minha casa. Conto tudo para o advogado, desde quando namorava o Daniel até o divorcio, ele me diz que mesmo com tudo que aconteceu Daniel tem direito, que o ideal é que eu converse com ele e faça um acordo amigável de como será as visitas e caso ele crie algum problema aí sim entro com ação judicial. Ligo para Daniel e marco uma conversa com ele na casa da irmã dele, a Júlia. Ligo para minha mãe e peço que ela fique com Lucas. Mando uma mensagem para o Arthur mas não ele não visualiza, então deduzo que está operando. 

- Oi Júlia, obrigada por me receber, quanto tempo...

- Oi Carla, de nada, realmente faz bastante tempo. E o Lucas? Eu soube da cirurgia...

- Agora está bem, praticamente recuperado...

- Nunca mais o vi, acho que faz quase um ano né...

- Verdade, mas eu te disse que você teria livre acesso a ele...

- Eu sei, eu sei, a correria do dia dia acaba por afastar as pessoas...

- Oi Carla

- Oi Daniel

- Que bom que não demorou para me procurar.

- Bom, eu vou deixar vocês dois conversarem sozinhos, Carla, uma hora dessas quero ver ele tá?

-  Claro Júlia, quando quiser.

- Senta Carla quer beber alguma coisa?

- Não obrigada.

- Eu soube que foi demitida da emissora...

- Bom Daniel, não vim aqui falar da minha vida particular. Temos um filho e isso faz com que tenhamos que conviver e só por isso estou aqui.

- Se desarma Carla, eu só quero conhecer o meu filho...

- Tudo bem, por isso vim aqui, precisamos acertar algumas coisas.

- Acertar?

- Sim, acertar... você é um estranho para o Lucas, ele não lembra de você...

- É mas eu sou o pai, assim que me ver ele vai sentir, vai lembrar.

- O Lucas é um menino bem desenvolvido, bem comunicativo, desenvolveu a fala mais rápido do que crianças da idade dele, é inteligente, saca bem as coisas. Eu conversei com ele, expliquei que você quer vê-lo, que quer conhece-lo. 

- Ótimo, que bom que você não vai criar problemas Carla.

- Vamos fazer um acordo Daniel...

- Acordo? que acordo?

- De ir devagar, sem pressionar o Lucas, sem forçar...

- Isso não existe Carla, eu sou o pai dele...

- Você é um pai que só esteve com o filho algumas semanas quando ele ainda era um recém nascido... então vai ser estranho para ele ver você agora, não espere que ele vá correndo para os seus braços que isso pode não acontecer... e é por isso que falo para não forçar e ir com calma.

- Tudo bem Carla, ok. Quando posso vê-lo? Posso ir agora?

- Amanhã.

- Porque eu não posso ir agora?

- Porque eu já tinha compromissos pra hoje e não posso.  Então amanhã você vai pela manhã as às 10h.

- Eu vou ter que ver o meu filho com horário marcado é isso?

- Sim Daniel, e outra coisa, não adianta você intimidar o porteiro e nem dizer que é meu marido. Graças a Deus há muito tempo que não sou mais sua mulher. Sua entrada lá não é permitida e terá que ser anunciada como todas as outras  pessoas.

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