Capítulo 37 - Terapia de casal

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WIN



Viemos ao terapeuta de casal. Ao longo das semanas temos nos esforçado para cumprir o combinado de conversarmos sobre os nossos problemas e tem sido interessante escutar o Bright falar sobre como ele se sente em nosso relacionamento.

— Boa tarde, como vocês estão?

— Estamos bem. – Respondemos juntos e nos olhamos. –

— E o exercício que passei semana passada? Conseguiram fazer?

O psicólogo pediu para refletirmos acerca dos nossos pontos positivos e negativos, além de cada um de nós deve contar como se sente em relação ao seu parceiro. O Bright está levando isso muito a sério e logo se ofereceu para iniciar.

— Sim. Posso começar? – Ele me olhou. — Então … Ele … ou melhor, você é o amor da minha vida, o ômega que escolhi para formarmos uma família. Eu sou o esposo do Win, meu defeito é a superproteção, eu sempre quero superproteger o meu ômega. – Eu ri. –

— Win você quer dizer alguma coisa? – O psicólogo me questionou. –

— Seu defeito é ficar remoendo assuntos e não ser prático, tá?

— E qual você acha que é o seu defeito, Win?

— Eu sou impulsivo.

— Que? – Ele riu. — Ciumento. Você é ciumento! – Rolei os olhos. –

— Me fala uma qualidade do Win, Bright.

— Ele é leal, confiável, comprometido, generoso. – Ele sorriu. –

— E você, Win, diga uma qualidade do Bright.

— Ele é gentil, paciente, carinhoso … – Bright me interrompeu. –

— Não me acha confiável?

— Se eu não confiasse em você, não seríamos marcados. – Ele me olhou confuso. –

— Então por que ainda estamos desse jeito?

— Porque não é fácil esquecer tudo aquilo. Eu não consigo apagar tudo isso da minha memória!

— Lembre-se que o objetivo não é esquecer, mas você precisa superar, isso é possível através do perdão. – O terapeuta mediou. –

— Então, você ainda não me perdoou por aquilo, amor? – Suspirei. –

— Já te perdoei, Bright … eu sei que você não teve culpa de nada.

— Sério, amor? – Ele sorriu de orelha a orelha e pegou minha mão, mas instintivamente me afastei. — Então … por que não deixa eu te tocar? – Suspirei e mal pude olhar nos olhos dele dessa vez. –

— Você precisa exercitar o auto-perdão, Win. – Bright me olhou surpreso. –

— Pelo que você se culpa? – Minhas lágrimas começaram a cair. — Por favor, meu anjo … se abre comigo.

— … Por tudo … se eu não tivesse aceitado aquela proposta, nada disso teria acontecido … aquele asqueroso não iria fazer aquilo com você, eu não teria perdido nosso bebê … – Respirei fundo. — eu deveria ter pensado em uma maneira melhor de ajudar o Gulf, assim ele teria se livrado daquele pesadelo há mais tempo.

— Então é isso que tem na sua cabeça durante todo esse tempo, meu anjo? – Ele me abraçou e eu comecei a chorar ainda mais. –

Na verdade, eu me culpo por tudo há muito tempo, desde o momento que o Gulf passou por tudo aquilo na minha frente e eu não pude fazer nada, até o momento em que eu o ajudei a mentir para meu irmão por tantos anos.

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