Capítulo Vinte e Três - Sementes

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Com o começo do mês de outubro, tudo que Hermione mais queria é paz e sossego. Algo que para sua alegria Theo estava começando a lhe dar, juntamente, com o espaço que ela buscava durante algumas horas onde o rapaz se enfiava na biblioteca para fazer pesquisas. Aparentemente ele se sentia muito ignorante, se comparado aos conhecimentos de Hermione.

Nesse dia em particular, com o sol refletindo majestosamente no lago negro, decidi passar algum tempo, apreciando a paisagem e a paz do lugar. Sem qualquer pessoa me olhando torto ou cochichando ao meu respeito ou me apontando o dedo. Conforme o tempo ia passando não teve como não se lembrar de tudo que aconteceu nos últimos anos. As pessoas que conheci. O garoto que me levou a viver minha "primeira" aventura no mundo mágico, as cartas que trocamos durante um desafio maluco que ele estava participando e sua promessa de que se ele vencesse me levaria para um lugar aonde não iriamos precisar fingir ser o que não éramos. O tempo que passei no orfanato mesmo com Égarty sempre me protegendo e tudo o que fiz para chegar até ali. Não somente Hogwarts, mas esse mundo mágico ao qual sempre pertenci e me fora negado. Poder conhecer minha família. E principalmente reencontrar o garoto que havia me prometido o mundo. Eu confiei nele e ele me enganou, simplesmente do dia para noite sumiu, parou de responder minhas cartas. É como se ele nunca tivesse existido. Um dia me falou que da próxima vez que nos falássemos ele teria uma grande surpresa e então nada? Seja o que fosse. No final ele não passou de mais um mentiroso entre tantos que já conheci.

Porém minha paz não durou muito. Alguns alunos estavam discutindo, consideravelmente alto que quem passasse não teria como não escutar. A intenção era claramente fazer um show, chamar a atenção das pessoas. Tolos. Todos sabem que a sonserina é considerada a pior casa da escola, independente de quem começasse a nossa casa sempre perderia diante dos professores, que mais cedo ou mais tarde chegariam para ver o que estava acontecendo.

Ao passar a prestar mais atenção naquele peculiar grupo e sobre o que discutiam, e o motivo não poderia ser mais tosco, eram três sonserinos discutindo com uma garota ruiva da Grifinória, sobre alguma bobagem de rivalidade sobre quadribol entre as duas casas.

Cansada de ver aquela bobagem, decidi me levantar e me aproximar deles. Quando cheguei perto o suficiente para escutá-los com total clareza. Não pude deixar de me surpreender quando o bate boca passou para um dos sonserinos, agarrando a garota pela gola da camisa e apontando sua varinha para ha jugular dela, enquanto a jovem o desafiava a enfeitiçá-la.

Aquilo seria divertido se não fosse tão patético. Três contra um já é covardia, mas por um motivo tão besta. Sem contar o fato de a casa das cobras, uma casa que sempre deve ser unida e passar uma imagem de calma, agir de tal forma. E também o fato da garota agir de maneira tão sonserina, atiçando o garoto para atacá-la, para depois prejudicar muito não somente os garotos como a casa. Essa discussão é ridícula, uma palhaçada.

Sem me conter solto, um riso fraco, colocando minha mão na frente para abafar o som.

Um dos garotos percebe meu riso e me olha de cara feia, assim como as outras três pessoas presentes. Esquecendo a garota com quem discutiam, pelo visto aquilo não era para ser engraçado.

- Qual é a graça Black? - Um dos garotos pergunta

- Nada! Só achei um tanto engraçado essa situação. Sabe - Dou de ombros - Um tanto infantil, ridículo.

- Hora sua... - Um dos garotos, que parecia ser o líder, começa a vir em minha direção agressivamente, Tirando a varinha antes apontada para mim, com a clara intenção de me intimidar - Vou te ensinar a respeitar seus superiores - Até parece que alguém insignificante como ele conseguiria fazer algo contra mim. Em um piscar de olhos sua varinha já está em minha mão - Como?

Hermione BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora