Capítulo. 7

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Me virei para Emília assim que entramos na sala de aula vazia.
_ O que você... Eu quero saber onde raios estava sua cabeça quando imaginou ameaçar em bater a filha da coordenadora da escola! Vamos rezar para que ela não vá correndo até a mãe dela e faça uma queixa minuciosa contra você na diretoria!

Emília enconstou os quadris na sua mesa despreocupadamente e fez um som de desdém com a boca.

_ Adoraria ve-la fazer isso, e então esfregaria algumas verdades na cara dela com a mãe dela acompanhando todo o meu belo discurso sobre como a filha dela fica linda usando ópio enquanto dois caras em beco escuro tiravam sua blusa... ah uma bela história para se contar não acha.

Pus a mão na boca chocada com aquela descrição de uma outra faceta desconhecida de Prissy Covey. As pessoas as vezes não eram o que pareciam, aquela frase nunca havia feito tanto sentido antes.

_ Wow! Wow... Isso é, não sei, você não faria isso Emília. _minha indagação saiu quase como uma pergunta_ _ Não é somente a reputação dela em jogo sabe, a da mãe dela também como coordenadora. Na verdade nem sei o que dizer...

Balancei as mãos tentando encontrar na minha mente algo pra falar. Ryan entrou na sala, passou os olhos por ela como se estivesse procurando por algo e encontrou, nós duas do outro lado perto da janela; ele veio caminhando na nossa direção como se precisasse urgentemente de algo, mas tarde eu descobri que somente atrás de fofoca mesmo.

_ Emília sua danada! _Ryan se sentou em uma cadeira vazia na nossa frente_ _ Eu fiquei sabendo por terceiros que você quis desentortar o cérebro de Prissy Covey com sua muleta!

Emília sorriu condescendente e cruzou os braços na altura do peito.

_ Estou decepcionada, eu pensava que a fofoca aqui nessa escola se alastrasse mais rápido! _ela sorriu ironicamente_

Ryan passou o dedo indicador na borda da carteira e depois o apontou balançando para Emília.

_ Sabe o que é mais estranho? _ele mudou de posição_ _Dessa vez Prissy não correu em direção a sala de sua mãe para contar o que aconteceu, ela até pediu pra ninguém comentar a respeito.

_ Vejo que você sabe muito a respeito do que Prissy fez nos últimos minutos.

Ele ignorou as farpas de Emília e continuou sua análise para descobrir o que estava realmente errado.

_ Tem caroço nesse angu! _ele disse para si mesmo meditando_ _ Alguém sabe de algo, talvez você sua diabinha maliciosa saiba de algo horrendamente interessante!

Os dois sorriram um pro outro cúmplice.

_ Talvez... sim... talvez não.

_ Ah você vai me contar toda essa história!

O sino tocou alertando que a aula começaria, vários alunos começaram a entrar e se sentar em seus respetivos lugares. Aproveitei a deixa para encerrar o assunto.

_ Mas talvez isso deva ficar para outra hora! _os alertei_

_ Depois nós terminamos essa história.

_Ryan declarou e se levantou para ir pra sua sala que ficava no andar de cima_

Naquela tarde depois que às aulas terminaram voltei pra casa pegar os patins para o treino e pedir o carro da minha mãe emprestado para pegar meu irmão que ficaria aquele resto de tarde comigo. Meu irmão amava doces e foi por esse motivo que eu disse a mim mesma que levaria alguns pirulitos, jujubas e biscoito recheado pra ele, não porque eu também queria comer alguns. Com tudo arrumado só faltava ligar o carro e ir. E era aí que tudo ficava pior, quando eu dirigia minhas mãos tremiam e ficavam muito frias, e então eu ficava mais nervosa e, e... Respirei fundo me concentrando, ia dar tudo certo, só precisava focar no que ia fazer.

Fui na garagem liguei o carro e dei a partida. Se eu continuasse naquele ritmo de de quilômetros por hora não aconteceria nenhum tipo de acidente, mas se eu continuasse assim chegaria somente a noite na arena.

Quando cheguei na casa do meu pai James estava sentado nos degraus na varanda me esperando. Ele correu pra me abraçar e eu o ergui no alto quase o girando.

_ Está maior! Vem por acaso tomando fermento pra crescer criança!

_ Não, mas meu pai diz que é por causa dos legumes que venho comendo direitinho. _dei um beijo na ponta do seu nariz e sorri_ _ Eca Phoebe seus beijos continuam babados!

Fiz expressão de choque e surpresa pra ele.

_ Mas você gostava dos meus beijos babados! Eu vou cartiga-lo deixando você sem os doces deliciosos que eu trouxe! _comecei a cócegas nele, e ele pulou de volta pro chão sorrindo_

_ Talvez eu goste um pouquinho assim.

_ele mostrou o pequeno espaço entre o polegar e o indicador como referência_

Fiz uma falsa cara de indignação e sorri, ah como eu amava esse garoto. Dei meia volta no carro e abri a porta do passageiro pra ele.

_ Pode entrar, como você tem oficialmente oito anos pode ir sem a cadeirinha. _ele passou por mim e entrou_ _ Mas eu preferiria que você ainda à utilizasse para sua segurança.

_ Concordo também você não é a melhor motorista que conheço.

_ Ei! _exclamei_

_ Não adianta negar Phoebe, aposto que enquanto você vinha até aqui uma tartaruga a deixou pra trás. _James fechou a porta antes que eu apertasse a sua bochecha_ _ Olha por precaução vou botar esse meu capacete da bicicleta.

Balancei a cabeça sorrindo, e fui para o meu assento do motorista.

Quando chegamos na arena Catherine já estava na cafeteria me esperando. Ela olhou pra mim e pro meu irmão ao meu lado e assentiu como se soubesse o motivo do meu atraso, não era segredo pra ninguém que eu tinha medo de dirigir.

_ Hoje nós vamos fazer uma pré-visualização da coreografia completa sem pausa, quero ver como vai ficar toda ela em conjunto. _Ela começou a andar na direção da pista_ _ Amanhã tem a prova do collants que você vai usar na apresentação. E Phoebe tente não pensar muito sobre as classificatórias da competição, não quero você tendo crises de ansiedade e nervosismo em um momento tão importante.

Fui à acompanhando e balançando a cabeça em assentimento para as coisas que ela dizia.

_ James me dar sua mão pra você me acompanhar. _busquei por ele atrás de mim. Nada._ _James? James!
Cadê aquela criança? Me virei em busca dele, ele não estava ali no corredor com a gente. Como eu fui perder meu próprio irmão?

_ Catherine o James sumiu!

_ Quê como assim! _ela me encarou_ _ Ele não deve estar longe, deve ter voltado pra cafeteria do local.

_ Você poder ir preparando às coisas. Vou atrás dele e já volto.

Corri de volta pra entrada do estabelecimento em busca dele. Aonde aquela criança havia se metido?

Minha MetadeOnde histórias criam vida. Descubra agora