Hermione Black

Capítulo Vinte e Quatro - Dissidência

Naquela noite em específico, quando Theo se encontrou com Hermione já no grande salão para jantarem, ele percebeu que algo tinha acontecido só pela forma que os alunos das outras casas a olhavam e também como um grupo específico de sonserinos estava olhando-a com se quisessem matá-la. O boato que surgiu só poderia ser verdade. Mas como a maioria dos sonserinos ainda não sabia ao que parece, Hermione não seria atacada tão cedo, se tivesse sorte.

- Então é verdade? - Questionou, perguntando o que já sabia.

- Isso depende - Hermione sorriu brincando - que sou maravilhosa, isso todos já sabem.

- Hermione!

- Não importa uma hora alguém me atacaria - Dá de ombros

Theo abriu e fechou a boca duas vezes, com a intenção de falar algo, mas não valeria a pena ele só seria ignorado se ela queria briga, que brigasse.

No final do jantar um primeiranista com vestes vermelhas e douradas se aproximou de Hermione, que o ignorou, até que o menino tocou em seu ombro e por bilionésimo de segundos foi possível ver dor passar pelos olhos da garota, desde que observasse com muita atenção.

- O.... o di... dire... diretor... - O menino não parava de gaguejar de pavor por estar entre cobras.

Sem pensar duas vezes, Hermione lançou um feitiço para que o menino não gaguejasse mais.

- O que você fez? - Perguntou o garoto

- Lhe ajudei a não gaguejar mais, aquilo estava me irritando. - Responde - O que o diretor mandou você me falar?

- Ele disse que após o jantar, a espera na sala dele.

Quando terminou de dizer, saiu correndo.

Então finalmente o velho falaria com ela. A questão seria o que ele queria saber.

Mesmo quando ela enfrentou e humilhou um membro do Ministério publicamente em aula, ele não se manifestou algo que a cada dia se tornava mais comum. Claramente sua influência estava caindo enquanto a de Dolores crescia e agora ele quer falar com ela?

Hermione esperou cinco minutos, após a saída do diretor do grande salão, para se levantar para ir em direção ao seu escritório.

Quando chegou, em frente á gárgula lhe cedeu passagem sem precisar falar nada, o diretor já estava esperando-a e como ele tinha previsto ela se atrasar de propósito para fazê-lo esperar.

- Diretor - Cumprimentou

- Minha jovem - Falou como um avô - por favor - Ofereceu uma das cadeiras em frente a sua mesa - a chamei até aqui por um motivo.

- E que motivo seria esse? - Perguntou, enquanto sentava-se.

- Nesta tarde recebi um pedido de seus tios para que você janta-se com eles na próxima sexta-feira e se for do seu desejo passar a noite lá, para no dia seguinte a trazerem de volta para a escola. Mas antes de dar uma resposta gostaria de saber se você quer ir?

- Por quê?

- Perdão? - Olhou-a confuso

- Porque agora? Não que eu não queira conhecê-los, só que eles tiveram semanas para virem e me conheceram e agora do, nada me convidam para jantar? - Fala parecendo uma simples adolescente cheia de dúvidas e inseguranças como todos os outros. - Isso é por causa do processo não é? O processo pela minha guarda está próximo e eles querem mostrar que temos uma boa relação, é por isso não é?! - Se exalta na medida certa.

- Não vou mentir para você. É por isso, sim. - O diretor fala levantando-se de trás da mesa, dando a volta e ficando frente a frente com ela. Coloca as mãos nos ombros de Hermione a fazendo voltar a se sentar, algo que fez impulsivamente quando se exaltou - Se me permite... Acho que deveria ir. - Tirou as mãos dos ombros dela e sentou-se na cadeira em frente a ela - Há algumas semanas falou que queria ter sua própria opinião sobre eles, qual a melhor forma de isso acontecer do que tendo contato com eles? Se precisar de qualquer coisa, ou fizerem algo meramente que você ache que deveria contar para alguém ou precisar de ajuda, vou estar aqui a todo o momento.

Aquilo realmente estava saindo melhor que a encomenda. Como tinha previsto ele estava lhe estendendo a mão e ao mesmo tempo manipulando-a para que se voltasse contra sua família, pessoas que nem conhecia com clareza ainda. Ele a estava manipulando-a para que lhe passasse informações sobre o lado das trevas. Isso é tão previsível, que chega a ser decepcionante.

Hermione baixa a cabeça, apoia os cotovelos nas pernas e passa as mãos por seus cabelos, passando a sensação de incerteza e insegurança quanto ao que fazer.

- Eu vou! - Olha para o diretor. Nesse momento sente que o velho está tentando entrar em sua mente, porém para sua surpresa não consegue passar pelas barreiras da adolescente. - Não adianta ficar fugindo mais cedo ou mais tarde terei que conhecê-los oficialmente. - Dá de ombros.

- Fico muito feliz com sua decisão Hermione. - O velho coloca uma mão em seu ombro, tentando confortá-la - Se precisar de algo pode vir até mim.

Ambos se levantam, Hermione agradece pela gentileza e sai.

Quanta baboseira, como alguém poderia achar que ela é tão burra ao ponto de não reconhecer quando está sendo manipulada. Até parece que ele não tinha respondido aos Malfoys. O que queria mesmo é que ela lhe contasse tudo que visse no jantar, afinal para os integrantes da luz como Dumbledore os Malfoys nada mais são do que comensais que usaram todo o poder e influência que tem para ficar fora da prisão na última guerra, e ele faria tudo para colocá-las onde acredita que seja seu lugar.

Mesmo agora, enquanto visivelmente perde poder, o que mais quer e se depender dos seus planos e da ajuda de sua nova estudante irá conseguir muito mais do que apenas mandar os Malfoys com passagem de só ida para Azkaban como também provar o retorno de Tom e recuperar sua influência.

Hermione Black, não poderia ter vindo em melhor hora para Dumbledore.

Uma pena que as coisas nem sempre podem ser como se quer.

Ao chegar às masmorras e passar pela entrada para o salão comunal da sonserina, Hermione vê os alunos com mais influência presentes. Aquilo só poderia significar uma coisa.

Antes que consiga pegar sua varinha um feitiço lhe atinge fazendo-a ficar suspensa no ar, presa pelo que parecia ser cordas.

Um típico feitiço de Incarcerous.