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— CHAPTER 005. — Norte de Denver, colorado. 1978.
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Nós fizemos novamente. Coloquei minha vida em risco para nada, como de costume.
—— Tinha realmente um sorveteiro ali dentro..—— Gwendolyn bufou, jogando a pequena pedra em sua mão na rua.
—— Eu disse que meu plano era melhor..—— Vance bufou.
A brisa leve faz cócegas em meu rosto, tornando um suspiro que esvazie meu pulmão inevitável.
—— Mas esse foi o seu plano..—— Robin vociferou em um tom de indignação.
Meus passos foram interrompidos assim que tropecei com algo conhecido no gramado da casa onde caminhamos.
Com os braços cruzados, sentindo toda a vitamina D sendo absorvida pelos poros de meu corpo, eu me abaixei, recolhendo o objeto do chão.
O sol me esquenta o bastante para que minhas pernas ardam. A luz solar ilumina meus fios ruivos como nunca, deixando a cor dos meus olhos ainda mais reluzentes.
—— Eu disse!..—— Vance exclamou com um sorriso convencido estampado em seu rosto, fazendo o moreno ao meu lado franzir o cenho..—— Ela faz parte do sequestro! Olhe só, está segurando o brinquedo infantil de Finney.
—— Eu achei isso no chão..—— Arqueei a sobrancelha, me levantando..—— Isso é um sinal para não desistirmos. Acabamos de achar mais uma pista.
—— Crianças possuem brinquedos..—— Robin revirou os olhos..—— Isso pode ser de qualquer pessoa.
—— Qual é a sua?..—— Meu cenho se franziu automaticamente..—— É você quem mais quer encontrá-lo e, agora está agindo como se não tivesse mais esperança.
—— Talvez porque eu não tenha..—— Desviou seu olhar para o lado..—— Nós só erramos. Não acertamos uma.
—— Eu nunca erro..—— o garoto Hopper cruzou os braços.
—— Está insinuando que quer desistir?..—— Me aproximei do garoto que, focou seu olhar em mim. Seu olhar orgulhoso..—— Egoísta.
—— O que mais podemos fazer?..—— Robin cruzou os braços..—— Não sou egoísta apenas por ter perdido a esperança. Não adianta ficar tendo fé. Ter fé significa não querer saber a verdade.
—— Eu acabei de quase me prostituir para uma van preta..—— Soltei ar pelas narinas..—— " Se há algum assassino sádico ai dentro que tenha interesse em sequestrar uma isca, por favor, me coloque ai dentro"
—— Não pode fazer isso, Robin!..—— Gwen exclamou..—— Fizemos uma promessa. Iríamos achar Finn antes do Halloween.
—— Cruzei os dedos enquanto fazia a promessa..—— Moveu seu olhar para os meus pés e, depois para os meus olhos, não desviando nem por um segundo..—— Finney está morto. Assim como Bruce, billy, lou..
—— Não precisa terminar..—— Engoli seco..—— Ótimo, nós vamos fazer isso sozinhos.
—— Achei que você fosse mais esperta..—— Jogou com leveza a cabeça para trás, dando as costas para ambos de nós logo em seguida.
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A melodia melancólica de Kate brush — uma de minhas favoritas — ecoa pela pequena conveniência. A voz angelical da mais velha é interrompida inúmeras vezes pelos garotos que jogam no Fliperama.
—— Eu venci você..—— Sorri vitoriosa, dando espaço para Vance..—— É por isso que você é um idiota.
—— Você roubou o jogo..—— Bufou, me empurrando com seu quadril..—— É por isso que sua mãe deixou você.
Dei de ombros, apoiando meus cotovelos no gabinete e, desviando meu olhar para a vitrine. Tirando a coleção de bonecos e chicletes, do lado de fora há incontáveis adolescentes observando alguma coisa.
Observando de forma eufórica, eu diria.
—— Acha que estou indo bem, cenoura?..—— Vance disse ofegante, despertando a minha atenção..—— Responde, porra.
—— Não, meu irmão de quatro anos macetaria você..—— Ri alto e, o garoto me lançou um olhar mortal..—— Sim, você está.
—— Não venha me bajular..—— Soltou ar pelas narinas, ainda concentrado em seus movimentos no jogo..—— Se tem algo de errado comigo, você tem a obrigação de me dizer.
—— Então tá..—— Apoiei minha cabeça em minha mão, observando as íris azuladas do garoto, mais concentradas do que nunca. Nunca vi alguém levar isso tão a sério quanto Hopper..—— Você é narcisista, sociopata.. deve ser psicopata também. Também é paranoico, sexista e, zomba de idosos.
—— Está falando de equívocos lastimáveis..—— Revirou os olhos..—— Eu estou falando de uma coisa muito mais importante. Minha aparência.
—— Ah, sim..—— Minha boca se curvou num sorriso ladino..—— Sendo assim, você está horrível.
Voltei a prestar atenção no lado de fora e, depois de um tempo, pude ver o motivo do tumulto se levantar do chão.
Lá estava ele, como se o universo o posicionasse estrategicamente para que meus olhos fossem de encontro aos seus.
Robin Arellano, com seus punhos ensangüentados e, seu cabelo bem definido atrapalhando a sua visão.
Embaixo dele, há um garoto no qual eu não consigo distinguir a identidade. Ele consegue, sem nenhuma explicação, ofuscar a beleza de todas as outras pessoas.
Como se qualquer coisa ao meu redor fosse irrelevante comparado a ele. Revirei os olhos e voltei a prestar atenção no fliperama assim que o garoto piscou para mim, com o sorriso cotidiano em seu rosto.
