Capítulo 12.

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A felicidade é algo que encontramos nos pequenos momentos em que nós mesmos criamos, e esses momentos são tão preciosos que se tornam gigantes.

(Minha autoria. Feat: Felipe Silveira)










Eu e Emília nos conhecemos no hospital, não do tipo como nos filmes em que nossas mães são amigas e as filhas nascem no mesmo dia no mesmo hospital. Eu me lembro de ve-la, lá, com seus cabelos loiros aos sete anos de idade discutindo com a médica como levaria os pontos na testa e que nao queria anestesia, o hospital todo parou aquele dia por causa daquela menininha que discutia com todos, e bem, eu havia ido coincidentemente aquele dia tirar o gesso do pulso enfaixado, naquela época eu estava no início da patinação e vez ou outra parava no hospital. Quando um dos médicos falou pra ela que deveria ficar como eu quietinha sem se mexer, ela olhou pra mim um longo tempo com cara de poucos amigos e mostrou a língua, eu sorri achando graça, então ela sorriu de volta e naquele momento senti que gostei daquela garotinha sem modos na minha frente.

Hoje ela era uma das pessoas mais importantes na minha vida, e desejei do fundo do meu coração que esse dia de piquenique durasse para sempre. Estava verdadeiramente feliz aquele dia.

Saí dos meus devaneios de lembranças quando Emília disse bem alto para quem tivesse perto ouvir.

__Chegamos muchacha! __ela girou sob os calcanhares, seu cabelo curto e loiro caindo sobre o rosto__ __Você prefere no chão ou na mesa?

__O quê? __pisquei perplexa__

__O Piquinique, você prefere fazer no chão ou nas mesas de piquenique?

__Ah... isso, é... quer dizer, pode ser no chão mesmo, não sei!

Mas que merda, o que havia de errado com meu cérebro hoje? Minhas mãos estavam suadas e sentia meus batimentos meio acelerados como se eu estivesse correndo.

Emília abriu a bolsa que trazia e tirou um grande pano quadriculado vermelho e estendeu no chão.

__Vamos aproveitar o frescor da manhã e ficar no chão por enquanto!

Concordei avidamente com a cabeça e coloquei as cestas que levava comigo no chão em cima do pano.

__Isso merece uma foto!

__Como? __Emília deixou cair o saco de batatinhas que segurava__ __Merda... Ainda bem que estava lacrado...

__Estava dizendo, que deveríamos tirar uma foto desse momento. __Busquei no meu bolso pelo celular porém não encontrei-o__ __Caramba! Acho que deixei no carro, vou subir e buscar!

__Não precisa tirar foto! __Emília disse antes que eu saisse__ __Pense comigo, só nós duas saberemos disso pelo resto de nossas vidas, nem todas as coisas precisam ser fotografadas para se tornarem mais reais Phoebe.

__Certo. __revirei os olhos e sorri para ela__ __Mas uma foto do entardecer eu quero!

Ela bufou e fez sinal para eu me sentar no chão junto com ela.

Sentada junto com ela olhei ao redor da área de piquenique atentamente, mesas de madeira pintadas de amarelo, balanços para as crianças brincarem, árvores por todos os lugares dando sombra para os visitantes do parque, e por fim um lago enorme descendo a trilha de pedregulhos para formar o caminho, nele tinha alguns patos que as pessoas alimentavam com restos de biscoitos e pães, e que entretiam as crianças à sua volta.

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