Capítulo 77 - Lidando com tudo

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MEW





Passei rapidamente pela minha empresa para cuidar de alguns assuntos que foram adiados pelos últimos acontecimentos. A-wut está me  ajudando como sempre, pois meu irmão também esteve ocupado com outras coisas.

— Como o Gulf está? – Ele perguntou durante uma pequena brecha do trabalho maçante. –

— Melhorando … e o Dom? Ando tão mergulhado em problemas que nem tive tempo para meu filho.

— Deixei ele com o mamã. – Assenti. — Mew, o Jack quer vê-lo. – Ele disse de maneira cuidadosa. –

— Gulf já pode receber visitas. – Respirei fundo. — Ele vai gostar de falar com o Jack. –

No outro dia o casal estava no hospital. Gulf ficou bem animado ao vê-los e isso me deixou tranquilo, pois sei que não está sendo fácil para ele toda essa situação. Nem me importei quando ouvi o meu esposo chamar esse alfa metido de "herói".

— Foi só uma picadinha, nada de mais. – Ele disse com aquele sorriso irritante. — O importante é que você está bem. 

— Ainda assim eu te agradeço muito por isso, Jack … jamais poderei retribuir, você salvou minha vida!

— Podemos sair para jantar quando você se recuperar, o que acha? – Gulf olhou para mim. — Podemos levar nossos parceiros, e fazer um encontro duplo. 

— Por mim tudo bem. – Todos me olharam assustados. — Posso aproveitar e conhecer melhor o namorado do papa do meu filhote. –  Ele sorriu. –

— Combinado então. – Assenti. –

— Precisamos ir. – A-wut disse de repente. — Tenho que passar na casa do Ka. 

— Ele está melhor? – Jack perguntou preocupado. –

— Você conhece o Ka. Sempre finge que está tudo bem, mesmo se não estiver. 

— O que aconteceu com o Kamon? – Gulf perguntou confuso. –

— Ele esteve bem mal durante esses dias, você sabe, depois do que aconteceu com o pai dele. 

— O que … aconteceu? – Meu ômega perguntou curioso. –

— Ele … morreu, Gulf. Você … não sabia? – A-wut disse ainda mais confuso. –

—- M-morreu? – o Gulf disse com a voz trêmula e de repente notei algumas lágrimas saindo dos seus olhos. Olhei para o casal que estava sem reação olhando o meu ômega e pedi para eles nos deixarem a sós. –

Abracei o Gulf e senti ele chorar e soluçar nos meus braços, tentei confortá-lo o máximo que pude, mas ele continuava a chorar desesperadamente. Isso me deixou intrigado, nunca imaginei que saber da morte daquele homem iria deixá-lo  tão desesperado. Depois de longos minutos o Gulf se acalmou, porém, continua muito abalado.

— Meu amor, está tudo bem, ele não vai mais nos incomodar, tá? – Olhei nos seus olhos abatidos. –

— A culpa é minha. – Ele disse tristinho. — Ele morreu por minha culpa, P'Mew! – Gulf voltou a chorar. –

— O que está dizendo, amor? De que maneira a culpa poderia ser sua?

— Eu atirei nele. – Me espantei. — Eu achei que joguei a arma fora, mas, na verdade, puxei o gatilho, não foi?

— Gulf, está falando bobagem, isso é impossível, eu estava lá, você não fez isso! 

— Não … não precisa me proteger, P'Mew. 

REMEMBER THE LOVEOnde histórias criam vida. Descubra agora