Pelos corredores do castelo, já corriam as notícias da serpente que havia ganhado detenção no primeiro dia de aula com a infame professora de defesa contra as artes das trevas, e como tudo tinha acontecido. Os alunos só tinham a certeza de que a garota havia conseguido detenção, pois cada história que ouviam era mais fantasiosa que a anterior, tinha até quem ousou falar que as duas, professora e aluna, duelaram na sala de aula.
Porém enquanto estivesse na boca dos alunos não havia problema. Algo que não durou muito. Antes do final do dia as histórias já haviam chegado aos ouvidos dos professores, que exigiam que Severus Snape, o diretor da casa das cobras e também professor de poções, tomasse alguma atitude a respeito da garota de cabelos escuros como a noite. Era inadmissível, por pior que a Secretária do Ministro fosse, que uma aluna desafiasse alguém do corpo docente daquela forma. Se a garota não recebesse um "puxão de orelha", poderia tomar aquilo como encorajamento para desafiar outros professores.
Após a aula de defesa o dia da garota foi relativamente normal, ou o mais normal que poderia ser quando se é o centro das atenções de um bando de adolescentes que anseiam por fofocas e intrigas. Os sonserinos pareciam querer matá-la, toda vez que lhe viam, enquanto os grifinórios sorriam arrogantes divertidos por verem uma cobra estar com dificuldades, exceto um que a olhava com curiosidade.
Na hora do jantar Hermione sentou-se afastada de todos, sua semente havia sido plantada como o esperado e agora era só esperar, cedo ou tarde alguém iria procurá-la e o melhor a se fazer pelos próximos dias é observar, continuar como a garota excluída da sonserina que ninguém sabe nada, além do fato de ser uma Black.
Quando todos já estavam terminando de jantar, um garoto do primeiro ano caminhou, receoso até o canto da mesa entregando um bilhete para garota, pedindo para ela ir até o escritório do professor de poções assim que terminasse de jantar. Ao olhar para a mesa dos professores, viu que o professor em questão já não estava mais lá, sem pensar duas vezes levantou-se e foi até o escritório do diretor da sonserina.
Assim que chega em frente a porta do escritório repara na quantidade interessante de feitiços de privacidade e proteção da sala, que ao sentirem sua presença avisam o professor que com um feitiço rápido abre a porta pedindo para a garota entrar. Quem visse o professor jamais imaginaria que seu escritório seria um lugar como aquele tão "normal", com uma mesa onde provavelmente corrigia trabalhos, sofás e poltronas, com prateleiras repletas de livros entre outras coisas. O local era como de qualquer outro professor deveria ser.
- Senhorita Black! – Exclamou o professor
- Professor, me falaram que o Senhor queria falar comigo – fala com a cabeça baixa e as duas mãos unidas em frente ao corpo.
- Chegou ao meu conhecimento o que aconteceu na aula de defesa hoje, algo imperdoável para qualquer sonserino. Ainda mais um que acabou de chegar.
- Perdão professor – Hermione levantou a cabeça olhando para o professor – em momento algum, minha intenção foi desrespeitar a professora
- Isso não é desculpas. Senhorita Black, o que a Senhorita fez... espero que não se repita. Desta vez estou apenas lhe chamando atenção, porém na próxima, suas atitudes terão consequências.
- Sim, obrigada professor, mas... – Hermione aproxima-se da mesa olhando diretamente para Snape – não é dever de um professor suprir as dúvidas de um aluno, ainda mais um recém-chegado que não conhece direito as coisas. E outra como a professora Dolores trabalha para o ministério, achei que o mais correto seria perguntar para alguém que poderia me responder como o Ministério responderia a uma questão como aquela. Uma questão que achei que fosse de conhecimento comum, porém me enganei. Erro meu. Isso não irá se repetir professor. Boa noite – Hermione virasse e vai em direção a porta deixando Snape pela primeira vez em muitos sem palavras.
- O que exatamente você perguntou? – Pergunta o professor antes que se controlasse. A garota para e se vira de volta para ele olhando-o com confusão – Eu fiquei sabendo o que aconteceu, mas gostaria de ouvir a sua versão dos fatos.
- Basicamente, após quase todos os alunos fazerem perguntas relativamente, impertinentes sobre o fato de que não praticaremos feitiços durante a aula eu perguntei: qual é a real diferença entre a Grã-Bretanha e o resto do mundo bruxo? Sendo que aqui já "criamos" três lordes das trevas, enquanto o resto do mundo apenas um. – Hermione começou, se satisfazendo em já ver o professor olhar para ela espantado – Apesar que todos eles, lutaram por causas que cedo ou tarde acabam se "cruzando" por assim dizer. – Da de ombros - Um exemplo claro disso são os objetivos de Grindelwald e de Lord Voldemort, que se analisados friamente, pode-se acreditar que Voldemort poderia ser um seguidor ou até mesmo um descendente de Grindelwald. Porém se minha teoria estiver correta. O Lord das Trevas, era um bruxo britânico que conseguiu muitos de seus seguidores graças a supremacia puro sangue da época, porém isso teria que ter começado muito antes, diria que talvez quando Grindelwald ainda estava no poder... talvez na escola, onde conheceria jovens com ideais iguais aos seus, ... – O Prof.º abria e fechava a boca sem saber o que falar – Talvez em Hogwarts, o que nos leva a outra questão, como ninguém percebeu algo assim se formando debaixo dos narizes de professores e do diretor. A Prof.ª falou que essas informações não são verdadeiras – Dá de ombros – E depois perguntei a respeito das regras quase ancestrais da escola e se o ministério iria interferir a respeito delas. Acho que isso foi Acho que isso foi de certa forma o estopim para a Prof.ª – Ao terminar Hermione soltou seu sorriso mais tímido e rosto de inocência. – Desculpe Professor, mas se não tiver mais nada que o Sr. gostaria de saber eu ainda tenho uma detenção hoje à noite.
- Pode sair – Fala Snape, caindo em uma cadeira atrás da mesa, apoiando os cotovelos na mesa e cruzando as mãos em frente aos rosto olhando para baixo – Lhe darei um conselho, não faça esse tipo de pergunta para ninguém nesse castelo ou em qualquer lugar, isso poderia colocá-la em muitos problemas Srtª Black.
Tomando isso como a dispensa final, Hermione saiu da sala, se encaminhando para a sala onde passaria boa parte da noite cumprindo a detenção.
Assim que Severos ouviu a porta bater, informando-o que a garota havia ido embora, soltou um longo em preocupante suspiro. Para qualquer outra pessoa tudo aquilo pareceria apenas perguntas de um aluno curioso recém-chegado, mas para ele que vivia entre mentiras, intrigas e segundas intenções em tudo que o rodeia, ele sabia que aquilo representava muito mais. Isso sem contar o fato que as informações as quais a Prof.ª foi questionada eram estritamente sigilosas mantidas as sete chaves pelo ministério, algo que nem mesmo Lucius Malfoy havia conseguido em muitos anos no ministério. E o fato de aquilo ter acontecido na presença da casa dos leões, era óbvio que viraria notícia, o que ele suspeitava que fosse a intenção.
E se aquela realmente fosse a intenção, só poderia indicar uma coisa, que a jovem estava plantando sementes da cabeça daquelas crianças, mas o porquê ainda é um mistério.
Severus teria que ter um olhar atento sobre a prima de seu afilhado. Fazia anos que não via alguém fazer algo como aquilo e ter resultados tão rápidos.
Naquele momento, o professor de poções sentiu um arrepio na espinha ao lembrar de outro jovem que fizeram o mesmo a muitos anos.
Todos conhecem um lado deuma história, o seu. Onde você é o personagem principal. Não seja conduzidopela história dos outros, escreva seu própriodestino.
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Hermione Black
FanfictionTudo pode mudar em apenas um momento. Você já imaginou o que aconteceria se Hermione não fosse filha de trouxas ou ter ido para Hogwarts junto com Harry? Pois é. É exatamente isso que acontece aqui. Hermione não recebeu a tão esperada carta, mesmo s...