Sozinho e impulsivo, atacava todos que eu via. Dois meses depois menti para minha família que eu tinha saído da faculdade, desistido naquele exato dia. Expliquei o quão impulsivo e agressivo eu estava, disse que iria para um lugar que me faria ficar bem. Vim parar aqui, na casa dos meus avós, e eles me ajudaram a melhorar. Não senti mais vontade de ir embora, até por que a vovó precisava de mim assim que meu avô foi em uma viagem, não lembro por qual causa, mas foi, e ela iria ficar sozinha, então fiquei por ela.
- Eu... - disse - Não consigo lembrar nada.
- Não vai, não até que queira.
- E se eu deixar de amar Devon, e voltar a amar você? - perguntei
- Então você não o amava. E os sentimentos continuaram sendo os mesmo quando suas lembranças voltarem.
- Os mesmos... Quais?
- Continuará me amando na mesma intensidade de antes, mas se seu amor por ele for maior, permanecerá. Amará duas pessoas, Hall. Mas se não quiser, não vai precisar relembrar, apenas siga a sua vida.
- Eu tinha um melhor amigo, e eu o perdi uma vez, de acordo com o que você disse. Drake, eu não quero perder ele de novo, então, me faça lembrar.
Por isso que eu sempre pensava estar sentido algo por Devon, já era existencial. Drake pegou em minhas mãos e tudo voltava aos poucos, desde quando nos conhecemos, até o primeiro e o segundo beijo. Quando ele conheceu a minha família. E tudo o que ele disse sobre termos saído no meio da noite, a lembrança de quando ele me beijou, e bebeu de mim, tudo voltava. Eu o olhava com os olhos surpresos por vê-lo novamente, e assustada por vê-lo novamente! Nada foi perdido, eu continuava sabendo quem era cada pessoa que eu havia conhecido desde o jantar na casa de Tyler. Continuava a lembrar tudo que eu passei até aqui. As palavras dele "Diga que sente medo" foram as que voltavam com mais intensidade, e quando outras lembranças vinham, voltavam para a que eu deveria temer. Fiquei desesperada com medo de seu rosto, mas eu sabia quem ele realmente era, e o que todos os outros eram. Meu medo passava aos poucos, mas voltava. De repente apenas as coisas ruins que ele tinha feito, e eu não conseguia me sentir segura ou relembrar como ele foi legal comigo desde sempre, quando era meu melhor amigo, não conseguia lembrar a pessoa que Liliana havia me contado, o Drake dócil. Eu só conseguia ver o Drake agressivo. Respirei fundo, fechei os olhos.
- Eu teria que sentir medo? - perguntei ainda com os olhos fechados, para que eu não me desesperasse novamente, somente em ver o seu rosto.
- É normal, mas as lembranças boas também virão!
- Não Drake - apertei os olhos - Eu só consigo ver você como um monstro.
Ele se inclinou para frente e devagarzinho encostou seus lábios aos meus.
- Agora, as boas voltaram?
Novamente tudo começava a voltar, beijos, felicidade, surpresas... O Drake bom retornou. Claro que ainda existiam as lembranças do agressivo, monstro, mas as lembranças boas completaram. Eu não consigo entender o motivo pelo qual um selo faria com que todas as ótimas coisas que passamos aparecessem. Era como se eu tivesse voltado para o nosso primeiro beijo, e depois o segundo, logo tudo que ele me fez para esquecê-lo, mas não existia mais o medo.
Abri meus olhos devagar, com um sorriso estampado no rosto.
- É, voltaram!
Ele retribuiu o sorriso - Vou levá-la para casa, já sofreu muito por aqui.
Eu queria, mas ao mesmo tempo não. Me despedi de Liliana e Vallery, e caímos na estrada.
***
Perto de sairmos de Cazã direto a São Petersburgo, tinha algo no meio da estrada, parecia um corpo.
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Quem me Salvaria [CONCLUÍDO]
ÜbernatürlichesEsqueça exatamente tudo o que você aprendeu sobre vampiros - que são ótimas pessoas ou algo do tipo, definitivamente não são! - São criaturas vorazes que aparecem na noite, esperando apenas pela primeira vítima, o seu próximo "lanchinho". Hassel He...