13. Até que esse fio se rompa.

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A lenda do fio vermelho do destino se popularizou, e muitos acredita que seja apenas isso: uma lenda, mas Camus Roy sabe muito bem que isso não é verdade, contudo seu Akai Ito foi amaldiçoado e assim, não importa o quanto ele procure e reencarne, ele jamais encontrará sua alma gêmea. Camus estava condenado à solidão eterna, ou pelo menos assim deveria ser se ele não estivesse disposto a sacrificar seu ciclo de existências em troca de uma única vida, uma única chance de ser feliz, pelo menos até que esse fio se rompa totalmente.

O estudante de história natural, Milo Floros, estava escrevendo um pequeno artigo para seu blog sobre mitologias ao redor do mundo, desta vez ele escrevia sobre uma crença/lenda de origem chinesa que é bastante difundida no Japão: a lenda do akai ...

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O estudante de história natural, Milo Floros, estava escrevendo um pequeno artigo para seu blog sobre mitologias ao redor do mundo, desta vez ele escrevia sobre uma crença/lenda de origem chinesa que é bastante difundida no Japão: a lenda do akai ito, o fio vermelho do destino. Em sua pesquisa prévia, ele encontrou que na tradição chinesa, a lenda dizia que os deuses amarram uma corda vermelha, porém invisível aos olhos humanos, nos tornozelos das pessoas que estão predestinadas a ficar unidas. Segundo essa lenda, o fio vermelho poderia até se esticar ou se amarrar, mas nunca irá partir, não importa o quanto o tempo passe, uma vez amarrados com esse fio, o casal irá se encontrar.

Milo até escrevia bem, mas confiava em postar algo sem que antes alguém revisasse por ele, e era exatamente por isso que estava alugando o colega de faculdade, de trabalho e de quarto em plena noite de folga de ambos. E como dizer não a Milo?

— A origem da lenda do Akai Ito — Aiolia, o colega desafortunado de quarto de Milo, começou a ler em voz alta: — A lenda surgiu na China, durante o Período Hokuso. Reza a lenda que, Yuè Xià Lǎorén, um dos deuses do amor costumava amarrar fios vermelhos nos tornozelos das pessoas logo ao nascer para evitar que pares destinados se perdessem ao longo de suas vidas, porém, os fios variavam de tamanho e quanto mais longo fosse o fio, mais longa e tristes seria a vida das pessoas destinadas até que elas se encontrem... Poxa, se for assim, então eu acho que só o meu fio dá para dar umas três voltas na terra, porque fala sério, eu não tenho sorte no amor.

— Não é falta de sorte, é dedo podre mesmo — caçou Milo ao se lembrar de todos os tocos e chifres que o amigo colecionava.

— Haha, engraçadinho!

— Vai, continua, é bom ter alguém lendo em voz alta, ajuda a perceber os erros.

— Tá, tá... Essa lenda se espalhou por toda Ásia, principalmente no Japão onde foi incorporada na cultura do país, e vem sendo retratada, com algumas variações, em diversas mídias, como os populares mangás e animes, tendo ganhado até mesmo séries na TV e filmes. Na cultura japonesa, o fio vermelho é atado no dedo mindinho ao invés do tornozelo. E eu acho até mais charmoso assim, fala sério, no tornozelo é foda...

Milo riu, mas estava mais preocupado em produzir um bom conteúdo para seu blog então perguntou:

— Então, o que achou?

— O conteúdo tá meio raso, mas até que a lenda em si é interessante.

— Ah, obrigado pela opinião sincera, mas eu realmente pretendo complementar isso aí. Olia, eu encontrei pelo menos quatro histórias sobre a lenda do Akai Ito, tô pensando em escolher uma ou duas para contar detalhadamente aqui.

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