Capitulo 6

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Ações valem mais do que palavras. Pelo menos foi o que eu pensei quando Harry se inclinou pra perto de mim e colocou a mão na minha bochecha, fechando os olhos e ficando a milímetros de distância de nossos lábios se unirem.

Assim que senti seus lábios nos meus meu corpo se explodiu em milhares de sentimentos ao mesmo tempo e senti como se todo o mundo parasse naquele momento e só nós dois existíssemos ali. Minhas mãos caíram na mesa quase sem vida devido ao choque que eu estava sentindo por causa do que estava acontecendo.

O beijo tinha começado calmo e receoso mas assim que senti a língua de Harry tocar meus lábios a ação se tornou voraz e necessitada, como se precisássemos daquilo a um longo tempo. Quando meus pulmões estavam gritando por ar foi como se eu tivesse retomado minha consciência, voltando de outro planeta e ter percebi o que eu estava fazendo. Me afastei de Harry que tinha um sorriso cafajeste estampado no rosto e sua respiração estava acelerada. Minha expressão não devia ser uma das melhores porque assim que seus olhos verdes se abriram o seu sorriso diminuiu, sendo substituído por uma expressão de preocupação no seu rosto.

- Eu... eu tenho que ir embora. - Falei me levantando e sai correndo em direção a saída do lugar.

Assim que cheguei do lado de fora o frio me atacou então apenas corri pelas ruas sem um rumo exato, apesar de eu ter consciência de que já estava tarde e eu tinha que voltar pra casa.

Depois de 10 minutos eu me encontrava em um beco, apoiado de costas na parede tentando controlar minha respiração.

- Deus... - Apoiei minhas mãos em meus joelhos e sacudi minha cabeça querendo esquecer o que eu tinha feito.

Abaixei a cabeça mas não queria olhar pra baixo porque sabia que o volume nas minhas calças era maior do que o normal. Por que isso estava acontecendo justo comigo?

Eu tinha beijado um homem, tinha beijado Harry e, embora eu não admitisse pra mim mesmo, eu tinha gostado daquela sensação.

Não medi as consequências do meu ato na hora mas naquele momento me dei conta de que alguém podia ter visto ou algo do tipo. Se alguém ali me conhecesse e tivesse visto aquilo acharia que eu era... gay.

E tinha Harry, claro. Não sabia o que era pior, eu ter pedido pra ele me beijar ou ele ter realmente me beijado. Ele era hetero, não era? Meu Deus, se ele nem hesitou com o meu pedido e depois ficou com aquela cara ele deveria ser gay.

- Tenho que ir pra casa. - Murmurei e fui caminhando até a minha casa que não ficava tão longe daquele beco.

Eu não sou gay. Eu sou hetero. Fiquei repetindo isso na minha cabeça como um mantra até chegar em casa, vendo que todos já estavam dormindo e agradeci silenciosamente por isso.

O relógio marcava 2 da manhã e minha cabeça estava girando muito. Apenas deitei na minha cama sem me preocupar em tirar as roupas que estava usando e apaguei pensando se eu deveria falar com Harry no dia seguinte ou apenas abrir uma cratera no chão e entrar lá pra não ter que encarar ele de novo nunca mais.

-x-

POV Harry

Estava indo em direção à livraria quando Niall veio correndo na minha direção com as bochechas vermelhas, que deduzi serem por causa do frio já que ele estava sem casaco, só com uma blusa de manga comprida fina.

- Harry! Cara, desculpa por não ter aparecido ontem, minha mãe surtou e...

- Tá tudo bem, sério. - Falei e ele se acalmou - O Louis foi então eu não fiquei sozinho.

- Me sinto menos culpado então, eu ia passar lá na sua casa mais cedo mas achei que você fosse acordar tarde ai deixei pra lá.

- Verdade, acordei agora a pouco - Ele riu - Cara, eles realmente precisam inventar alguma coisa pras pessoas poderem se comunicar à distância.

- Concordo, imagina que incrível se eu pudesse falar com você lá de casa! - Niall riu sozinho de seus pensamentos e não pude deixar de rir também. - Então tá, vou indo, tchau.

Acenei e continuei caminhando até a livraria. Lá dentro tinham prateleiras repletas de livros e algumas pessoas estavam nas mesas e sofás que eram disponíveis para a leitura. Costumavam ter muito mais livros ali mas com a guerra vários livros foram banidos e as prateleiras se esvaziaram drasticamente. Me aproximei de uma das prateleiras e enquanto meus olhos voavam de livro em livro procurando algum título interessante até que senti alguém cutucar meu ombro.

- A gente tem que conversar. Agora.

Virei e dei de cara com um Louis acabado, com olheiras maiores do que o normal o cabelo todo bagunçado e a respiração acelerada.

- Boa tarde pra você também. - Falei e ele bufou.

- Vem comigo. - Ele me chamou indo em direção ao banheiro masculino e eu o segui.

Assim que entramos no ambiente vazio tranquei a porta e me virei esperando ele começar a falar.

- Aquilo... aquilo ontem foi um erro. - Ele não olhava nos meus olhos. - Não deveria ter acontecido e nem nunca vai acontecer de novo, nós estávamos bêbados e não medimos as consequências dos nossos erros.

- Então você não... gostou? - Falei cruzando os braços no peito me segurando para não rir do nervosismo do garoto de olhos azuis.

- Não! Não, é claro que não! - Ele fez uma pausa olhando pela primeira vez pro meu rosto - Espera... vo-você gostou! Meu Deus, você é gay! Eu poderia te prender por causa disso, eu poderia te denunciar por homosexualidade!

- Poderia mesmo, Tomlinson? Então tudo bem, se você me denunciar eu vou me sentir obrigado a contar pra eles como você descobriu isso.

- Como se eles fossem acreditar em você! Harry, eu sou um deles, você é o tipo de gente que eles procuram, o tipo de gente que eles matam, eles nunca acreditariam em você.

- Então você deixaria eles me levarem? Ia deixar eles colocarem uma bala no meu cérebro bem diante dos seus olhos? - Estava segurando pra não gritar, Louis olhava pra dentro de meus olhos sem reação e perdendo a cor no rosto - Você ficaria ali me vendo morrer e conseguiria ter uma noite tranquila de sono depois, Louis?

- E-eu...

- Não, eu sei que você não deixaria porque, agora você não vai admitir, mas você gostou de me beijar ontem.

- É claro que não gostei! Eu estava bêbado e não estava raciocinando!

- Então você não gostou? - Ele negou com a cabeça - Bem, o volume nas suas calças dizia outra coisa.

- Como você pode dizer uma coisa dessas? Eu sou hetero, Harry, hetero! Não gosto de homens, diferente de você.

- Louis, posso estar errado, mas parece que você diz que é hétero pra convencer a si mesmo, não a mim.

- Cala a boca! Cala a merda da sua boca! Nunca mais diga uma coisa dessas sobre mim! Eu sou...

- Deixa eu adivinhar, hetero? - Ri baixo e ele bufou, indo em direção à porta. - Ei, Louis, quando você aceitar quem você realmente é me procura, você não me deixou falar mas eu realmente gostei do que aconteceu ontem.

Louis rosnou e saiu do banheiro batendo os pés e deixando a porta bater com força. Assim que eu percebi que estava sozinho comecei a gargalhar ali, pensando que eu mesmo já tinha tido uma crise dessas logo depois de ter beijado meu antigo namorado, seria só uma questão de tempo até Louis perceber que não era em mulheres que ele se interessava.

E eu estava esperando ansiosamente até esse dia chegar.

Love War | Larry Stylinson AUOnde histórias criam vida. Descubra agora