- Como não? Eles acharam a solução! - resmunguei
- Conhece o famoso metade humano, metade vampiro?
- Sua mãe... Ela... - arregalei os olhos, respirei fundo - Sua mãe é metade metade.
- Soa bem mais estranho quando vocês falam. - ela ri.
- Mas, como ela foi pedir para ser despertada se já estava praticamente morta?
- Bem... - ela gargalhou - Minha mãe contou no jantar, há uns cinco meses atrás, que estava fingindo, queria "testa-lo". Duvido, ela não é desse tipo, mamãe sabe quem trama para ela de longe. Bom, isso passou de geração depois que meus pais nos tiveram. Cada um de nós temos as nossas habilidades herdadas de meus pais. Sebastian já nasceu um vampiro. O meu irmão Drake, foi transformado sem querer pelo Sebastian quando eram pequenos, em uma brincadeira. Karl não nasceu um imortal. Meus pais não queriam o transformar por achar que ele iria matar a todos, ser o descontrolado, o que ele se tornou! Karl não aceitando a decisão deles, ainda humano se jogou de uma ponte para morrer, e quase morreu, mas meu pai não tendo opção, deu seu sangue a ele e o transformou. E eu herdei algo da minha mãe, sou metade vampira, metade humana, como ela. Posso tomar sangue, comer o que eu quiser, sem problema algum, qualquer uma dessas duas alternativas não me fazem mal. Drake e meu pai só podem sair no sol com o anel, ou o colar que uma amiga bruxa minha fez, para que não virassem pó quando em contato com a luz solar. Já Sebastian, Karl, minha mãe e eu não temos problemas com isso.
- Drake? - fiz uma pergunta em cima da outra - Como Sebastian e Karl podem simplesmente ter contato com a luz solar sem os anéis?
- Drake é o nosso irmão mais velho, só não mora mais aqui. Drake é como Karl sabe? Só que faz sem pensar, é como se não conseguisse se controlar, então foi para um lugar, que de acordo com ele, não ficaria com sede de sangue a toda vez que visse um humano, e que seria bem longe de vocês. - ela abaixou a cabeça - Sinto saudades dele. Não foi apenas eu que herdei coisas da minha mãe. Karl e Sebastian não são metade, metade, mas podem entrar em contato com o sol sem problemas algum. Não conseguem aguentar todo tipo de comida sem colocar para fora, mas de resto tudo herdado do Drogo, tudo!A história era realmente muito longa, mas tinha acabado por ali.
- Bom, agora você sabe tudo sobre a minha família. Acho que temos que dormir - ela gargalhou.
Liliana puxou um colchão de baixo de sua cama, o colocou no chão, arrumou algumas almofadas e cobertas, se enrolou e deitou para descansar. Me ajeitei na cama para dormir, mas eu precisava fazer uma pergunta para ela, era algo que me corroía muito por dentro. Fiquei pensando se eu deveria falar - vai que causa outra briga - e duas horas depois eu a chamei para perguntar.
- Liliana, ainda está acordada?
- Estava quase dormindo de novo, mas solta ai - ela se virou para mim apoiando seu braço no colchão.
- Seu pai foi perseguido por ficar com sua mãe?
- Enquanto todos acharam que ela era uma humana, sim. Mas foram atrás dela primeiro assim ele sofreria e viria seu erro em amar uma humana.
- Devon... Ah, por que se conhecem?
- Ah, Devon também carrega com si o sobrenome Stankke. Só que se tornou um Junder em uma guerra que tivemos contra eles. Porém, ele ainda carrega o sobrenome. E qualquer vampiro sabe dessa nossa regra, tanto que se souberem de algo semelhante a o que meu pai passou, Devon e a... - ela arregalou os olhos falando pausadamente - E a garota humana morreriam! É por isso que está aqui! Estão atrás de você, não estão?
A respondi com o silêncio.
- Ai meus Deus! - ela disse chocada - O que pretendem fazer? - perguntou curiosa
- Eu não sei. Eu tento ajudar, eu sempre tento, mas ele insiste que tudo está bem. Lili ele não me contou que o queriam morto por minha culpa. Ele não me contou!
- Eu não fazia a menor idéia também. Você precisa ajudá-lo, tenho quase total certeza que ele está em perigo. Não o deixariam sair imune - ela franziu a testa e disse - São Junders!
- Eu sei. Só não sei como ajudá-lo! - me deitei de volta na cama, fechei os olhos - Só quero poder ajudar, mas sozinha. Ele não deve ter contado para não preocupar vocês, então não se preocupem.
- Mas Hall, eu ainda tenho o direito de me importar com você, o Devon sabe se cuidar, ele é imortal! Mas você...
- Não se preocupe - sorri e fingi estar dormindo.
O tempo passou e todos da casa já estavam dormindo, menos eu. Não queria dormir, ou Devon insistiria em voltar para meu sonho. Não estava brava, mas ele mentiu para mim, pela segunda vez. Por isso ele indicou essa família, talvez fosse a única a aceitar o romance dele, o "amor" dele por mim. Só fiquei refletindo o motivo de somente Liliana não saber.
Eu poderia evita-lo o tempo que eu desejasse, mas o que mudaria? Ele sempre estava em todos os lugares, mesmo não estando presente. Devon estava nos meus sonhos e seu nome estava na boca de todos nessa casa. Mesmo que eu tente um dia esquecer ele, todos o citam.
Precisava falar com a minha família, eu precisava perguntar como eles estavam, ou que eu estava bem. Minha vida é praticamente uma história continua na qual eu me esconderia de vampiros, e me manteriam "presa" por minha segurança. Não posso dizer contra a minha vontade por que posso sair quando eu desejar, mas sabendo que ainda sou perseguida, não seria a melhor escolha.
Era inútil fugir de Devon, de meus sonhos, ou fugir de quem me mantém em segurança. O impossível era correr de tudo e fingir que nada aconteceu. A não ser que qualquer um deles me faça esquecer, o que vai acontecer no final de tudo, eu querendo ou não. Eles fariam contra a minha vontade. Tudo que eu realmente queria, era não estar aqui.
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Quem me Salvaria [CONCLUÍDO]
ParanormalEsqueça exatamente tudo o que você aprendeu sobre vampiros - que são ótimas pessoas ou algo do tipo, definitivamente não são! - São criaturas vorazes que aparecem na noite, esperando apenas pela primeira vítima, o seu próximo "lanchinho". Hassel He...