Capítulo 68 - Com amor e cuidado, tudo se cura

234 33 54
                                    

WIN




Abri os olhos lentamente tentando me acostumar com a claridade da sala. Estou deitado numa cama preso a um soro, percebi alguém se aproximar de mim e tocar o meu cabelo, olhei em sua direção e notei seu semblante preocupado.

Imediatamente senti uma vontade enorme de chorar, ele me abraçou com cuidado e eu desabei completamente, não faço ideia do que aconteceu mas tenho certeza que não foi uma coisa boa.

— Fica tranquilo irmãozinho, você está bem agora. – Ele me olhou nos olhos. — Eu estou aqui com você.

— Mew … os meus bebês … eles … – Meu peito apertou e as palavras engancharam na minha garganta. –

— Logo você vai estar com eles. – Disse tranquilamente. –

— O Charlie … – Senti um aperto violento em meu peito, estou sem coragem de perguntar. – Ele segurou minha mão. — Onde … o Bright está?

— Ele foi buscar algo para você, logo volta. – Suspirei. Estou com muito medo de saber o que houve depois que desmaiei. — Vai ficar tudo bem, maninho, deixa eu te ajudar a sentar.

De repente alguém entrou na sala. Fiquei levemente aliviado quando vi o rosto do meu marido, ele deixou um sorriso doce escapar ao me olhar e veio imediatamente para o meu lado. Meu irmão deixou o Bright ficar perto de mim e senti ele acariciar meu cabelo sem dizer uma única palavra por alguns instantes.

— Que bom que você acordou, meu anjo. Está sentindo alguma coisa? – Neguei. — Ótimo! Eu trouxe algo para você … – Olhei na direção que ele apontou e um enfermeiro se aproximou de mim com um bebezinho bem pequeno nos braços. –

— Meu filhotinho … – A alegria tomou conta do meu coração quando o senti nos meus braços. Olhei pro seu rostinho, meus olhos encheram de emoção, não pensei muito e imediatamente comecei a alimentá-lo. –

No quarto estão somente meu irmão e meu esposo, mas a sensação é que eu estou sozinho com meu filhote no nosso próprio universo, nada no mundo pode tirar a minha atenção neste momento, eu me sinto muito sortudo de poder segurar meu filhotinho no colo.

Terminei depois de um tempo e percebi o médico entrar no quarto. O Kritt me examinou minuciosamente, ele parece tranquilo, disse que eu estou muito bem e aplicou um medicamento para eu não sentir dores muito fortes. Imediatamente perguntei sobre o Charlie, senti ele ficar levemente apreensivo apesar de disfarçar com um sorriso terno ao me responder.

— Ele precisa ficar por mais  tempo na UTI Neonatal. Logo um pediatra virá conversar com você.

— Eu quero vê-lo. – Disse sério. –

— Claro. Vou pedir para trazerem uma cadeira de rodas para você. – Agradeci. –

Eu estou muito apreensivo, mas não consigo demonstrar, sei que estou um pouco sedado ainda, por isso nem consigo ficar estressado com essa situação. Meu esposo me ajudou a sentar na cadeira e me levou para ver meu filhotinho.

Por enquanto não posso pegá-lo no colo, ele teve complicações no nascimento e seus pulmões ainda estão fraquinhos. O pediatra do Charlie tentou me deixar tranquilo me explicando em detalhes tudo o que eu preciso saber, mas não deixo de ficar preocupado com tudo, eu queria muito protegê-lo nos meus braços.

— Meu filhotinho parece tão solitário … – Divaguei enquanto observava o Charlie somente com a fraldinha, ligado a esses aparelhos assustadores. — Ele não está com frio? – O médico olhou para mim. — Quando vou poder segurá-lo?

— Estamos fazendo progresso, o estado dele não é mais grave, ele está melhorando rapidamente. Logo você poderá segurar seu filhote.

— "Logo"? Quando é "logo"?

REMEMBER THE LOVEOnde histórias criam vida. Descubra agora